Explosivos: nova série da Netflix é uma bomba no pior sentido
Nova série da Netflix dos criadores de Cobra Kai, "Explosivos" até tenta mas vira uma sátira mal feita que desagrada.
A mais recente aposta da Netflix, “Explosivos”, promete aos fãs uma mistura ousada de comédia e ação, seguindo o estilo consagrado das séries dos anos 90. A criação é de Jon Hurwitz, Hayden Schlossberg e Josh Heald, o trio responsável por “Cobra Kai”, e busca uma abordagem mais leve e cômica em comparação ao thriller intenso de “24 Horas”, com Jack Bauer.
A trama de “Explosivos” é centrada em uma força-tarefa de elite, liderada pela agente da CIA Ava (Shelley Hennig) e pelo SEAL da Marinha Chad McKnight (Nick Zano), que enfrentam o desafio de desarmar uma bomba nuclear em Las Vegas. O diferencial? A equipe, após um longo período de trabalho árduo, decide comemorar com uma festa regada a álcool e drogas, apenas para descobrir que a bomba desativada era um engodo e que ainda há uma ameaça real à espreita.
O elenco de “Explosivos” conta com personagens carismáticos como a super-atiradora Angela (Paola Lázaro), o super-soldado Trunk (Terrence Terrell) e a super-hacker Maya (Kimi Rutledge). Todos trazem suas peculiaridades e segredos, adicionando camadas à história. Contudo, a série tropeça em clichês e estereótipos, principalmente na representação de Trunk, que recebe um tratamento superficial e repleto de estereótipos raciais.
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A premissa de “Explosivos” é, sem dúvida, ambiciosa, mesclando humor, ação e referências culturais dos anos 90. Entretanto, a execução deixa a desejar. As piadas não alcançam o impacto esperado e a narrativa, que poderia ser ágil e envolvente, arrasta-se em episódios longos e sem momentos realmente marcantes. Os conflitos amorosos, como o triângulo entre Ava, McKnight e Maya, são previsíveis e pouco cativantes.
Além disso, a série peca ao não explorar de forma mais profunda a complexidade de seus personagens. Limitando-se a mostrar apenas a superfície do mundo brilhante e noturno de Las Vegas. Isso deixa o espectador em uma posição desconfortável, sem conseguir se conectar verdadeiramente com a equipe e suas motivações.
“Explosivos” tinha o potencial para ser uma sátira divertida e inteligente, mas acaba caindo no território do humor ofensivo e do clichê. A série se perde em seu próprio conceito, não conseguindo entregar uma experiência empolgante que sustente o interesse do espectador ao longo de seus episódios.
Ao final, quando tudo se resolve no episódio “Last Call”, o público pode se sentir como a única pessoa sóbria em uma festa descontrolada – o que, para muitos, é um lugar nada agradável para estar.