Crítica: 3ª temporada de The Handmaid’s Tale tem ótima e sólida estreia

Nova temporada de The Handmaid's Tale busca novos ares enquanto tenta reconquistar o público perdido.

The Handmaid’s Tale retorna para sua terceira temporada com uma difícil missão: reconquistar o prestígio e o público

Depois de uma segunda temporada que começou bem e acabou de forma duvidosa, The Handmaid’s Tale retorna para o seu terceiro ano. Desta vez, a série enfrenta o seu maior desafio. Mais do que nunca, o show da plataforma Hulu precisa se solidificar na indústria e entre a audiência. Handmaid’s Tale já conquistou inúmeros fãs, elogios e prêmios, mas depois de uma segunda temporada delicada, o programa precisa se reafirmar. É agora que o futuro e o legado pode ser decidido.

Os três primeiros capítulos já sugerem uma mudança nos rumos. Bem como, o entendimento dos roteiristas com relação aos acertos e erros passados. Quando o segundo ano chegou ao fim, grande parte das críticas apontavam para a insistência do roteiro em retornar a pontos já abordados. Em outras palavras, a série teimava em retornar ao início, ficando presa à casa e aos Waterford. Em resumo, a segunda temporada terminou como um banho de água fria, já que antecipou uma revolução que nunca chegou e acabou se repetindo.

Nova temporada começa inovando e buscando novos ares

É com alívio, portanto, que o terceiro ano chega inovando e mudando a casa. Ou melhor: queimando. Parece que a equipe ouviu as críticas, pois uma das primeiras coisas da nova temporada é a queda da casa dos Waterford. Ardendo em chamas, a residência que abrigou tantas dores e más lembranças desaba. Os Waterford saem de cena e é há uma mudança de cenário.

Mudança, aliás, parece palavra de ordem. Portanto, a série só tem a ganhar com a nova regra. Quem já leu nossos textos sobre o programa, sabe que uma de nossas maiores vontades era acompanhar e conhecer mais sobre a mitologia de Gilead e do mundo no qual aquela nova sociedade se encaixa. Desta vez, temos a oportunidade de mergulhar ainda mais neste universo tanto em Gilead quanto no Canadá, onde Emily começa a descobrir um novo mundo.

Enquanto June desbrava novos lugares (como a interessante rotina das Marthas), Emily é apresentada a um mundo que quase esquecera: o da democracia. O choque entre realidades rende alguns ótimos momentos para a temporada, além de grandes oportunidades para Alexis Bledel brilhar. Já Elisabeth Moss segue firme como protagonista. Embora já não seja o principal elemento da trama. Isso porque há muito mais a ser explorado, e é vital que a série siga redescobrindo novos modo de contar a história e apresentar novos elementos do complexo universo.

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June está pronta para rebelião em The Handmaid’s Tale? Imagem: Hulu/Divulgação.

Além de visualmente impecável, série ainda busca afiar o discurso 

Do ponto de vista técnico, The Handmaid’s Tale segue como uma das séries mais bem realizadas da atualidade. Novamente encabeçado por Mike Barker, o time de diretores retorna afiado, proporcionando sequências impecáveis e quadros de tirar o fôlego. A fotografia segue sendo um atrativo e a direção de arte encontra novas formas de surpreender e desenvolver Gilead através de pequenos e belos detalhes.

Agora, resta aguardar e assistir um novo episódio semana após semana. Vale lembrar que o segundo ano também começou muitíssimo bem, e acabou esfriando com um desfecho equivocado. Além de todos os desafios, Handmaid’s Tale ainda precisa repensar o seu discurso social e feminista. A segunda temporada afastou uma parcela do público depois de insistir na violência e no sofrimento. Agora, é hora de reaver o título que lhe é merecido: o de melhor série da atualidade.

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Sobre o autor
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Matheus Pereira

Jornalista, curioso e viciado em cultura. Escreve há quase 10 anos no Mix e Six Feet Under é sua série favorita.

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