Detetive Forst: série da Netflix deixa a desejar e frustra
Crítica sem spoilers da série Detetive Forst, que é uma das novas sensações da Netflix. Mas no fim, vale a pena assistir?
“Detetive Forst”, a série polonesa de suspense de 2024 disponível na Netflix, oferece uma mudança refrescante dos habituais thrillers de ação poloneses na plataforma, mantendo alguns momentos de alta adrenalina.
Composta por seis episódios, a série apresenta Borys Szyc e Zuzanna Saporznikow nos papéis principais do detetive Wiktor Forst e da repórter Olga Szrebska, respectivamente. Adaptada da série de livros “Forst” de Remigiusz Mroz, a trama se desenrola em torno de mortes misteriosas nas montanhas Tatra da Polônia, investigadas por Forst, que revela descobertas chocantes.
O drama começa com um crime bizarro que desafia a calma da pequena cidade, onde um corpo aparece amarrado a um crucifixo de metal, chamando a atenção do detetive Forst, recém-chegado de Cracóvia. O encontro inicial de Forst com a repórter Olga no local do crime estabelece uma dinâmica interessante entre os personagens.
A descoberta de um segundo corpo, deixado de maneira igualmente enigmática, porém, sugere a presença de um assassino em série nas terras altas de Podhale, aumentando a urgência da investigação.
A premissa de “Detetive Forst” é intrigante, especialmente na maneira como os corpos são deixados, sugerindo a ação de um culto. Visualmente, a série impressiona com suas belas locações naturais e uma fotografia que realça a geografia da região.
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Além disso, as atuações são um ponto forte, com Borys Szyc entregando uma performance convincente como um detetive não convencional. No entanto, a série sofre com a duração encurtada dos episódios, resultando em uma narrativa apressada e confusa, especialmente nos episódios finais.
Vale ressaltar que a edição, da mesma forma, contribui para essa confusão, deixando a trama mais complicada do que o necessário. Há uma sensação de incompletude ao final, agravada por um cliffhanger que prepara para uma segunda temporada, mas sem fornecer motivos suficientes para o espectador retornar.
Ademais, a caracterização dos personagens muitas vezes cai em clichês, como a irresistível atração do protagonista por várias mulheres, um aspecto pouco convincente e desgastado. A tentativa de adicionar profundidade ao protagonista por meio de seu passado traumático e problemas mentais acaba não funcionando, deixando Forst como uma figura bastante unidimensional. As motivações dos personagens ao final da série também parecem forçadas e pouco convincentes.
Tecnicamente, “Detetive Forst” é bem realizada, com uma boa cinematografia e design de som. Mas esses aspectos podem não ser suficientes para compensar suas falhas narrativas.
Embora visualmente atraente, a série pode deixar os espectadores se perguntando se valeu a pena. Especialmente aqueles que não estão familiarizados com as obras polonesas ou os romances originais.