Crítica: Shogun World mostra um dos maiores banhos de sangue de Westworld no 2×05

Review do quinto episódio da segunda temporada de Westworld, da HBO, intitulado "Akane No Mai".

Imagem: HBO/Divulgação
Imagem: HBO/Divulgação

Cheio de surpresas, Shogun World prova o potencial da série para explorar cenários muito além do Velho Oeste.

Confesso que segurar a ansiedade para comentar sobre o episódio não foi fácil. A HBO fez uma exibição deste episódio na última sexta (18) para a imprensa e é estranho ver algo e não poder sair falando à respeito. Porém, Akane No Mai é um episódio com uma fotografia tão bonita e fortes cenas de luta e ação, que re-assistir e fazer de conta que é tudo novidade foi muito fácil.

É bom também para treinar a língua japonesa, pois mais da metade da história se passa no idioma. Afinal, não sabemos por quanto tempo veremos as histórias transcorrerem em Shogun World. O parque oriental, inclusive, prova a promessa da Delos de um lugar violento como nunca vimos antes.

A primeira surpresa, após assistir de ponta a ponta, é ver o quão linear foi o capítulo. É a primeira vez que não temos diversas linhas do tempo ocorrendo simultaneamente. Isso não tira por nenhum momento o charme da série. Pelo contrário, essa pausa nas montanhas de teorias que fazemos sobre isso se fez necessária para conhecermos melhor o funcionamento do parque. Tenho certeza que aqui temos dois pontos: quem vai amar e quem vai odiar. Dificilmente haverá espaço para ficar em cima do muro. Como fã de séries de ação e combate, ver Westworld me trazer um pouco disso foi realmente um presente.

O Lee deixa claro que Shogun World nada mais é que uma adaptação do Velho Oeste na versão oriental. Engraçado ver as versões dos personagens já conhecidos nesta perspectiva. Melhor ainda é ver a descoberta ser feita um por um. Momentos como este fazem ser tão gostoso acompanhar novidades (nem sempre) surpreendentes no seriado.

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Emoções à flor da pele dão ainda mais beleza para as cenas.

Primeiro vimos o exato momento da captura de Maeve e sua trupe e como eles são levados até o “novo” parque. A primeira decepção da rebelde é ver que seus comandos não atingem seus inimigos. Ponto positivo aí, afinal, que chatice seria se tudo fosse resolvido dessa maneira. O mais incrível disso é ver até que ponto o governante foi capaz de chegar para que os poderes “místicos” de Maeve não atingissem sua guarda. Muito inteligente esse ponto! Gostei e não fiquei tão surpreso. Não depois dos ataques dos ninjas <3, que sim, foram as melhores cenas de luta. Aliás, a produção não pecou em nada ao retratar o mundo japonês. Pensaram em cada detalhe.

Maeve se envolveu emocionalmente com o problema de Akane (sim, a japonesa que é parte do nome do episódio, que na tradução da série significa Dança de Akane). Podem falar que foi forçado e que estão tentando fazer com que Maeve rainha seja colocada garganta abaixo do público, mas fui tocado. “Você é uma verdadeira mãe”. Essa hora eu me emocionei. Me critiquem. O paralelo dos acontecimentos de Maeve e sua filha com os de Akane e Sakura formaram umas das cenas mais bonitas da temporada. Esse resgate de acontecimentos são importantes, porque nós mesmos acabamos por esquecer de detalhes como este ao decorrer dessa vingança.

Mais poder e vulnerabilidade andando lado a lado.

Hector Escaton (Rodrigo Santoro) e Lee Sizemore (Simon Quarterman) conquistam mais momentos em tela e foram muito felizes nas participações. Lee foi um bom alívio cômico também, pois suas colocações irônicas, que beiram o desnecessário, nos fazem lembrar das emoções humanas em situações desagradáveis. É sempre bom ver que mesmo em meio ao caos a essência de uma pessoa estará ali. O diretor do Departamento de Narrativas roubou um rádio comunicador. Tenho pressentimento que isso irá acelerar as coisas no sentido de humanos e hosts se enfrentarem através do elenco principal. Chega de figurantes no mar. Queremos perigo real!

Imagem: HBO/Divulgação

E para fechar o arco de acontecimentos envolvendo Shogun World, a “nova voz” da Maeve não pode ficar de fora. Agora ela está mais poderosa do que nunca e é capaz de controlar os anfitriões sem precisar pronunciar sequer uma palavra. Ela está chamando esse poder de uma nova voz e que graças à ela poderá chegar mais facilmente ao seu objetivo. Seja algo forçado ou não, era uma das consequências de alguém que busca poder. O Ford tinha essa autonomia, mesmo que isso sempre ficasse implícito.

Agora com essa novidade, Maeve colaborou para termos o maior banho de sangue em um minuto que já tivemos na série.

Adeus, Teddy?!

Confesso que fiquei surpreso. Não pelo que Dolores armou para ele, mas por isso já ter acontecido. Imaginei que fosse algo que seria explorado em um capítulo totalmente voltado para a jornada deles. Era claro que o alter ego Wyatt não ia deixar as atitudes do Teddy passarem em branco.

A cena de sexo dos dois, momentos antes da “execução”, é como aquele paciente que tem uma melhora em um quadro terminal antes de morrer. Porém a cena não deixa claro qual será o final dele. Talvez seja uma total reprogramação. Mas com certeza isso deve vir bem mais para frente.

Se seguir as linhas atuais, vamos esperar pelo menos duas semanas para descobrir. Com isso, devemos ver também o desenrolar do que as cenas iniciais do Bernard vão significar na prática.

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