House of the Dragon: 2º episódio traz erros e acertos de Game of Thrones
Segundo episódio de House of the Dragon movimenta a trama e expande o universo de Game of Thrones. Para isso, repete erros e acertos.
Game of Thrones sempre foi uma série que batalhou para manter seu ritmo. Com inúmeros personagens e locações, as “Crônicas de Gelo e Fogo” constantemente precisou ir e voltar em narrativas e lugares para contar suas histórias. Em alguns momentos, é bem verdade, a série patinou e não conseguiu manter uma coerência ou ritmo.
Em seu segundo capítulo, House of the Dragon chega a este momento delicado de equilíbrio. O novo programa tenta, a todo custo, manter o escopo mais contido, mas também sabe que é preciso alargar a escala para manter os espectadores atentos e ativos.
Desta forma, “The Rogue Prince” se divide em duas tarefas insólitas. Hora quer ser um drama palaciano, lotado de diálogos e calcado em tragédias shakespearianas. Em outros momentos, anseia ser apenas um espetáculo, com referências gratuitas e cenas perfeitas para lotar o Twitter e fazer os fãs vibrarem. Com isso, o segundo capítulo faz um malabarismo que Game of Thrones aperfeiçoou no caminho: dividir, em igual medidas, a burocracia política das intrigas e o sangue e a violência oriundos das ações dos envolvidos.
Novo episódio avança a trama e movimenta o jogo – ou melhor: a Dança!
Assim, “The Rogue Prince” consegue entregar, em menos de uma hora, algumas das piores manias da franquia – e uma porção de seus melhores momentos. Não podemos ignorar, por exemplo, a autoindulgência do roteiro ao incluir um diálogo de quase cinco minutos entre Alicent e Rhaenyra.
Ainda que as personagens sejam interessantes, e sua relação seja vital ao drama central, é enfadonho acompanhar a conversação se desenrolar sem qualquer atrativos narrativo ou visual. É irônico, portanto, que este episódio seja dirigido por Greg Yaitanes, um diretor reconhecido por cenas de ação e impacto.
Leia também: House of the Dragon, episódio 1: todas referências de Game of Thrones
De todo modo, o novo capítulo de House of the Dragon tem muita coisa acontecendo. Ainda que um tempo precioso seja perdido em longos diálogos, é inegável que, já em seu segundo episódio, a série já tenha avançado bastante com seus personagens e narrativa.
O conflito entre Viserys e Daemon, por exemplo, segue interessante, e tanto Paddy Considine quanto Matt Smith entregam ótimas performances. Além disso, a movimentação nos bastidores do poder soam claras e envolventes. Logo, as peças do tabuleiro – e seus movimentos – são bem desenhadas e exploradas. Desta forma, tanto as maquinações de Otto quanto as de Corlys surgem empolgantes e importantes.
Capítulo expande o universo e dimensiona personagens
Para completar, House of the Dragon aproveita para expandir o universo tanto com detalhes históricos quanto com novos personagens e novos cantos de lugares já conhecidos. Dragonstone, por exemplo, já apareceu diversas vezes na série original, mas aqui surge sob novo olhar, numa belíssima fotografia caprichada em luzes e sombras.
A série, aliás, merece todos os elogios no quesito técnico. Já começando no patamar épico que Game of Thrones levou anos para conquistar, House of the Dragon exibe efeitos visuais primorosos, além de um notável apreço por detalhes que enriquecem a história, seus personagens e o universo em que habitam.
Avançando os conflitos, o segundo capítulo traz a série tentando acertar o passo quanto ao ritmo e suas prioridades. Ainda que seja um excelente episódio, “The Rogue Prince” ainda repete alguns pequenos equívocos da série original. Ainda assim, é importante ressaltar que, caso a temporada siga entregando capítulos importantes como este, House of the Dragon pode ter um primeiro ano louvável.
Nota: 4/5