Esse foi o maior erro de The Witcher na Netflix
Ao tentar transformar The Witcher em algo que ela não era, a Netflix acabou cometendo o seu maior erro com a série.
Game of Thrones, com suas oito temporadas, se tornou um sucesso que definiu o gênero. E existem poucos programas que alcançaram o mesmo nível de popularidade. Quando a série se encerrou, todos queriam ganhar a nova vaga. The Witcher, supostamente, deveria calçar este sapato – ou ao menos, era o que a Netflix esperava. Mas a história não foi bem assim.
Ao fazer The Witcher, a plataforma de streaming Netflix não foi nada sutil em sua intenção de recriar o sucesso da HBO, e existe algumas semelhanças entre as duas séries. No entanto, o novo programa nunca alcançou esse patamar.
The Witcher tem o seu próprio mundo mágico e muito sangue, mas a história dessa série tem uma diferença que é notável de Game of Thrones: ela centra-se nas relações dos personagens em vez de intrigas políticas.
À medida que Game of Thrones segue com muitos personagens principais que algumas vezes trabalham uns contra os outros na competição pelo Trono de Ferro, The Witcher tem uma liderança notável em Geralt de Rivia (Henry Cavill) que teimosamente prega a neutralidade do conflito crescente.
A história de The Witcher gira em torno de uma única família, Geralt tenta proteger sua filha adotiva Ciri (Freya Allan), o que não joga bem na trama política. The Witcher é uma boa história por si só, e ao tentar forçá-la a ser como Game of Thrones acaba sendo uma distração que não funciona.
The Witcher e Game of Thrones: grandes semelhanças
Embora não sejam iguais, esses dois programas têm algumas semelhanças. Ambos são baseados em uma série de romances. Game of Thrones é inspirada na série de livros “As Crônicas de Gelo e Fogo”, de George RR Martin. Já The Witcher é baseada na série homônima de Andrzej Sapkowski. Os programas tinham o material de origem para a orientação. As tramas estabelecidas distinguem esses programas uns dos outros e o restante das séries de fantasia épica flutuando por aí.
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Cada um tem um mundo elaborado e fantástico com histórias detalhadas, mas a semelhança mais notável é que ambas são lugares brutais para se viver. Westeros de Game of Thrones é um lugar perigoso onde todos devem se cuidar e até o rei pode ser (e é) morto. Já o continente apresentado em The Witcher tem os próprios perigos, os monstros que os bruxos são responsáveis por caçar.
Ambos incluem sexo, sangue e vilões implacavelmente brutais, o que lhes rendeu uma classificação de audiência madura. No entanto, onde Game of Thrones se distancia das tendências mágicas do gênero de fantasia, The Witcher se inclina para isso.
Estruturas diferentes entre Game of Thrones e The Witcher criaram o maior erro para a série da Netflix
À medida que novas fantasias surgem, fica claro que ninguém pode se comparar às tramas políticas de Game of Thrones. A história teve início introduzindo muitos personagens que queriam a mesma coisa, Daenerys Targaryen (Emilia Clarke), Jon Snow (Kit Harington), Tyrion Lannister (Peter Dinklage), Cersei Lannister (Lena Headey) e muitos que existem ao longo da série. E cada um é um personagem principal, embora, que desde o começo, estivesse claro que nem todos poderiam vencer.
The Witcher não está estruturado para compartilhar a afinidades de Game of Thrones com a política. A série tem uma liderança clara, sem desígnios políticos. Geralt quer matar monstros e manter Ciri segura, e não conquistar o mundo. Ele se firma em sua crença na neutralidade do drama político pelo qual os reinos do Continente são constantemente consumidos. E certo que, como herdeira legítima de Cintra, Ciri está envolvida nos assuntos políticos do mundo.
Mas à medida que cada reino a persegue para trazer a influência para si, ela assume um papel de peão mais do que se tornar uma jogadora séria no jogo político.
Política de The Witcher é diferente de Game of Thrones
O avanço que Game of Thrones estabelece nos personagens e a criação de alianças e traições mostram o quão bem estruturada é a história. Diferente de The Witcher. Do Casamento Vermelho à separação dos Tyrell de Cersei, as lealdades em constante mudança mantêm o público adivinhando.
Mas o programa de forma intencional dá ao público uma visão de cada ator principal, para que eles possam entender de forma clara o que está acontecendo. Alternar entre essas histórias permite que o público se surpreenda com as reviravoltas propostas, mas, uma vez que o evento acontece, eles podem entender a escolha.
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Existe histórias na série The Witcher que são políticas, mas não tem inclusão dos personagem principais. Portanto, não têm tempo suficiente para serem adequadamente claras. The Witcher é uma história única que não precisa copiar ninguém.
O desejo da Netflix por uma “Game of Thrones“ é o que acabou prejudicando The Witcher ao longo dos anos. E, talvez, não tenha como arrumar mais esse erro.
*Texto feito pela estagiária Larissa Brito, sob supervisão do editor-chefe.