Crítica: 7ª temporada de Grace & Frankie é boa, mas aquém do esperado

Expectativa era alta para última temporada de Grace & Frankie, mas o roteiro resolveu focar em demasia nos personagens e pouco na conclusão.

Grace & Frankie, Netflix
Imagem: Netflix / Divulgação

Antes mesmo das recentes turbulências, a Netflix nunca foi muito adepta a produzir muitas temporadas das suas séries originais. Nem mesmo aquelas com produtores vorazes e criativos. Grace & Frankie fugiu a regra e desafiou a definição de longevidade, seja na sua própria história ou no modelo da empresa de fazer negócio. Foram sete temporadas falando sobre assuntos como prazer na terceira idade, morte e empreendedorismo após os sessenta anos. Contudo, a questão que se impõe é: será que o final fez jus a jornada?

O último ano traz as personagens títulos tendo que lidar com problemas em diversas frentes. A empresa de bacios está estagnada sem investimentos. Say Grace não está nos seus melhores dias. A vida dos filhos continua incrivelmente confusa e sem perspectiva. Além disso, a vida amorosa de Grace e Frankie encontra-se, ou melhor, procura-se. Já Sal e Robert têm que lidar com os efeitos colaterais da velhice. Sem romantizar nada, como prefere Robert.

Grace & Frankie, Netflix
Imagem: Netflix / Divulgação

Uma nota, por favor

É difícil concluir uma série amada pelo público, elogiada pela crítica e rentável aos seus produtores. Foi assim com Friends, Modern Family e Desperate Housewives. Embora tenha citado exemplos de conclusões bem-sucedidas, finais são sempre traumáticos. E Grace & Frankie não foi diferente. Marta Kauffman e Howard J. Morris tentaram dar a todos os personagens, relevantes ou não, a oportunidade de uma despedida digna. Contudo, os problemas da última temporada começam justamente por aí.

Na busca de não deixar ninguém para trás, o roteiro esqueceu do essencial: reforçar e destacar a mensagem que a série vem trazendo desde o primeiro episódio. Não há momento a ser desperdiçado. O melhor da vida é hoje, agora neste exato momento. E, por fim, mas não menos importante, toda hora é uma bora hora para recomeçar. Lições de vida que, infelizmente, ficaram de lado nessa busca desenfreada por uma piada infalível e um final feliz para todos.

Grace & Frankie, Netflix, Brianna (June Diane Raphael)
Imagem: Netflix / Divulgação

Introdução de spin-off?

Teorias nas redes sociais dão conta de que a atenção demasiada que Brianna (June Diane Raphael) e Mallory (Brooklyn Decker) receberam nessa última temporada deve-se ao fato de uma série derivada no horizonte. Confesso que a ideia não é ruim. Muito pelo contrário, a dinâmica de ambas é deliciosa.

O problema é que antes de chegarmos numa eventual série derivada, estamos assistindo as aventuras de Grace e Frankie, não Brianna e Mallory. Tal descompasso serviu para destacar, mais uma vez, a total falta de foco do roteiro neste último ano.

Além disso, as intermináveis peripécias de Robert e Sol também não ajudaram. Os coadjuvantes são divertidos e simpáticos, principalmente durante o desenvolvimento da perda de memória de Robert. O problema, contudo, baseia-se no fato de que os personagens receberam mais atenção do que deveriam. É verdade que todos merecem um final feliz, mas não a custo das nossas protagonistas.

Grace & Frankie, Netflix
Imagem: Netflix / Divulgação

Final luxuoso

Apesar dos problemas da última temporada, a Series Finale foi um luxo. A participação especial de Dolly Parton, um titã, promovendo assim uma reunião de Como Eliminar Seu Chefe, foi um deleite. Um momento tão único que entrará para história da televisão americana. Nesse sentido, ponto para criatividade do roteiro em não só fazer esse encontro acontecer, como também pela forma que ele foi feito. Leve, divertido e tudo o que aqueles momentos derradeiros pediam.

Por fim, também elogio o final propriamente dito. Ver nossas protagonistas tão felizes, tão radiantes e entusiasmadas pelo que ainda estar por vir. É exatamente a razão da existência de Grace & Frankie. Lembrando que idade não é impedimento para nada e nem para ninguém. Velhice está na cabeça das pessoas!

Sendo assim, conclui lembrando que não há idade para transar, fumar um baseado, assim como ser espontâneo e ser feliz. Por isso, ressalto que é preciso brindar a vida sempre!

Nota: 3.5/5

Sobre o autor
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Bernardo Vieira

Meu nome é Bernardo Vieira, sou catarinense e tenho 25 anos. Sou bacharel em direito, jornalista e empreendedor digital. Escrevo no Mix de Séries desde janeiro de 2016.Sou responsável pelas colunas de audiência e Spoiler Alert, além de cuidar da editoria de premiações e participar da pauta de notícias. Quer saber mais? Me pague um café e vamos conversar.

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