De Férias da Família na Netflix é tão ruim que chega a doer
Kevin Hart e Mark Wahlberg estão em uma das piores comédias do ano com De Férias da Família, que estreou na Netflix.
Se De Férias da Família fosse um daqueles filmes que você assistia na Tela Quente dos anos 2000, certamente acharia ele uma clássica comédia que seria falada por gerações. Algo como acontece com longas no estilo de As Branquelas.
Então, este talvez seja o grande problema do filme: tentar reproduzir cenas que outrora deu certo em produções e que envelheceram mal. Mas, além disso, De Férias da Família tem um outro grande problema na Netflix, que é surfar em um roteiro sem graça, perdido e sem qualquer apelo.
Kevin Hart está em seu pior papel
Na verdade, se analisarmos a qualidade do começo ao fim de De Férias da Família, entendemos que nem de longe ele chega perto de clássicos como o já citado As Branquelas. A diferença é que essas comédias dos anos 2000 tinham coesão ou uma boa organização de roteiro com começo, meio e fim bem definidos. Coisa que falta em De Férias da Família.
O longa é um clássico “pai faz tudo em casa, que tenta recuperar a juventude”, mas falha em todos os sentidos de dar sentido para a trama.
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Kevin Hart, que também é produtor do filme, vive Sonny. E a primeira parte do filme resolve, de forma apressada, introduzir a vida intensa de pai que ele tem. Só que tudo soa forçado, fazendo até com que as crianças ou a incrível Regina Hall, que vive sua esposa, pareçam desconfortáveis com suas falas. Aliás, num apelo de parecer “atual”, De Férias da Família tenta até fazer piada com Bridgerton, sucesso da Netflix, que também não dá certo.
A partir daqui, entendemos que o personagem de Hart se afastou de Huck (Mark Whalberg), que conhecemos na primeira cena do filme (que também é vergonhosa por ser mal feita). Mas seria o ponto principal do filme fazer com que Sonny descobrisse da pior forma que a sua vida é boa o suficiente para ele não precisa reclamar?!
Filme promete mas, como dito… se perde
Se De Férias da Família recuperasse o fôlego em seu segundo ato, quando Sonny resolve ir a tão prometida grande festa de 44 anos do amigo, tudo valeria a pena. Mas isso não acontece.
Na verdade o filme se perde ainda mais, em um roteiro confuso que não sabe para onde ir na verdade. Não há qualquer tipo de emoção na reunião de Huck e Sonny, e o pior é que isso acontece em cenas que não deixa o filme respirar. Todas as coisas acontecem muito uma em cima da outra, o que torna o filme chato em certo ponto.
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Aliás, digamos que Whalberg já é um tipo de ator que tem um limite de papéis que ele pode interpretar, e aqui ele se vê ainda mais desperdiçado. É quase como que se, em certa altura do filme, eles percebessem que a ideia do filme não é bem executada. Então, eles deixam por aquilo mesmo.
Outro ponto é que o filme promete e não acontece. Incluindo a tão badalada festa de Huck, que não acontece e se perde em meio as maluquices que o filme vai introduzindo. Aliás, elas são tão “soltas” dentro roteiro que em certo ponto você nem se lembra como que uma cena se conecta com a outra. Com isso, a tentativa do personagem de Hart em “recuperar sua juventude” com o amigo, passa de uma história coerente para um rascunho mal feito de comédia em instantes.
No fim, é uma perda de tempo que não dá para se recuperar. Acredito que De Férias da Família é uma oportunidade perdida de se fazer um bom filme, com uma temática que teria até chances de dar certo. Mas soa preguiçoso, um roteiro totalmente costurado, com atuações bem abaixo do potencial de suas estrelas.
No fim, é apenas mais um “filme esquecível da Netflix”, que acabou se tornando rotineiro da plataforma. O que é uma pena!
Nota: 0/5