Fallout e The Last of Us são iguais por este motivo

Além de serem baseadas em jogos de sucesso, Fallout e The Last of Us dividem uma característica crucial. E é isso que as torna excelentes.

Fallout

Além de serem baseadas em videogames de grande sucesso, “Fallout” e “The Last of Us” dividem outro detalhe. E é um ponto crucial que muda tudo em suas estruturas. Além disso, é justamente este elemento que garante a qualidades de ambas as produções.

É notório, por exemplo, que séries de fantasia e ficção científica muitas vezes dividem o mesmo problema: a trama não avança. Isso porque, nestas séries, os roteiristas têm uma imensa dificuldade em vencer trama e personagens burocráticos. Em outras palavras, há um excesso de enrolação e quase nunca se chega ao ponto.

Leia também:

Como se sabe, tanto a fantasia quanto a ficção geralmente trabalham com conceitos complexos. Sejam nomes difíceis, muitos personagens, idas e vindas na trama, há uma porção de filmes e séries que demoram a engrenar. Isso porque ficam presas a explicações, flashbacks e sequências que supostamente deveriam desenvolver a história.

PUBLICIDADE

“Fallout” e “The Last of Us”, entretanto, dividem uma qualidade elogiável: ambas vão direto ao ponto. Além disso, não demoram nem um pouco para entregar explicações ou momentos de grande impacto. “Fallout”, por exemplo, atinge picos de ação e tensão logo no segundo episódio. Nele, os principais personagens já se encontram e entram em um emocionante embate.

Se em outras séries leva-se uma temporada ou mais para que mocinhos e vilões se encontrem, “Fallout” já dá o que os fãs querem logo no segundo capítulo. Esta é uma artimanha já bem executada por “The Last of Us”, que atingia momentos emocionais notáveis já em seus primeiros episódios. Na série da HBO, por exemplo, há grandes conflitos, mortes e reviravoltas já em suas primeiras horas.

“Fallout” corrige grande erro de “Westworld”

O criador de “Westworld” é produtor executivo e diretor em “Fallout”. E a nova série da Amazon Prime Video corrige um grande equívoco que prejudicou drasticamente o drama da HBO. Em “Westworld”, Jonathan Nolan prometeu um conflito por quatro (!) temporadas e nunca o entregou. Cada season finale prometia que, em breve, algo grande aconteceria. Mas isso nunca se concretizou e a série foi cancelada sem jamais entregar todo o seu potencial.

Felizmente, então, constatamos que “Fallout” faz o caminho quase que diametralmente oposto. Enquanto a série dos robôs no velho oeste só prometia e não entregava, a adaptação dos jogos não demora em jogar momentos empolgantes na tela. Além disso, os personagens de “Fallout” já avançaram consideravelmente, tanto literal quanto figurativamente.

Além de terem percorrido um longo caminho, as principais peças do show já aprenderam muitas coisas e evoluíram de formas distintas. Esperamos, contudo, que este avanço ágil, mas cuidadoso, se mantenha durante toda a série, e o ritmo não caia. Recentemente, por exemplo, vimos “O Problema dos 3 Corpos” atingir seu ápice no 5º episódio da 1ª temporada, mas deixar a coisa esfriar nos três últimos.

Sobre o autor

Matheus Pereira

Coordenação editorial

Matheus Pereira é Jornalista e mora em Pelotas, no Rio Grande do Sul. Depois de quase seguir carreira na Arquitetura, enveredou para o campo da Comunicação, pelo qual sempre nutriu grande paixão. Escritor assíduo na época dos blogs, Matheus desenvolveu seus textos e conhecimentos em Cinema e TV numa experiência que já soma quase 15 anos. Destes, quase dez são dedicados ao Mix de Séries. No Mix, onde é redator desde 2014, já escreveu inúmeras resenhas, notícias, criou e desenvolveu colunas e aperfeiçoou seus conhecimentos televisivos. Sempre versando pelo senso crítico e pela riqueza da informação, já cobriu eventos, acompanha premiações, as notícias mais quentes e joga luz em nomes e produções que muitas vezes estão fora dos grandes holofotes. Além disso, trabalha há mais de dez anos no campo da comunicação e marketing educacional, sendo assessor de imprensa e publicidade em grandes escolas e instituições de ensino. Assim, se divide entre dois pilares que representam a sua carreira: de um lado, a educação; de outro, as séries de TV e o Cinema.