Morte mais dolorosa de Vikings é explicada anos depois

Vikings teve sua extensa parcela de mortes e despedidas chocantes. Uma delas, entretanto, é sentida pelos fãs até hoje.

Vikings

A série “Vikings” viu muitos personagens chegarem e partirem, a maioria deles encontrando seus destinos de maneiras violentas. E uma das mortes mais comoventes foi a de Athelstan (George Blagden) – mas por que ele foi morto?

Criada por Michael Hirst, “Vikings” inicialmente seguiu a figura lendária nórdica Ragnar Lothbrok (Travis Fimmel) e seus irmãos em suas muitas jornadas, desde o início da era viking até adiante. A série mudou o foco para os filhos de Ragnar nas temporadas posteriores, tornando-os os protagonistas da série.

“Vikings” chegou ao fim após sua sexta e última temporada, que viu os filhos de Ragnar, Bjorn Ironside (Alexander Ludwig) e Ivar the Boneless (Alex Høgh Andersen), lutarem entre si pelo futuro da Noruega, mas desde então continuou na série sequela “Vikings: Valhalla”.

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A história de “Vikings” foi violenta e muitos personagens pereceram no caminho, entre eles Athelstan, também conhecido como “o padre”. Athlestan era um jovem monge cristão feito escravo por Ragnar e seus irmãos do mosteiro de Lindisfarne, muito no início da primeira temporada da série.

Athelstan se tornou um favorito dos fãs graças ao seu relacionamento com Ragnar e sua família, especialmente sua filha Gyda. Infelizmente, Hirst optou por matar um personagem tão querido quando Floki matou Athelstan na terceira temporada.

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O amigo de Ragnar, Floki, sempre desconfiou de Athelstan, acreditando (corretamente) que ele estava mentindo sobre ter abdicado de sua cristandade. Esse desgosto aumentou após Ragnar permitir que ele fosse batizado.

O catalisador dentro da série para a morte de Athelstan foi que Floki teve uma visão de sangue saindo da madeira e interpretou como um sinal de que “o sangue deve ser derramado”. No episódio “Nascido de Novo”, da terceira temporada, Floki (Gustaf Skarsgård) se aproxima de Athelstan enquanto ele está rezando.

Athelstan, entendendo que Floki está prestes a matá-lo, aceita calmamente sua morte, dizendo: “Senhor, recebe minha alma”. Um Floki enfurecido então o atinge na cabeça com seu machado, matando-o instantaneamente.

Foi um momento comovente para os fãs de “Vikings” por muitos motivos: Athelstan era um favorito, assim como Floki, e os espectadores tinham se apegado à amizade entre Ragnar e Athelstan.

Momento foi divisor de águas

Esse momento representa as duas fés que Ragnar está oscilando entre. Athelstan o apresentou ao cristianismo, enquanto Floki representa os Antigos Deuses. Floki assassina Athelstan impulsionado pelo ciúme, mas também pela necessidade de manter Ragnar o mais próximo possível de sua fé.

Mais interessante ainda, a morte de Athelstan não significa o fim da fé de Ragnar. Em vez de voltar totalmente aos Antigos Deuses, ele continua a explorar sua fé de novas maneiras. Assim, representando a forma como o cristianismo permeará o mundo nórdico ao longo do tempo, apesar dos esforços dos fiéis para erradicá-lo.

Em uma entrevista com a EW em 2015, George Blagden compartilhou como foi informado de que seu personagem Athelstan iria morrer. Blagden explicou que Michael Hirst (o roteirista) enviou-lhe um e-mail entre as temporadas, prevenindo-o do que estava por vir.

Ele explicou que o raciocínio era simplesmente que a história do personagem havia chegado ao fim, e que seu arco era exatamente o que precisava ser, sem tentar prolongá-lo ainda mais – apesar de quanto os fãs poderiam ter adorado ver isso.

A maioria das maiores mortes em “Vikings” aconteceu sob essa mentalidade, o que é bom. Afinal, Hirst sabe quando um personagem deu tudo de si e tem cuidado para dar-lhes os fins que merecem. A morte de Athelstan foi muito dramática, mas serviu a um propósito na história e ajudou a manter sua popularidade como favorito dos fãs, não prolongando sua estadia.

Sobre o autor

Matheus Pereira

Coordenação editorial

Matheus Pereira é Jornalista e mora em Pelotas, no Rio Grande do Sul. Depois de quase seguir carreira na Arquitetura, enveredou para o campo da Comunicação, pelo qual sempre nutriu grande paixão. Escritor assíduo na época dos blogs, Matheus desenvolveu seus textos e conhecimentos em Cinema e TV numa experiência que já soma quase 15 anos. Destes, quase dez são dedicados ao Mix de Séries. No Mix, onde é redator desde 2014, já escreveu inúmeras resenhas, notícias, criou e desenvolveu colunas e aperfeiçoou seus conhecimentos televisivos. Sempre versando pelo senso crítico e pela riqueza da informação, já cobriu eventos, acompanha premiações, as notícias mais quentes e joga luz em nomes e produções que muitas vezes estão fora dos grandes holofotes. Além disso, trabalha há mais de dez anos no campo da comunicação e marketing educacional, sendo assessor de imprensa e publicidade em grandes escolas e instituições de ensino. Assim, se divide entre dois pilares que representam a sua carreira: de um lado, a educação; de outro, as séries de TV e o Cinema.