Gen V: personagens criam grande furo de roteiro em The Boys

Se você achou que os nepo babies eram ruins na vida real, espere até ver os Supes universitários em Gen V. A série revelou que Marie Moreau (Jaz Sinclair) possui os mesmos poderes de sua benfeitora anteriormente sem nome, a candidata a vice-presidente Victoria Neuman (Claudia Doumit). Embora não sejam parentes de sangue, a reviravolta chama a atenção para o quão estranho é que tantos personagens de Gen V tenham poderes idênticos aos de The Boys.

Por exemplo, o possível orador André Anderson (Chance Perdomo) e o entediado líder de alojamento Maverick (Nicholas Hamilton) têm os mesmos poderes de seus pais, o administrador da Universidade Godolkin, Polarity (Sean Patrick Thomas), e o ex-membro dos Sete, Translucent (Alex Hassell), respectivamente. Embora seja lógico concluir que esses estudantes herdam seus poderes, isso não se encaixa completamente com as regras do universo de The Boys até agora explicado.

O Composto V nunca foi tão consistente ou previsível

Até Gen V, Ryan Butcher (Cameron Crovetti) era o único Supe a manifestar poderes idênticos aos de seus pais. Uma aparente anomalia que pode ser explicada pelo fato de esses poderes virem puramente da genética. Entretanto, André e Maverick devem ter obtido seus poderes do Composto V.

Historicamente, o Composto V é altamente imprevisível. Tão propenso a conceder “poderes” inúteis quanto a conceder habilidades práticas de combate ao crime. Para cada pessoa que manifesta um dom convencional como superforça ou super velocidade, provavelmente há pelo menos uma pessoa que manifesta vômito ácido, por exemplo. Portanto, o fato de que André e Maverick têm poderes que realmente se prestam ao heroísmo já é bastante sorte. Mas são remotas as chances de eles obterem os mesmos poderes de seus pais.

Embora alguns possam descartar isso como o Composto V afetando pai e filho de maneira semelhante, isso não parece ser uma certeza neste universo. Caso contrário, o Capitão Pátria (Antony Starr) teria manifestado os exatos mesmos dons de seu doador de esperma, Soldier Boy (Jensen Ackles). Essa possível falha na trama não quebra exatamente o universo de The Boy. Mas evita uma narrativa arguivelmente mais envolvente em favor de clichês de super-heróis.

Repetir poderes priva séries de uma rara oportunidade de contar uma história

Gen V lida superficialmente com temas de privilégio e nepotismo, nunca parecendo interessado em atacar esses alvos completamente. Em vez disso, o programa se concentra nos desafios de ser um jovem em um ambiente universitário de alta pressão. É um tema sólido que poderia ter sido ampliado dando a André e Maverick poderes diferentes de seus pais.

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Especificamente para André, sua jornada ao longo do programa é definida pelas expectativas injustas de seu pai. E pela manutenção passiva das injustiças que ocorrem em Godolkin. E as apostas emocionais teriam sido ampliadas se, em vez de receber as incríveis habilidades de seu pai, ele tivesse recebido poderes embaraçosos ou prejudiciais que não apenas intensificariam os obstáculos que ele enfrenta para ganhar a aprovação de seu pai, mas também materializariam a crueldade de ter drogado seu filho antes mesmo do nascimento.

Enquanto The Boys chama a atenção para o relacionamento tenso de Starlight (Erin Moriarty) com sua mãe depois de descobrirem o uso do Composto V. O impacto dessa revelação, em grande parte, reduz-se devido à verdadeira extraordinariedade de seus dons. Se Gen V tivesse forçado André a agradar seu pai neurótico e a navegar por um ambiente social brutal no campus com poderes comuns, isso teria proporcionado à série a oportunidade de explorar as ideias apresentadas em The Boys de maneira mais profunda e de contar uma história mais original sobre a herança de superpoderes.

Sobre o autor

Matheus Pereira

Coordenação editorial

Matheus Pereira é Jornalista e mora em Pelotas, no Rio Grande do Sul. Depois de quase seguir carreira na Arquitetura, enveredou para o campo da Comunicação, pelo qual sempre nutriu grande paixão. Escritor assíduo na época dos blogs, Matheus desenvolveu seus textos e conhecimentos em Cinema e TV numa experiência que já soma quase 15 anos. Destes, quase dez são dedicados ao Mix de Séries. No Mix, onde é redator desde 2014, já escreveu inúmeras resenhas, notícias, criou e desenvolveu colunas e aperfeiçoou seus conhecimentos televisivos. Sempre versando pelo senso crítico e pela riqueza da informação, já cobriu eventos, acompanha premiações, as notícias mais quentes e joga luz em nomes e produções que muitas vezes estão fora dos grandes holofotes. Além disso, trabalha há mais de dez anos no campo da comunicação e marketing educacional, sendo assessor de imprensa e publicidade em grandes escolas e instituições de ensino. Assim, se divide entre dois pilares que representam a sua carreira: de um lado, a educação; de outro, as séries de TV e o Cinema.

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