Desaparecido Para Sempre: apesar do sucesso, série na Netflix é fraca | Crítica

Crítica da minissérie original Netflix, Desaparecido Para Sempre, com base no livro homônimo do autor Harlan Coben.

Desaparecidos Para Sempre
Imagem: Divulgação.

A popularidade do autor “mestre das noites em claro” segue em alta na Netflix. Depois do recente sucesso da produção espanhola “O Inocente”, mais uma obra ganha adaptação, desta vez, com produção francesa. Desaparecido Para Sempre conta a história de Guillaume, um assistente social com o passado marcado por uma tragédia e que, após o falecimento da mãe, descobre que seu irmão, dado como morto há uma década, está vivo. Tudo isso, enquanto sua namorada desaparece misteriosamente.

Como de costume, a história é um grande quebra-cabeças. À medida que a trama se desenvolve, conexões entre os personagens vão sendo reveladas. Claro, enquanto teorias surgem. O problema, no entanto, é que o roteiro não acerta o tom de mistério que a história pede. Discutindo temas como nazismo, prostituição, bem como tráfico de drogas, violência doméstica, segredos e traumas, a minissérie tenta equilibrar tudo isso em uma trama de investigação em busca da verdade.

Desaparecido para Sempre série
Imagem: Divulgação.

Uma trama boa, mas que poderia ter sido melhor aproveitada

Desaparecido Para Sempre não possui uma narrativa linear. E isso é algo que já se tornou recorrente nas produções de suspense da Netflix. Porém, é um recurso que já mostra sinais de desgaste.

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A produção francesa parece se apoiar neste modo e o utiliza em exaustão. Em certos momentos, fica difícil saber quem ou que linha do tempo estamos acompanhando. Além disso, a produção falha na caracterização e maquiagem do elenco. Tornando mais confusas as linhas narrativas. Sem mudanças físicas, parece que o tempo não passa para os personagens.

O roteiro não acerta na construção de um mistério envolvente e instigante. Uma pena, pois o livro o qual a produção é baseada é um thriller de tirar o fôlego. No entanto, a transição para a tela desperdiça seu potencial. As cenas de luta são forçadas, sem um pingo de realismo. A atuação no geral é mediana, e o ator Finnegan Oldfield (Guillaume) não consegue carregar o peso do protagonismo. Mas percebemos que ele fez o seu melhor com um roteiro que às vezes não ajuda.

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Apesar de cada episódio focar em um personagem principal diferente, não há o devido desenvolvimento. Nas tramas de Harlan Coben acontece muita coisa ao mesmo tempo, e o excesso de flashbacks pode desviar a atenção do que realmente importa, quebrando o ritmo fluido de uma trama de mistério. Alguns personagens cheios de potencial são descartados com facilidade. Em grande parte, a direção se torna a grande responsável pelo resultado final da produção.

Considerações finais sobre Desaparecido Para Sempre

A trama possui dois mistérios. O desaparecimento de Judith, atual namorada de Guillaume, e o que de fato aconteceu 10 anos atrás na noite em que Fred e Sonia (ex de Guillaume) morrem. Mas o foco permanece apenas no desaparecimento de Judith. E isso faz a minissérie muito parecida com “O Inocente“. Trazendo elementos comuns do autor, a montagem se aproxima muito de outras produções de suspense. Assim, a minissérie funciona muito mais como um drama do que um mistério.

Em cinco episódios de aproximadamente 50 minutos, a produção teria tempo suficiente de explorar todos os mistérios de seus personagens e conduzir o espectador em uma jornada investigativa muito mais interessante. No entanto, toma outro caminho. E isso acaba comprometendo seu resultado. Com algumas reviravoltas e poucos momentos de destaque, a revelação final não gera impacto. Como fã das obras de Harlan Coben, finalizei a maratona com gosto agridoce.

Por fim, Desaparecido Para Sempre é um suspense arrastado e desinteressante. Para os fãs da obra original, essa adaptação se revela decepcionante. Para os fãs de mistério, a minissérie é apenas mais do mesmo.

Nota: 2.5/5

Em cinco episódios de aproximadamente 50 minutos, a produção teria tempo suficiente de explorar todos os mistérios de seus personagens e conduzir o espectador em uma jornada investigativa muito mais interessante. No entanto, toma outro caminho, o que acaba comprometendo seu resultado. Como fã das obras de Harlan Coben, finalizei a maratona com gosto agridoce. Por fim, Desaparecido Para Sempre é m suspense arrastado e desinteressante. Para os fãs da obra original essa adaptação se revela decepcionante. Para os fãs de mistério, a minissérie é apenas mais uma produção regular recheada de flashbacks.

Sobre o autor
Yuri Moraes

Yuri Moraes

Redação

Yuri Moraes é formado em Direito e Marketing Digital e atualmente cursa Produção Cultural. Morador do Rio de Janeiro, sempre foi um grande apaixonado por conteúdo audiovisual e o universo da cultura pop. Um cinéfilo declarado, um seriador nato. Formado em teatro, descobriu sua paixão pela escrita e desde então vem estudando e se capacitando como escritor. Redator do Mix de Séries desde 2016, se desenvolveu como profissional da área e já colaborou com diversos textos em formato de críticas, reviews semanais e notícias. Através de seus textos busca sempre apresentar uma análise pessoal, técnica e sincera das produções que assiste, sem deixar o bom humor de lado. Sempre atualizado nos assuntos do momento, faz cobertura de diversos eventos representando o site. Outra paixão que caminha lado a lado é produção de eventos. Colecionando em seu currículo experiências em grandes eventos, possui verdadeira paixão em fazer parte do processo de construção e execução de eventos culturais. Com isso, equilibra seu trabalho de departamento pessoal com o ofício de escritor e produtor cultural.