Crítica: Warrior Nun, série da Netflix, garante uma boa maratona

Critica da primeira temporada de Warrior Nun, uma série original Netflix sobre um grupo de freiras guerreiras de uma antiga ordem secreta da igreja.

Critica Warrior Nun Netflix

Nova série Warrior Nun é seu mais novo guilty pleasure

A Netflix é uma máquina de produção, e Warrior Nun é a mais recente aposta. Com produções boas e ruins por seus próprios motivos, o streaming não para de ampliar seu catálogo e aposta nos diversos gêneros para agradar seu público. Criada por Simon Barry (Van Helsing), a nova série é baseada nos quadrinhos de Ben Dunn.

A trama é sobre um grupo de freiras guerreiras que fazem parte da Ordem da Espada Cruciforme, uma antiga organização secreta da igreja católica que luta contra demônios para proteger o divino.

Seguimos a história através de Ava (Alba Baptista), uma jovem tetraplégica e órfã que, após sua morte, volta à vida sob circunstâncias estranhas. O halo, a auréola de um anjo, é um antigo artefato utilizado há gerações pela líder das freiras e concede poderes para sua guardiã. E é justamente esse artefato que traz Ava de volta dos mortos, com saúde revigorada e com alguns poderes.

Igualmente, ela faz amizade com um grupo de jovens que vive de pequenos golpes, invadindo eventos e mansões, desfrutando de todo luxo enquanto seus proprietários estão viajando. Ava sente uma forte atração por JC (Emilio Sakraya) e após anos presa em um orfanato ela encontra a chance de conhecer o mundo e viver finalmente. Ao mesmo tempo se vê dividida entre viver a vida que sempre sonhou ou cumprir seu destino como a escolhida na missão do bem contra o mal.

Religião vs. ciência é uma das tramas da série

Jillian Salvius (Thekla Reuten) representa o campo da ciência. Diretora de uma empresa de tecnologia, seu projeto é um portal dimensional utilizando um material protegido (escondido) pelo Vaticano há séculos, o divinum. Ela anuncia o início da nova era do iluminismo. Seu estudo sobre um portal para o céu aos poucos revela uma natureza mais pessoal do que científica. Isso está ligado a Michael, seu filho doente que tem visões com um anjo.

Em alguns momentos surgem diálogos de rivalidade entre ciência e religião mas nada muito aprofundado. O títulos dos episódios são passagens bíblicas e o roteiro sempre que oportuno ironiza alguma ordem ou informação sobre a igreja, mas nada que seja ofensivo. O cardeal vivido por Joaquim de Almeida está sempre em conflito com o padre Vincent (Tristan Ulloa)  que dá apoio às freiras.

Em Warrior Nun, Ava precisa lidar com muitas coisas. A causa de sua morte, seus novos poderes e a rivalidade com Lilith (Lorena Andrea), a irmã que deveria ser a próxima a receber o Halo e cumprir a honra e a tradição que atravessa gerações. A outras irmãs são mais acolhedoras e ajudam no treinamento de Ava. É claro que temos também uma madre superiora rigorosa exigente. Chega ser irônico, e o roteiro deixa isso claro, como uma arma sagrada tão poderosa foi parar nas mãos da pessoa mais cética.

Produção não é livre de pecados

Já peço desculpas pelo trocadilho infame, mas estamos falando de uma produção da Netflix, é normal ter alguns deslizes. O roteiro conta com algumas falas muito bobas que podem incomodar. A primeira parte é basicamente uma história de origem de Ava, mas depois a trama ganha mais ação. Freiras armadas que pertencem a uma sociedade secreta andando às claras pelas ruas parece ser super normal.

A narração de Ava em alguns momento soa desnecessária. Apesar de uma temporada curta, oito episódios seria o ideal para série e muito mais favorável a narrativa. JC e seus amigos surgem apenas quando é conveniente a trama.

Mas nem só de pecados vive uma série. Warrior Nun conta com algumas bênçãos em sua trama (sério parei com as piadas). E um dos grandes acertos está na protagonista. A atriz portuguesa Alba Baptista é engraçada e tem um bom desempenho como protagonista, percorrendo toda escala emocional de sua personagem. Ava é uma heroína relutante que tenta levar uma vida normal, mas se vê cada vez mais envolvida com coisas que ela não tem conhecimento.

O elenco de forma geral cumpre bem seu papel na trama. As freiras apesar de heroínas são humanizadas ao retratar falhas e vulnerabilidades como inveja, raiva, inocência e fé cega. Os efeitos visuais são competentes e as cenas de luta são bem coreografadas, incluindo uma cena de luta de corredor que evoca Demolidor (R.I.P). Sem dúvidas, os momentos que mostram as freiras em ação são os melhores da série.

Considerações finais

Warrior Nun é uma aventura divertida com uma personagem central estilo Buffy, o suficiente para manter o espectador atento do início ao fim. Seria um pecado (essa foi a última vez eu juro) a Netflix não renovar a série. A temporada termina justamente no clímax da ação repleto de revelações. Um final aberto com intrigas suficientes para garantir um bom enredo para uma continuação.

A série apresenta uma trama satisfatória que equilibra bem o humor e as conspirações sobrenaturais da igreja. O roteiro entrega  uma boa dose de alívio cômico e momentos de reflexão sobre as condições humanas e espirituais. As paisagens da Espanha são bem exploradas e a trilha sonora é bem incorporada a trama. Sem dúvida a série segue a fórmula fácil de entretenimento da Netflix e garante facilmente uma maratona.

Warrior Nun contém 10 episódios em sua primeira temporada que já está disponível na Netflix.

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Sobre o autor
Yuri Moraes

Yuri Moraes

Bacharel em Direito, estudante de Marketing Digital. É fascinado pelo universo dos heróis e apaixonado por séries e filmes. Livros de suspense policial são seus favoritos. Boa música e reality shows nao podem faltar. A série favorita, The OC. No Mix, colabora com algumas críticas de séries como, Blindspot, Ozark, La Casa de Papel entre outras.

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