Médicos em Colapso: k-drama trata da cura além da medicina
Crítica sem spoilers do k-drama Médicos em Colapso, que virou a nova queridinha dos assinantes da Netflix.
“Médicos em Colapso”, a mais recente adição ao catálogo de K-dramas da Netflix, mergulha profundamente nas turbulências da vida de dois médicos cujos destinos se entrelaçam em meio a crises pessoais e profissionais.
Estrelado por Park Shin-hye e Park Hyung-sik, o drama é uma jornada emocional que explora temas como depressão, mal-estar no trabalho e a busca por redenção e recomeços.
Médicos em Colapso tem história que prende
A trama se desenrola em torno de Nam Ha-neul, interpretada por Park Shin-hye, cujo sonho de se tornar médica se transforma em pesadelo devido a um ambiente de trabalho abusivo e uma carga horária extenuante, levando-a à beira da depressão e do suicídio. Em paralelo, a vida de Yeo Jeong-woo, papel de Park Hyung-sik, desmorona após um erro cirúrgico que o coloca no centro de um processo por má prática médica.
Sem ter para onde ir, Jeong-woo acaba se mudando para um apartamento no telhado. Justamente acima do de Ha-neul, reacendendo a rivalidade dos tempos de escola.
A partir desse ponto de encontro, ambos os personagens, agora em seus momentos mais baixos, encontram um no outro um apoio inesperado. A relação que se desenvolve entre Ha-neul e Jeong-woo é habilmente construída, evitando a armadilha da codependência rápida e questionável, e se transforma numa amizade repleta de novas descobertas e oportunidades para segundas chances. A química entre Shin-hye e Hyung-sik é palpável, trazendo um equilíbrio perfeito entre humor e emoção que cativa o espectador.
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O roteiro de Baek Seon-woo é uma homenagem às habilidades dos protagonistas. Uma vez que ele aproveita o humor natural de Park Hyung-sik e o charme genuíno de Park Shin-hye. Esse entrosamento resulta em momentos memoráveis, como o desmaio de Jeong-woo ao ficar em segundo lugar nos exames ou o choro de Ha-neul ao sentir o apoio incondicional de sua mãe durante um episódio depressivo.
No entanto, a trama peca ao recorrer a clichês do passado dos personagens. Especialmente ao revelar que Jeong-woo nutria sentimentos por Ha-neul desde o ensino médio, o que acaba diluindo um pouco do impacto da narrativa. Apesar disso, o drama trata de questões de saúde mental de forma realista e sensível. Permitindo que o espectador, dessa forma, se identifique e simpatize com as lutas internas de Ha-neul.
Um dos pontos altos do K-drama é a relação entre Ha-neul e sua mãe, Kong Wol-seon (Jang Hye-jin). Ela captura a dinâmica cultural asiática de uma forma que é tanto familiar quanto comovente. Igualmente, a transformação de Wol-seon, de uma mãe que inicialmente vê o diagnóstico depressivo da filha como uma ofensa pessoal para uma figura cuidadosa, ainda que um pouco invasiva, é uma das nuances mais ricas da série.
“Médicos em Colapso”, portanto, pode não alcançar o patamar de dramas como “My Liberation Notes”. Mas definitivamente se destaca como uma obra envolvente, repleta de diálogos inteligentes e amizades que nascem das circunstâncias mais improváveis.
Com isso, a rivalidade entre Ha-neul e Jeong-woo é apenas o começo de uma história que vale a pena acompanhar até o fim.