Crítica: Sem lembrar Castle, The Rookie marca o retorno de Nathan Fillion à TV

Confira crítica de The Rookie, nova série da ABC com Nathan Fillion.

Imagem: Tony Rivetti/ABC
Imagem: Tony Rivetti/ABC/Divulgação

The Rookie é sinônimo de Recomeços

Ao assistir The Rookie, a pergunta que vem a cabeça é: o que você faria se durante um momento que a vida te desse um chacoalho, tivesse a chance de se reconstruir? Mudar de cidade, viajar, mudar de ramo no trabalho? Tudo isso ao mesmo tempo? Você recomeçaria?

É de recomeços que essa série nasce. Estrelada por Nathan Fillion, que volta à TV, após oito anos em Castle, The Rookie traz o recomeço de um personagem devastado por problemas.

John Nolan é um cara de 40 e tantos anos, que mora na Pensilvânia. Trabalhando em construções, Nolan claramente se mostra infeliz com sua vida. Passando por um divórcio, sem perspectivas, o personagem é refém em um assalto ao banco em que estava. Durante um ato de heroísmo/estupidez, ele age de forma impulsiva, dando tempo para a gerente do banco chamar a polícia e os agentes da lei chegarem, inibindo a ação dos assaltantes.

A verdade é que John Nolan precisava deste chacoalhão para ver que estava completamente acomodado em uma vida que não lhe pertencia. Com isso, ele decide jogar tudo para o alto, e tentar o improvável: entrar na Polícia de Los Angeles.

O problema é que há muita resistência de quem já trabalha na força. Um rookie com a idade de Nolan, de acordo com o Sargento Grey, é uma adversidade ao trabalho. Mas, sinceramente, não vi nada disso durante o episódio, dirigido brilhantemente por Liz Friedlander.

John Nolan não é, nem de longe, Richard Castle

Vamos, primeiramente, desvincular toda e qualquer imagem que tínhamos de Nathan como Richard Castle, o galanteador e charmoso escritor. Aqui, ele é exatamente o oposto. Nolan é extremamente inseguro, apesar de ser persistente nos seus objetivos. Nisso tenho que admirar em Fillion, a construção do personagem está muito bem feita. Claramente mais magro, Nathan traz um John Nolan longe de ser o melhor recruta da LAPD, mas é o que mais tem coração. Além dele, também conhecemos Lucy Chen e Jackson West, recrutas da mesma delegacia. Achei precipitado esse relacionamento de Nolan e Chen, me pareceu jogado demais na história, mas espero que seja resolvido da melhor forma. Não posso shippar ainda.

Os Training Officers são bem diferentes. Bishop, TO do Nolan é bem mais flexível com ele do que os outros dois TO da série e seus respectivos recrutas. Logo no primeiro episódio tivemos essa interação entre as duplas, e reafirmo que Nolan e Bishop terão o melhor relacionamento possível entre colegas de trabalho.

Tivemos a oportunidade de ver isso no caso do marido assassinado pela mulher abusiva. Nolan mostrou a que veio, ele foi 100% focado em tentar resolver a situação, mesmo que tenha se colocado em perigo. Ali, vimos que ele não está apenas se aventurando, ele realmente está ali para ajudar as pessoas. Bishop também notou isso, tanto que começou a vê-lo com outros olhos.

Mas para atrapalhar, sempre há um personagem que tenta, de forma psicológica, minar os pensamentos de Nolan quanto a sua atuação na Polícia. Esta pessoa é o Sargento Wade Grey. Debochando, tirando sarro da idade de Nolan, e principalmente sendo contra a presença do nosso protagonista na série. Grey é o primeiro ranço da série até aqui. O dialogo dos dois ao final da série demonstra que Grey, na realidade, agindo assim apenas pressiona os policiais a serem melhores dia após o outro. A presença de John Nolan é vista como uma afronta a ele, mesmo que John seja uma grande policial, Grey vai seguir pegando no seu pé.

Primeiras impressões satisfatórias

A série é bem construída, a trilha sonora casou muito bem com a ensolarada Los Angeles. Eu imaginei que seria mais sombria, como boa parte das séries policiais, mas me enganei. Eles usam muito a paleta clara de cores que Los Angeles apresenta na série, deixando mais agradável aos nossos olhos.

Valeu a pena conferir este primeiro episódio, que está cheio de surpresas que não contarei nesta review. Mas garanto, de Castle não temos nada, nenhuma similaridade com enredos, personagens, nada. Quer dizer, as únicas similaridades são a presença de Nathan Fillion e de Alexi Hawley, que é o criador. De resto, nada parecido.

Recomendo demais que assistam ao piloto, e enganem-se com seus olhos.

Sobre o autor
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Ana Maria de Oliveira

Jornalista e uma decepção como digital influencer e youtuber. Desde 1993 sendo trouxa e shippando quem não deve. Aqui no Mix de Séries é editora e tradutora de notícias e escreve reviews de The Last Ship e The Rookie.

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