Crítica: Segunda temporada de Ozark se apresenta mais intensa e sombria

Crítica da Segunda Temporada de Ozark, da Netlfix.

Imagem: Netflix/Divulgação
Imagem: Netflix/Divulgação

A familia Byrde navega em águas mais escuras

Quando Ozark começou sua trajetória, a comparação com Breaking Bad era inevitável. Um homem de família que depois de uma reviravolta na vida encontra no mundo do crime a única saída para salvá-la de um colapso. A primeira temporada da série mostrou que, apesar de algumas semelhanças, ela era original. Já o segundo ano vem para provar que são duas produções distintas e que Ozark tem vida própria e pode caminhar sozinha.

Retornamos ao ponto final da primeira temporada. Os Snells criaram um problema que está longe de terminar. Mas as consequências da chocante morte são deixadas de lado a medida que novas complicações surgem. Marty precisa lidar com outras questões e os problemas parecem se acumular. Praticamente, a cada episódio, surge um novo problema para os Byrdes resolverem. Tudo se torna uma potencial ameaça a família.

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Os Byrdes, agora, trabalham com uma advogada inescrupulosa do cartel, Helen Pierce, vivida pela atriz premiada Janet McTeer que foi enviada para cidade para agitar as coisas. O novo trabalho de Marty e Wendy é abrir um cassino em tempo recorde a fim de lavar mais dinheiro e compensar o cartel por todo transtorno caudado.

A construção, leis sobre jogos e licenças para estabelecimento são pequenos incômodos que eles precisam driblar para finalizar o trabalho. Basicamente, a história da segunda temporada gira em torno do cassino e o lucro que pode gerar para os três pilares do crime da cidade, os Byrdes, Snells e Navarro.

Imagem: Netflix/Divulgação

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Podemos dizer que agora que a lavagem de dinheiro se torna, de fato, o negocio da família quando vemos os filhos, Charlotte e Jonah mostrando que também têm talento para o negócio. Enquanto Jonah busca maneiras de ganhar atenção do pai criando sua própria demanda de lavagem de dinheiro, Charlotte segue a velha narrativa de adolescente rebelde que no final das contas toma a decisão de se emancipar.

Wendy agora está a frente do negócio com o marido. Essa relação de amor e ódio que eles vivem é testada a todo momento, principalmente quando ganham uma nova ameaça, Helen Pierce. Eles precisam provar que são bons parceiros, pelo menos nos negócios para garantir a segurança de sua família. Os dois tem a incrível habilidade de se adaptar as situações, principalmente quando estão mentindo. Mas a comunicação entre eles é péssima e isso é sempre motivo de discussão.

A frieza da advogada Helen Pierce é tão assustadora quanto a presença ameaçadora de Del, que já não está mais presente graças ao surto de Darlene no final da primeira temporada. Falando nos Snells, eles continuam incrivelmente lunáticos e brutais e suas vidas mudam muito nessa temporada. O agente do FBI Roy Petty mantém sua personalidade descontrolada e agressiva. Ele continua a incomodar Marty. Sua investigação se tornou uma obsessão e ao final encara seu destino.

Ruth foi sem dúvida a personagem de maior destaque

Não tem como falar de Ozark e não citar Ruth. Ela é uma das personagens que mais evoluiu desde o episódio piloto. Uma trajetória marcada por vícios, problemas familiares, que testam seu caráter e moral. Seria triste dizer que Ruth é vitima das circunstâncias, porque ela não se sente vitima. Ela aprendeu a se virar com todas as situações que foram acontecendo em sua vida.

Cuidar dos primos, gerenciar um clube de strip, os trabalhos paralelos de Marty e ainda ter que lidar com o retorno de seu pai abusivo e alcoólatra é muito para uma garota tão jovem. Ruth não tem os benefícios que Marty tem, segurança familiar e financeira. Mas as vezes se mostra mais forte que seu chefe quando tem que agir sob pressão. A atuação de Julia Garner é sempre intensa e explosiva. Sendo seguro dizer que Ruth é a personagem mais humana da história.

A cidade mais uma vez funciona como um segundo protagonista da história apresentando uma fotografia sempre azulada e meio sombria. A familia Byrde está presa em Ozark, então toda trama está presa na cidade também. O plano de finalizar o cassino e fugir de Ozark se mostra cada vez mais difícil de alcançar. E quando tudo parece melhorar, Marty se dá conta que está preso a cidade e não há para onde fugir.

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A segunda temporada aprofunda e amplia a questão da corrupção, lavagem de dinheiro e se arrisca a pontuar questões políticas. Mesmo achando que a duração dos episódios é longa demais para a trama (em media 1h de duração), Ozark apresentou uma boa segunda temporada marcada por algumas mortes. Alguns inimigos foram derrotados, mas a família ainda está presa ao esquema de lavagem e a cidade. Em uma possível terceira temporada há muito drama familiar a ser explorado e novas complicações para testar ainda mais a resistência da família Byrdes.

Sobre o autor
Yuri Moraes

Yuri Moraes

Bacharel em Direito, estudante de Marketing Digital. É fascinado pelo universo dos heróis e apaixonado por séries e filmes. Livros de suspense policial são seus favoritos. Boa música e reality shows nao podem faltar. A série favorita, The OC. No Mix, colabora com algumas críticas de séries como, Blindspot, Ozark, La Casa de Papel entre outras.

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