House of the Dragon: 5º episódio é o melhor da temporada até aqui
House of the Dragon chega ao clímax da primeira metade com seu melhor episódio até aqui. Série tem união certeira de diálogos e ação.
House of the Dragon chega à metade do caminho com o melhor episódio da primeira temporada até aqui. Em determinado aspecto, o 5º capítulo da série da HBO é uma espécie de clímax para a primeira fase. A partir da próxima semana, novos atores assumem alguns dos papeis mais importantes da série.
“We Light the Way”, então, é um ponto de fissura, um momento decisivo na narrativa deste primeiro ano. Desta forma, a trama avança em importantes passos, enquanto aproveita para entregar momentos de impacto, típicos da franquia.
Depois de um início sólido e de um tropeço vergonhoso no 3º episódio, House of the Dragon oferece um capítulo certeiro, tanto em texto quanto visual. O roteiro, aliás, sabe dosar com precisão a quantidade de diálogos e as sequências de ação ou suspense.
É irônico, portanto, que um texto tão bem construído tenha sido criado por uma roteirista novata na franquia. Charmaine de Grate entende as cerimônias da série, mas também sabe que House of the Dragon é, em grande parte, um novelão. Assim, enquanto entrega diálogos bem enjambrados, ela também costura intrigas e reviravoltas no desfecho.
Melhor Roteiro e Melhor Direção da temporada são de mulheres novatas na franquia
O mesmo serve para a diretora Clare Kilner. É interessante notar que o melhor trabalho de direção, até aqui, tenha sido o de uma cineasta recém-chegada à franquia e com poucos créditos no currículo. Esse destaque de duas novas artistas nos bastidores levanta uma interessante questão: talvez seja preciso arejar mais a equipe. O futuro, afinal, pode estar nas mãos de gente realmente nova, recém-chegada, e não nos medalhões amplamente explorados em Game of Thrones.
Kilner, por exemplo, cria alguns dos quadros mais belos de toda a franquia, filmando diálogos com a mesma elegância e ritmo com que grava dragões e batalhas. A diretora ainda tem mais dois episódios sob seu comando, o que é uma ótima notícia.
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Além disso, House of the Dragon parece ter deixado os tropeços técnicos para trás. Assim, o quinto capítulo tem uma fotografia deslumbrante e efeitos visuais irretocáveis. Os cenários e locações ainda parecem muito pequenos para os anseios da trama – principalmente se lembrarmos da magnitude de Os Anéis de Poder -, mas A Casa do Dragão segue belíssima.
Os figurinos, por exemplo, seguem os mais exuberantes da televisão, e a riqueza de detalhes é de tirar o fôlego. Aliás, uma das maiores qualidades do guarda-roupas da série é a relevância da costura na narrativa. Cada vestido, armadura ou penteado conta um pouco sobre os personagens e suas narrativas.
House of the Dragon fala de legado em um universo que só se preocupa com glória feita de sangue
Neste 5º episódio a única lástima é saber que alguns dos atores não retornarão. Milly Alcock, por exemplo, é uma das grandes descobertas da franquia. A boa notícia, ao menos por enquanto, é que Paddy Considine continua como o Rei Viserys. Sua atuação é calculada, mas jamais perde a humanidade. Assim, ao vermos o homem alquebrado, revisitando o próprio legado, é impossível não nos compadecermos.
O roteiro, aliás, faz uma importante provocação: dentro ou fora de Westeros, há espaço para os bons? Pois a impressão é a de que apenas os conquistadores, loucos, malvados e briguentos entram para a história quando, na verdade, os bons, justos e pacíficos deveriam levar as honras.
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Com um desfecho digno de Game of Thrones e seus casamentos, House of the Dragon até exagera em alguns momentos, principalmente em conveniências de roteiro. Ainda assim, é um entretenimento imperdível, que nos mantém agarrados à televisão a cada domingo.
Assim, caso mantenha esta qualidade até o final da temporada, a série pode ser, logo de largada, tão boa quanto a produção original. A cena final, por exemplo, é uma das melhores de toda a franquia: um rato bebendo sangue frente ao trono e cercado por um castelo frio e escuro.