Crítica: The Handmaid’s Tale estreia 4ª temporada promissora

The Handmaid's Tale retorna para quarta temporada de modo promissor, mudando personagens e cenários que indicam uma aguardada mudança.

The Handmaid's Tale

Vale a pena a espera por The Handmaid’s Tale?

The Handmaid’s Taleassim como Homeland, é uma série que foi de sucesso ao desagrado em pouco tempo. Assim como a série com Claire Danes, o drama com Elisabeth Moss não ficou ruim, mas perdeu espaço entre a crítica e o público. As similaridades continuam: ambas venceram o Emmy por suas temporadas de estreias e ambas pareciam perfeitas para uma ou duas temporadas.

Mas a TV é um terreno complicado. Se faz sucesso, é renovada até não fazer mais. Homeland durou oito temporadas. De série aclamada, passou a ser aquele que programa que muitos dizem: “mas isso ainda existe?”.

Caminho semelhante se ajeita para Handmaid’s TaleChegando ao seu quarto ano, a maior produção da Hulu agora mal consegue ser aprovada por 60% da crítica. O público torce o nariz e o roteiro tenta se reinventar.

Série precisa se renovar na quarta temporada

Pois é isso que Handmaid’s Tale precisa: renovação, evolução. Um dos grandes problemas das temporadas passadas (principalmente da terceira) era não avançar na trama e nos personagens apenas para repetir uma fórmula que já havia funcionado. A questão é que a fórmula já havia se esgotado. Assim, era uma decepção ver June retornar para a mesma casa sempre que tentava escapar ou mudar de vida.

Neste sentido, o show em muito se assemelha a Westworld, outro projeto que caiu vertiginosamente. Na série da HBO, três temporadas prometem um conflito entre máquinas e humanos que nunca se concretiza.

O final de todas as temporadas é o mesmo, mas a série jamais sai da promessa. A mesma coisa acomete a adaptação de O Conto da Aia. Quando pensamos que a revolução chegou e que Gilead pagará por seus crimes, June simplesmente volta à estaca zero.

Novos personagens e cenários movimentam a trama

O início do quarto ano, felizmente, indica uma mudança. Em outro cenário, June precisa se readaptar e começar um novo capítulo na revolução.

É interessante, portanto, que o roteiro aborde questões que avancem o contexto distópico. Depois que as crianças conseguiram escapar de Gilead, os novos capítulos levantam uma interessante problemática: e se as crianças não quiserem ficar longe de Gilead? Uma das principais falas do segundo episódio, por exemplo, é quando vemos alguém dizer que June pensou na fuga, mas não pensou em nada além disso.

É positivo, portanto, que acompanhemos a movimentação dos personagens no Canadá, e o evidente enfraquecimento de Gilead no contexto social e econômico. The Handmaid’s Taleentretanto, não consegue fugir dos clichês que criou para si. Não tarda, portanto, que a jovem que recebe June em uma fazenda se revele uma psicopata juvenil. Pois as Aias têm de sofrer. Dentro ou fora de Gilead, o sofrimento parece regra. E é aí que a série cansa e afasta.

Handmaid’s Tale segue como uma das séries mais bonitas da TV

De todo modo, Handmaid’s Tale segue envolvente e belíssima. Com uma das melhores fotografias da TV, a série ainda enche os olhos com quadros e sequências. Neste sentido, seguem fortes as rimas visuais e as referências religiosas. A câmera lenta também marca presença, mas sem chamar atenção para si. Assim, mesmo que a narrativa esfrie, o visual segue arrojado.

Com início promissor, a quarta temporada de The Handmaid’s Tale promete uma mudança na lógica da série. Sem deixar alguns vícios, o novo ano do programa pode trazer novos rumos para os personagens. Assim, seria interessante até mesmo deixar Serena e Fred de lado. Os personagens já não servem mais ao contexto e sempre derrubam o ritmo quando aparecem. June, por outro lado, segue interessante e misteriosa. Muito se dá ao talento de Moss, afiada como sempre.

E então, está ansioso pelos próximos episódios de The Handmaid’s Tale? Deixe nos comentários e, igualmente, continue acompanhando as novidades do Mix de Séries.

Sobre o autor
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Matheus Pereira

Jornalista, curioso e viciado em cultura. Escreve há quase 10 anos no Mix e Six Feet Under é sua série favorita.

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