Crítica: Disque Amiga Para Matar termina forte e necessária
A terceira temporada de Disque Amiga Para Matar termina com força e se mostrando necessária quanto a necessidade de discutir o luto.
Disque Amiga Para Matar (ou Dead To Me no original) sempre foi ousada em propor uma narrativa sobre morte, luto e perdão. Ainda mais sendo uma comédia. Mesmo assim, a série foi além. Com texto afiado, performances acima da média, a produção cumpriu seu papel de forma louvável em apenas três temporadas.
A terceira temporada de Disque Amiga Para Matar começa logo após a conclusão do segundo ano, quando Jen (Christina Applegate) e Judy (Linda Cardellini) foram vítimas de um acidente de carro. Hospitalizadas, elas precisam lidar com fantasmas do passado e novos desafios que a vida lhes impõe.
Discussões importantes
Críticos (e telespectadores com má vontade) argumentam que a série estrangulou a fórmula. Repetiu as mesmas ideias desde o primeiro episódio com ganchos previsíveis. Pode ser que há algum fundo de verdade nas considerações quanto a estrutura do roteiro. Contudo, acredito que Disque Amiga Para Matar é (muito) maior do que eventuais escorregadas.
O primeiro e o terceiro ano são um convite a uma terapia em grupo. Seja nos grupos de apoio ou nas trocas de Jen e Judy, nós somos convidados a sentir aquela dor e ter empatia por aquelas personagens. É um exercício difícil, mas que mesmo não querendo, você se vê envolvido e se emociona diversas vezes.
Triste, porém necessário
Entendo que o [Spoiler Alert] câncer que Judy precisa enfrentar nesse último ano foi controverso. Parece que nós não podemos ter coisas bonitas. Contudo, após entender as ideias da roteirista e produtora executiva, Liz Feldman, fica claro que não existia outro final possível.
É um fechamento de ciclo e também uma metáfora sobre as viradas da própria vida. Judy transformou a vida de Jen de forma que ela jamais imaginava. Foi uma amizade arrebatadora, intensa, necessária e transformadora. Então por mais que tenha chorado e ficado triste, entendo a mensagem e vejo-a como importante.
Considerações finais sobre Disque Amiga Para Matar
Minhas considerações em relação ao que poderia ser melhor referem-se ao completo esquecimento dos coadjuvantes. James Marsden não entregou seu melhor trabalho desde quando entrou na segunda temporada, mas sequer teve espaço para brilhar. As protagonistas tinham tal força, que ofuscavam todos ao redor.
O mesmo vale para o par romântico de Judy, Natalie Morales (Michelle Gutierrez), assim como a sogra de Jen, Lorna Harding (Valerie Mahaffey), e seu filho, Charlie (Sam McCarthy). Faltou, indiscutivelmente, mais atenção ao elenco de apoio.
De qualquer forma, Disque Amiga Para Matar é uma maratona digna de sua atenção na Netflix. Vale a pena conferir!
Nota: 4.5/5