Law & Order: SVU trouxe três episódios com qualidades bem diferentes

A análise dessa semana vai ser um pouco diferente, na verdade, um pouco especial. Faremos um comentário robusto de três episódios: 23×14, “Video Killed the Radio Star” (mediano); 23×15, “Promising Young Gentlemen” (ótimo); e 23×16, “Sorry If It Got Weird for You” (bom).

Avaliação tripla que não só põe em dia o nosso atraso com você, leitor assíduo do Mix de Séries, mas também demonstra a fase irregular (e um tanto complexa) que Law & Order: SVU se encontra.

Em certos momentos, entrega episódios excelentes. Contudo, também consegue propor narrativas medianas e outras simplesmente boas. Sequências e discussões que não agregam, mas também não desagregam. Será que a série entrou no piloto automático? Este que vos escreve realmente espera que não. Começamos, portanto, com “Video Killed the Radio Star“, o pior episódio que avaliaremos hoje.

Enrolação de primeira

A Unidade de Vítimas Especiais investiga suspeitas contra um radialista popular de Nova York, Jake Weber (Bob Flynn, em participação especial). Figura bastante conhecida na mídia de hoje que busca faturar em cima do politicamente incorreto. Veja, a premissa não é nenhuma novidade. Nesses mais de vinte anos, isso já foi explorado ad nauseam.

Sendo assim, o roteiro decide propor uma investigação secreta. Parece empolgante? Só parece. O problema é que não vamos a lugar nenhum. Sabemos da culpa do acusado. Não há dúvidas. Mas para fins criativos resolve-se investir numa história mirabolante de homicídio com conspiração e estupro. Nem mesmo uma crítica social sobre a verborragia dessas novas estrelas da extrema direita na mídia o roteiro é bem sucedido. Nada, infelizmente, funciona.

Law & Order: SVU propõe homenagem qualificada

Quando você lê “Promising Young Gentlemen“ lembra de alguma coisa? Caso tenha pensado no filme “Promising Young Woman“, batizado por aqui de “Bela Vingança“, está no caminho certo. Isso porque o episódio presta uma homenagem qualificada e muito interessante ao longa de Emerald Fennell.

Quando a sobrinha de Carisi (Peter Scanavino) delata um crime de estupro numa célebre fraternidade da Universidade Hudson, uma das mais prestigiadas do estado de Nova York, a Unidade de Vítimas Especiais avança com rapidez.

Com ajuda do Detetive Andy Parlato-Goldstein (Jason Biggs), da Unidade de Crimes de Ódio, a investigação descobre situações pavorosas que redefinem o termo “cultura de estupro”. As provas são tão absurdas e robustas que a procuradoria decide não só processar os jovens por formação criminosa e estupro, mas também por crime de ódio contra mulheres.

O entendimento não é nenhuma novidade. Já existe no Brasil na figura do Feminicídio na Lei nº 13.104/2015. Contudo, ainda é novidade nos Estados Unidos. Razão pela qual o episódio é tão importante, assim como fascinante e excelente num momento como esse.

Seguindo tendência

Por fim, “Sorry If It Got Weird for You“ vai ao encontro da tendência que tomou Hollywood nos últimos tempos, principalmente na televisão. Desmistificar titãs da tecnologia, assim como expor seus malfeitos. Neste caso, temos o criador de um aplicativo de namoro que usa a ferramenta para, pasmem, violentar e estuprar mulheres.

O problema é que há uma conspiração para manter esses casos sob sigilo para, no futuro, explorá-los publicamente e tomar o controle da empresa.

Infelizmente, o roteiro aposta em clichês para atingir o clímax e fazer seu comentário social. Embora a história seja simpática e a narrativa eficiente, não há nada de inovador. Tampouco extraordinário. O que faz vibrar e impressionar é o trabalho de Sherri Saum, em participação especial.

A atriz, mais conhecida pelo seu trabalho em The Fosters, é frequentemente subaproveitada. Entretanto, quando tem uma oportunidade, não desaponta.

Em suma, cabe aqui lembrar que retornaremos apenas na primeira semana de abril, quando a série retorna do seu novo hiato para o episódio dezessete. Portanto, façamos votos para que retorne bem! Sendo assim, e sem mais delongas, até lá!

Bernardo Vieira

Meu nome é Bernardo Vieira, sou catarinense e tenho 25 anos. Sou bacharel em direito, jornalista e empreendedor digital. Escrevo no Mix de Séries desde janeiro de 2016.Sou responsável pelas colunas de audiência e Spoiler Alert, além de cuidar da editoria de premiações e participar da pauta de notícias. Quer saber mais? Me pague um café e vamos conversar.

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