Gilmore Girls: o final original é muito melhor

Gilmore Girls ganhou novos episódios há alguns anos, mas as novas histórias valem a pena? Ou seria melhor ficar com o final original?

Gilmore Girls

A série “Gilmore Girls”, com sua trama sobre o amor entre mãe e filha, conquistou corações ao longo dos anos. Mas não passou imune às críticas sobre sua falta de representatividade e comentários insensíveis.

Quando anunciaram o aguardado revival em 2016, intitulado “Gilmore Girls: Um Ano para Recordar”, muitos esperavam uma nova abordagem mais inclusiva e consciente. No entanto, o que se viu foi uma continuação que, em muitos aspectos, falhou em corrigir os erros do passado.

Desde sua estreia, “Gilmore Girls” recebeu críticas devido à sua tendência ao body-shaming e à falta de diversidade. Comentários desagradáveis sobre o corpo e a aparência eram frequentes, refletindo padrões ultrapassados da época.

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Infelizmente, o revival não apenas manteve esses problemas, como os exacerbou. Em uma cena particularmente desconfortável, Lorelai e Rory ridicularizam pessoas por sua aparência à beira da piscina, evidenciando uma falta de sensibilidade que não condiz com os tempos atuais.

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A falta de diversidade étnica e de orientação sexual também persistiu no revival. Com um elenco majoritariamente branco e poucos personagens LGBTQ+, a série falhou em representar a variedade da sociedade contemporânea. Mesmo durante viagens internacionais dos personagens, a diversidade continuou escassa, deixando de refletir a realidade multicultural do mundo atual.

Além disso, “Gilmore Girls: Um Ano para Recordar” não conseguiu desenvolver seus personagens principais de maneira satisfatória. Antes, retratavam Rory como uma jovem ambiciosa, agora a veem como uma adulta mimada e sem rumo, enquanto Lorelai enfrenta questões familiares de forma insensível, ignorando o legado de seu falecido pai. Essas decisões criativas questionáveis resultaram em uma narrativa que desapontou muitos fãs.

No final das contas, “Um Ano para Recordar” mostrou-se uma oportunidade perdida de corrigir as falhas da série original e se adaptar aos padrões atuais de inclusão e sensibilidade.

Enquanto continuamos a apreciar obras de entretenimento, é importante reconhecer e questionar as mensagens que elas transmitem, especialmente quando perpetuam estereótipos prejudiciais. O legado de “Gilmore Girls” continuará, mas não sem críticas justificadas à sua falta de evolução em tempos de mudança.

Por isso, a série deveria ter parado em seu final original, já que o revival só reascende erros e não melhora nada.

Sobre o autor

Matheus Pereira

Coordenação editorial

Matheus Pereira é Jornalista e mora em Pelotas, no Rio Grande do Sul. Depois de quase seguir carreira na Arquitetura, enveredou para o campo da Comunicação, pelo qual sempre nutriu grande paixão. Escritor assíduo na época dos blogs, Matheus desenvolveu seus textos e conhecimentos em Cinema e TV numa experiência que já soma quase 15 anos. Destes, quase dez são dedicados ao Mix de Séries. No Mix, onde é redator desde 2014, já escreveu inúmeras resenhas, notícias, criou e desenvolveu colunas e aperfeiçoou seus conhecimentos televisivos. Sempre versando pelo senso crítico e pela riqueza da informação, já cobriu eventos, acompanha premiações, as notícias mais quentes e joga luz em nomes e produções que muitas vezes estão fora dos grandes holofotes. Além disso, trabalha há mais de dez anos no campo da comunicação e marketing educacional, sendo assessor de imprensa e publicidade em grandes escolas e instituições de ensino. Assim, se divide entre dois pilares que representam a sua carreira: de um lado, a educação; de outro, as séries de TV e o Cinema.