Gangues da Galícia | Série desperdiça tempo e não inova na Netflix
Crítica da série Gangues da Galícia na Netflix, que a princípio encanta mas demonstra alguns problemas nos seus episódios.
“Gangues da Galícia” (Clanes no original espanhol), dirigida por Roger Gual, é um drama policial que, apesar de conter elementos clichês na trama, consegue manter os espectadores engajados. Enquanto a atuação é natural e convincente, é a escrita que falha, dando a sensação de que já vimos essa história antes.
A premissa de uma advogada de sucesso que abandona sua carreira na cidade grande para investigar o assassinato do pai em uma pequena cidade e acaba se envolvendo com o filho do chefe do tráfico é previsível e não muito original. A surpresa com suas próprias ações e o consequente turbilhão emocional também são elementos já bastante explorados em outras produções.
A princípio, Gangues da Galícia encanta…
A trama se passa na cidade de Cambados, na Galícia, Espanha, onde a notória família Padin comanda o tráfico de drogas. Com advogados e policiais em sua folha de pagamento, a aplicação da lei se torna uma tarefa difícil. José Padin (Miguel de Lira), o patriarca, mesmo preso, continua a gerir o negócio com a ajuda de seu filho Daniel (Tamar Novas), e seus primos Nilo (Xosé Antonio Touriñán) e Toño (Chechu Salgado).
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Enquanto isso, em Madrid, a advogada de sucesso Ana (Clara Lago) perde seu pai em um assassinato misterioso. Suspeitando que a morte de seu pai está ligada ao esquema de tráfico dos Padin, Ana abandona sua carreira e viaja para Cambados para investigar.
Série tem problemas ao decorrer dos episódios
O principal problema de Gangues da Galícia é a forma pouco imaginativa como a história é retratada. Embora o tema seja previsível, sua execução deixa a desejar. Mesmo com boas atuações, a escrita precisa se elevar para que a série se destaque em meio a tantas outras produções semelhantes disponíveis.
Daniel, interpretado por Tamar Novas, é o personagem mais bem desenvolvido, mostrando nuances entre o prazer de escapar das autoridades e o desconforto com a violência do tráfico de drogas. Clara Lago, por outro lado, entrega uma performance decepcionante como Ana, cuja principal motivação deveria ser a vingança pela morte do pai, mas que rapidamente se envolve com Daniel, esquecendo-se de seu objetivo inicial.
Apesar dos clichês, os personagens secundários e as subtramas interconectadas são bastante envolventes. Destaque para a relação entre Marco e Maria, cujas famílias têm laços sombrios com os Padin. Marco é protegido do negócio, enquanto Maria é neta do informante que levou José Padin à prisão. O detetive Naranjo (Francesc Garrido) também merece menção por sua obsessão em caçar a família, negligenciando sua própria esposa no processo.
Se você conseguir ignorar os clichês, “Gangues da Galícia” oferece momentos apreciáveis. A atuação de Tamar Novas, o desespero de Marco para entrar no negócio, os laços familiares corrompidos de Maria e as frustrações da polícia em reunir provas contra os chefões do tráfico constituem grande parte desses momentos.
Conclusão: “Gangues da Galícia” pode não ser a série mais inovadora, mas consegue prender a atenção com suas subtramas e personagens bem desenvolvidos. Se você gosta de dramas criminais e está disposto a passar por cima dos elementos previsíveis, essa série pode ser uma boa opção de entretenimento na Netflix.