
Imagem: Arquivo pessoal
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“Ele pagou a vida. Mas ele começou algo.”
Não estávamos esperando por esse episódio logo agora. Pelo menos eu não estava. Porque começamos a nos afeiçoar aos personagens e a entender suas ações para tomar umas porradas ao final.
É. Estou falando daquilo mesmo: a morte tão prematura – para nós – de Pop. Porque foi esse acontecimento o ponto de virada na trajetória de Luke e ainda rendeu muitos desdobramentos, pois todos os personagens, fala-se do principais, foram afetados de alguma forma por isso. Misty, Cornell e até Mariah. E não se esqueçam de Tone.
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O episódio foi quase que um panorama da história pregressa de Pop e os reflexos de suas escolhas no presente. Tentando por Luke na trajetória que ele julgava ser necessária, Pop nos revelou muito de si e deu uma lição sobre transformação na vida. Descobriu-se o motivo pelo qual ele tinha tanta moral com Cornell e porquê sua barbearia era a Suíça. Pop não foi só o líder endiabrado de uma gangue, ele pagou por seus crimes, buscou sua própria redenção e virou o mentor daquele bairro, daqueles jovens – outros nem tão jovens assim – e os acolhia em seu estabelecimento. Era a missão dele depois de tantos desvios. E morreu querendo que Cage aceitasse a sua.

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Surtiu efeito. A primeira consequência direta dessa perda foi o empurrão que o Power Man precisava para sair às ruas. Vestindo seu capuz amarelo e sabendo muito bem que são os inimigos, Cage foi encontrar seu destino e, quem sabe, cultivar um pouco de paz dentro de si. O interessante é que não é uma luta apenas contra o crime organizado, é um abraçar do empoderamento dos negros, ovacionando seus mártires e trazendo o coro do Black Lives Matter. Não mexam com o homem que ele tá virado! E ele já percebeu a ironia que é o Complexo Attucks ser a casa de esquemas corruptos.
Falando em corrupção, postos os acontecimentos, duas reações muito improváveis chamaram atenção. Deu até para esquecer quem é Cornell diante de sua reação ao saber da morte de Pop. O homem até chorou! Mas passou rápido. Tone que o diga, enciumado pela chegada de Shades e querendo agradar o chefinho, acabou em cima do capô de um carro. Se com vida ou sem vida só saberemos mais para frente. O que sabemos é que ele se esqueceu que até no submundo existem regras.
A outra reação improvável foi o indicativo de uma consideração por parte de Mariah para com as consequências de seus atos e vejam, de seu primo. Muita hipocrisia por parte da conselheira querer dizer quando se está indo longe de mais. O que é longe demais ali? O jeito foi fechar os olhos, botar a mochila nas costas e aceitar os “danos colaterais”. Até parece que ela não sabia com quem nem onde estava se metendo.
Um adendo a essa relação entre Stokes e Dillard, se quer ver é uma virada nessa relação de poder dos dois. Até agora é Cornell quem dita as regras, mas Mariah, apesar de esconder, tem potencial para inverter isso. Ela é mais fria do que Cornell e talvez por isso um embate muito mais complexo para Cage.
Agora, o que falar de Misty Knight? Que mulher porreta! Arrasa no basquete, arrasa nas pegações, arrasa na investigação e arrasa no goró. Brincadeiras à parte, foi outra personagem direta e duplamente afetada pelo assassinato de Pop, tanto pelo lado pessoal, posta a relação carinhosa que tinha com ele, quanto pelo lado profissional, já que o tiroteio na barbearia bagunçou e dificultou ainda mais a sua investigação.
Mais sobre os elementos da série, esteticamente as cenas de violência física foram um primor de impactantes, sem meias medidas, postas, ali, na cara. E o texto, o texto deste episódio merecia um texto à parte de tão poderoso e significativo.
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