Good Girls é a nova série da NBC que todos precisam amar
Crítica dos três primeiros episódios, da primeira temporada, de Good Girls.
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Uma série despretensiosa e que sabe surpreender.
Há tempos eu aguardo uma produção na TV aberta dos Estados Unidos que fizesse diferente. Mas, é pelo fato de saber que raras são as vezes que isso acontece, é que acabo me surpreendendo quando isso acontece. Foi assim ao final do piloto de This Is Us, há dois anos, e agora, com Good Girls.
Claro que, não estou comparando histórias. Mas Good Girls não quis “escancarar” sua trama para o público antes da estreia, e isso valeu muito a pena. Eu estava completamente cético em relação a série, e não esperava menos que uma baboseira sem profundidade. Para falar a verdade, eu esperava um série bobinha de 20 minutos. Me surpreendi, ao final dos 42 minutos do piloto, que ser ousado é novidade na televisão norte-americana.
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Passado três episódios, Good Girls ainda não me parece uma série de TV aberta, muito menos da NBC. E isso ganhou pontos comigo. É querer ousar, ser diferente, e o melhor… com boas histórias!
Três mulheres e… vários crimes!
Talvez, o interessante de Good Girls é que você compra a causa das protagonistas, e passa a torcer por elas. Mesmo com elas dispostas a cometerem vários crimes. Encabeçado por Christina Hendricks, Mae Whitman e Retta, as três amigas são completamente diferentes em personalidades, mas igualmente ferradas ao se tratar de suas vidas pessoais.
Beth (Hendricks), mãe de quatro filhos, endividada, e recém descobrindo que seu marido está lhe traindo; Annie (Whitman), mãe solteira, caixa de super-mercado e com uma custódia para enfrentar; e Ruby (Retta), que possui uma garotinha com uma doença grava, e nenhum dinheiro para bancar seu tratamento.
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Problemas comuns, descrenças de soluções. As três terminam com uma ideia um tanto inesperada: elas combinam de assaltar o super-mercado onde Annie trabalha. Em situações hilárias, mostrando o completo amadorismo das meninas, elas terminam surpreendidas ao ver que conseguiram roubar bem mais do que pretendiam: meio milhão de dólares.
Os desdobramentos do assalto são incríveis, mas o interessante da trama e a profundidade por trás de algumas piadas ou cenas engraçadas, é que elas são mulheres comuns, que fizeram o que fizeram apenas por desespero. Há em Good Girls uma certa inocência, que muitas tramas atuais não apresentam mais. Há também a preocupação de envolver o público com seus personagens, a ponto de apresentarem suas histórias e fazermos com que torçamos por eles. Para uma série ser sucesso, ela não precisa de grandes nomes, um elenco gigante e alto orçamento. Ela precisa ter voz, uma boa história, e usar essa combinação para ser ouvida. Good Girls, sem dúvidas, consegue fazer isso…
Um assalto que virou uma bola de neve!
Ao assistir os três primeiros episódios da série, você se sente completamente imerso na trama, e sem saber o que esperar a seguir. Era para elas terem apenas roubado o supermercado, e pegado 30 mil dólares. Desde então, elas gastaram o dinheiro, se envolveram com um chantageador/estuprador, além do mais inesperado e excitante – a relação delas com uma gangue que, na verdade, era a verdadeira dona do dinheiro do super-mercado.
A cada momento, elas se veem cada vez mais atoladas na lama do roubo, mas o que era para ser uma trama densa e pesada, acaba ganhando a leveza do humor que a série se propõem a manter. A mensagem que Good Girls quer passar é a de que “nada está ruim, que não possa ficar pior” (pode adicionar também aí, ‘Karma’s a bitch’), porque em todos os episódios elas terminam se envolvendo em uma situação pior que a anterior.
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Desprendida de qualquer densidade desnecessária, Good Girls pode – facilmente – acabar se tornando o seu passatempo favorito da semana. Uma série gostosa de assistir, divertida e excitante.
Ah, e o melhor: está sendo distribuída pela Netflix, e já está renovada para a segunda temporada. Então se joga na maratona…