Law & Order acerta ao tratar sobre privacidade e moral no 23×04
O episódio de Law & Order não traz nada genial ou revolucionário nesta semana, mas o roteiro propõe uma abordagem diferenciada que funciona.
Entendo que fazer uma série longa e procedural é como correr uma maratona e não uma prova de cem metros. Episódios como o anterior não importam. O foco, acredito, deve ser em manter o compromisso a longo prazo. Nesta semana, Law & Order reforça esse objetivo com uma história sólida e relevante.
Em Unintended Consequences, Shaw (Mehcad Brooks) e Riley (Reid Scott) investigam o assassinato de uma corretora de imóveis. No decorrer da investigação, os detetives se deparam com uma testemunha que é, digamos, no mínimo controversa. Será que terá credibilidade com o júri?
Encruzilhada
Entendo que a síntese da narrativa que o roteiro se propõe neste episódio não sugere algo apelativo ou revolucionário. Contudo, a abordagem é feita com tanto respeito e inteligência que o telespectador se vê envolvido em conflitos que ninguém sabe direito como resolver. Essa característica é o que torna o Law & Order tão importante.
No julgamento, e aqui faço menção ao trabalho sempre preciso do Hugh Dancy, é que precisamos descer do muro. O que é o ‘certo’? Condenar um criminoso por homicídio ou permitir que um pedófilo sofra os rigores da lei? É uma encruzilhada tenebrosa que até este momento, não sei se há uma resposta ‘correta’. É dever do promotor de justiça, contudo, fazer esse juízo.
Abordagem certeira
Entendo que as caras e bocas exigidas pela direção e os diálogos sofríveis trazidos pelo roteiro jogam contra Law & Order nesta semana. O entretenimento, contudo, está no êxito em trazer o telespectador para dentro da história. Ser incômodo e inconveniente, assim como cutucar e fazer pensar.
Em suma, não há grandes novidades. Mas há inteligência em propor uma narrativa ágil e capaz de nos desafiar. O que faríamos no lugar do promotor? O que é ‘certo’ e o que é ‘errado’. Televisão de massa tem o dever de entreter e fazer pensar.