Crítica: Teen Wolf O Filme é cheio de problemas, mas vale a nostalgia
Longe de ser perfeito, o filme de Teen Wolf reúne o elenco e nos traz muita nostalgia. Leia a crítica completa da produção do Paramount+.
A história do filme de Teen Wolf parte após 15 anos desde a última vez que vimos nosso elenco na sexta temporada. Agora adultos e longe de Beacon Hills, o grupo acaba precisando se reunir mais uma vez.
O motivo dessa reunião? Allisson Argent (Crystal Reed), uma personagem querida pelos fãs da série e que teve uma morte inesperada na 3ª temporada. Aparentemente, após todo esse tempo, ela não conseguiu fazer a “passagem” para o outro plano. E está presa em uma espécie de purgatório ou “bardo”, como chamam no filme.
Com isso, Scott (Tyler Posey), Lydia (Holland Rode) e Chris (JR Bourne) começam a receber sinais de que a moça precisa de ajuda. Assim, todos voltam para Beacon Hills para fazer um ritual e acabam trazendo Allisson dos mortos. Porém, ela não se lembra de mais nada e nem ninguém, só que é uma caçadora de lobisomens e está focada em matá-los, inclusive Scott.
Também não fica claro para todos se a volta dela é verdade ou uma ilusão criada pelo grande vilão da 3ª temporada que volta para o filme: o nogitsune. Lembrando que ele se alimenta de dor e caos e se tratando de Teen Wolf, tudo é possível.
A nostalgia que o filme nos traz
Para os fãs da série de Jeff Davis, o anúncio de uma reunião de elenco veio como uma bomba. E ainda causou muita ansiedade em torno de como seria. Assim, fica claro que, para os fãs, só o fato de vermos mais uma vez nossos personagens preferidos após 6 anos já é motivo para aproveitar cada segundo.
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Falando da história, pegar o gancho com a 3ª temporada, uma das melhores da série, foi uma sacada de mestre. Quem acompanha a história sabe que o nogitsune foi um dos melhores vilões da trama.
Ao mesmo tempo, é necessário falar que apresentar tanta coisa ao mesmo tempo tornou o filme corrido em vários momentos. Mesmo que o longa tenha quase 150 minutos de duração.
É nítido que muitos personagens só voltaram para matar nossa saudade, mas não ganharam relevância na trama.
A construção da história
O roteiro de Teen Wolf nunca foi um dos melhores, e alguns detalhes sempre não terão explicação. Ou apenas surgem “do nada”, então, nesse quesito, os fãs já estavam preparados.
Falando na construção de narrativa, tivemos que passar um pano muito grande para a volta de Allisson após todo esse tempo morta e cremada, não é? Ainda sim, sabemos também que a ligação dela com Scott foi muito grande, por isso, aceitamos esse retorno.
Liam (Dylan Sprayberry) também teve uma participação muito pequena no filme e não conseguimos ver realmente seu papel agregador para a história como um todo. Antes tão próximo de Scott, fez muita falta vermos mais cenas dele com o líder do bando.
As histórias que mais foram trabalhadas no filme foram a relação de amizade entre o grupo no geral, o que já era esperado. A nostalgia de ver Scott tentando conquistar Allisson novamente foi incrível e uma surpresa: a relação paterna de Derek (Tyler Hoechlin) com Eli (Vince Mattis).
Falando dessa última, teve grande destaque no filme, mas ainda sim, deu vontade de conhecer mais sobre o Eli e seu medo de se transformar, como o pai. Depois daquele final, o telespectador sente que faltou uma construção mais sólida do enredo.
Os efeitos especiais de sempre (que a gente adora)
Não dá para não falar dos efeitos especiais ruins de sempre e que a gente esperava que não mudasse nada. Até eles a gente sentia falta de reclamar e foram muito bem representados no filme.
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Para quem é fã de Teen Wolf, ver eles saltando de forma artificial e com efeitos bem duvidosos, nos faz lembrar a razão pela qual a gente criticava, mas adorava assistir tudo.
O que faltou no longa?
Com certeza a presença de Stiles. Fica claro na história que ele não fez tanta diferença para o enredo em si, mas sabemos que o alívio cômico que o personagem nos proporcionava, mesmo em momentos tensos, era incrível.
Dylan Obrien não participou do filme por questões de agenda, mas acabou sendo lembrado várias vezes na história pelas citações de Lydia, além de vermos constantemente seu famoso jipe. Inclusive, foi uma ótima maneira de nos fazer lembrar do personagem.
Quem também não estava no filme foi Kira, porém, a maneira que eles “supriram” esse problema não convenceu.
Já não é segredo que a atriz Arden Cho recusou voltar ao seu personagem porque lhe foi oferecido um valor de pagamento bem abaixo de outras protagonistas da história, o que ela não achou justo e nem a gente.
Considerando a importância que ela teria no filme e a introdução de Hikari (Amy Workman), que claramente entrou em seu lugar, tivemos um decepcionante desfecho final.
Vale a pena assistir o filme de Teen Wolf?
A resposta é sim! Em todas as temporadas da série tivemos problemas e assuntos mal resolvidos, mas não nos impediu de continuar vendo, por isso, com o filme a sensação é a mesma.
Claro que, sabemos que com a presença de Stiles e Kira, a história iria para outro lugar e não teria tantos buracos no roteiro. Porém, pela nostalgia que o filme trouxe, vale a pena rever o elenco mais uma vez.
Já a “correria” que o longa nos passa é um problema, que poderia ter resolução com uma adaptação para uma minissérie de 4 episódios de uma hora ou mesmo uma temporada curta de 10 ao invés de um filme. História não iria faltar e também teríamos um melhor desenvolvimento.
Além disso, ficamos com um gosto de “quero mais” com o final de Eli. Sua história poderia ter sido incluída em Wolf Pack, a nova série do universo lobo de Jeff Davis, mas aparentemente não será.
Os produtores não descartam um segundo filme, mas também não é certeza, o que nos deixa mais uma vez na vontade.
Enfim, parece que o universo lobo voltou para ficar, vamos ver o que teremos nos próximos capítulos.
Nota: 3/5
Texto do autor convidado, Maik Lomonaco.