O Senhor dos Anéis Os Anéis de Poder fez grande mudança

O Senhor dos Anéis: Os Anéis do Poder é uma série enorme, não importa como você a divida. O show aborda uma era inteira do mundo de J.R.R. Tolkien. Ela tece eventos nos reinos dos anões, elfos, homens e orcs. Além disso, reúne dezenas de personagens em várias histórias que abrangem o continente da Terra-Média e vão muito além de suas.

O material de origem também é escasso para esse período, o que levou a equipe de redação de O Senhor dos Anéis: Os Anéis do Poder a preencher muitas lacunas – para o bem e para o mal. De um lado do livro, temos acréscimos como Disa, uma princesa anã impetuosa que preenche uma lacuna gritante na tradição de Tolkien. Os Harfoots são outra parte calorosa do enredo que detalha a origem misteriosa e desconhecida dos Hobbits.

Em contraste com esses elementos positivos, existem algumas adições menos empolgantes à tradição, como a conexão forçada do mithril com as Silmarils. Não vamos esquecer a introdução do Balrog na história muito cedo na linha do tempo da Terra-Média também. Um dos maiores tropeços da primeira temporada, porém, é quando os Três Anéis Élficos são forjados primeiro de todos os Anéis de Poder. Em contraste, Tolkien faz com que os Elfos (secretamente ajudados por Sauron) criem os Anéis para Homens e Anões primeiro, com os Anéis Élficos vindo por último, pouco antes de Sauron fazer seu próprio Um Anel.

Falando para Inverse logo após o final da primeira temporada do programa, a escritora Gennifer Hutchison explicou porque a equipe escolheu inverter a ordem da forja. “Grande parte da temporada foi sobre os elfos e sua jornada, a jornada de Galadriel e o desaparecimento [de Eregion]”, disse ela. “Então, queríamos amarrar esses anéis nessa história.“

Hutchison e companhia estavam tentando organizar narrativa

Apesar da infinidade de histórias e atividades abordadas na 1ª temporada, é fácil ver que os Elfos são o centro da história. O show começa com Galadriel narrando uma versão extremamente resumida dos eventos de O Silmarillion – um livro que se concentra principalmente nas fortunas e na história dos Elfos. Depois disso, passamos muito tempo nos reinos élficos de Lindon e Eregion. Mesmo quando a narrativa vagueia por Khazad-dûm, as Terras do Sul e Númenor, muitas vezes vemos essas áreas através dos olhos de Elfos como Elrond (Robert Aramayo), Arondir (Ismael Cruz Córdova) e Galadriel (Morfydd Clark), respectivamente. Onde quer que você olhe, os Elfos são a parte central da história ao longo dos primeiros oito episódios.

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No entanto, isso não significa que é fácil manter as coisas focadas. Pelo contrário, há tanta coisa acontecendo na primeira temporada, que Gennifer Hutchison acrescentou: “Tratava-se de estreitar nosso foco [nos elfos, sua jornada, Galadriel e o desaparecimento de Eregion] e fazer com que esses anéis encerrassem o temporada. Porque tínhamos que fazer anéis. Parecia o clímax daquele arco, em vez de tentar gerenciar a linha do tempo de uma maneira diferente.“

Para ser justo, a ocupação da 1ª temporada dificilmente teria se beneficiado da forja de mais 16 Anéis de Poder (nove para Homens Mortais e sete para os Senhores Anões). Isso só faria as coisas parecerem mais apressadas – um fato que não seria atraente para a massa de espectadores casuais que já tentavam acompanhar a complexa tradição de J.R.R. mundo de Tolkien.

Qual é a ordem da forja dos Anéis no material de origem?

No material de origem, esses anéis são originalmente criações élficas enquanto aprimoram seu ofício. Só mais tarde eles acabam nas mãos dos Homens e Anões por meio de eventos que o programa provavelmente explicará em algum momento. Sem revelar muito, porém, o texto deixa claro que os 16 anéis que terminam com Anões e Homens vêm primeiro. O Silmarillion explica que “Agora, estes eram os Três que haviam sido feitos pela última vez e possuíam os maiores poderes.“

Os Três Anéis Élficos também são importantes nos livros porque são feitos sem a ajuda de Sauron. O texto acima aborda isso acrescentando: “Portanto, os Três permaneceram imaculados, pois foram forjados apenas por Celebrimbor, e a mão de Sauron nunca os tocou.“

Para resumir, nos escritos de Tolkien, os Três Anéis Élficos vêm por último, são os mais fortes e são feitos sem Sauron. Na história contada por O Senhor dos Anéis: Os Anéis do Poder, eles vêm primeiro. E Sauron está pelo menos presente e ajudando verbalmente a forjá-los, mesmo que não os toque fisicamente.

Embora isso não seja um problema para a maioria dos fãs, é um tropeço no enredo tradicional que o programa precisará abordar. Gennifer Hutchison e o resto da sala de redação devem apresentar uma alternativa crível na ordem de forja do Anel se quiserem que sua adaptação permaneça atraente e pelo menos vagamente ligada ao material de origem.

Quais conflitos podem ser o próximo foco?

Embora o desvio da ordem de fabricação dos anéis seja inesperado, o ponto de Gennifer Hutchison ainda permanece. Ele se encaixa com o ponto focal da 1ª temporada, que são os Elfos. Em um show com um arco de história de cinco temporadas, há tempo limitado para se dedicar a cada parte da história. E não há dúvida de que o drama e o foco vão mudar para outros grupos em breve. A questão é: qual raça empunhando anéis entrará na mira narrativa do programa a seguir?

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Existem duas opções principais: Homens e Anões, o primeiro dos quais deve desempenhar um grande papel daqui para frente. Os númenorianos passarão por uma série de dramáticos eventos antes de, entre outras coisas, criarem o reino de Gondor e ajudarem a derrubar Sauron e cortar o Um Anel de sua mão. Dito isso, Númenor tem potencial para ser uma história lenta. Será fundamental no ato final do show, o que significa que pode não aparecer muito até a 3ª temporada ou além.

Os anões não desempenham um papel importante na Segunda Era de Tolkien (quando o show está definido). No entanto, a introdução do Balrog na 1ª temporada demonstra que os criadores do programa estão dispostos a antecipar os eventos milhares de anos antes que ocorram nos escritos originais de Tolkien. Isso pode significar que os Durins de Khazad-dûm terão um papel maior a desempenhar em breve. E isso nem mesmo considera o fato de que a parte principal de Khazad-dûm no material de origem da Segunda Era ocorre quando Sauron ataca os condenados Elfos de Eregion, o que provavelmente acontecerá na 2ª temporada. Talvez até vejamos os dois grupos recebendo anéis simultaneamente em breve.

Respeitar a linha do tempo de Tolkien não é um fator para O Senhor dos Anéis: Os Anéis do Poder

A questão da ordem correta para forjar os Anéis do Poder – e o desvio do programa dessa linha do tempo canônica – não deve ser uma surpresa. Bem antes do primeiro episódio ir ao ar, o showrunner J. D. Payne avisou que o show iria se desviar dos livros de Tolkien em geral. “Se você for fiel à letra exata da lei, estará contando uma história em que seus personagens humanos estão morrendo a cada temporada porque você está pulando 200 anos no tempo. E então você não está encontrando realmente grandes personagens canônicos importantes até a quarta temporada“, disse ele.

A história da Segunda Era que o programa está contando tem tecnicamente 3.500 anos no material de origem. Durante esse enorme período de tempo, reinos inteiros de Homens são fundados antes de finalmente perecerem. Os reinos élficos são estabelecidos e envelhecem. Guerras épicas são travadas com séculos de diferença. A linha do tempo nos apêndices de O Retorno do Rei, por exemplo, diz que Sauron começa a ajudar os Elfos a forjar Anéis de Poder 1.500 anos depois e não cria o Um Anel por mais um século.

Isso funciona no estilo histórico maravilhoso de Tolkien, mas para um programa de televisão em ritmo acelerado é algo inviável.

O desvio na forja do anel é uma necessidade infeliz que a equipe de O Senhor dos Anéis: Os Anéis do Poder optou por manter o enredo da primeira temporada centrado nos elfos nos trilhos. Esperançosamente, eles podem apresentar o resto dos Anéis de Poder em breve. Além disso, podem acelerar o início lento da história, à medida que seu show começa a se mover em direção a alguns dos eventos mais dramáticos, trágicos e heróicos de toda a história da Terra-Média.

Sobre o autor

Matheus Pereira

Coordenação editorial

Matheus Pereira é Jornalista e mora em Pelotas, no Rio Grande do Sul. Depois de quase seguir carreira na Arquitetura, enveredou para o campo da Comunicação, pelo qual sempre nutriu grande paixão. Escritor assíduo na época dos blogs, Matheus desenvolveu seus textos e conhecimentos em Cinema e TV numa experiência que já soma quase 15 anos. Destes, quase dez são dedicados ao Mix de Séries. No Mix, onde é redator desde 2014, já escreveu inúmeras resenhas, notícias, criou e desenvolveu colunas e aperfeiçoou seus conhecimentos televisivos. Sempre versando pelo senso crítico e pela riqueza da informação, já cobriu eventos, acompanha premiações, as notícias mais quentes e joga luz em nomes e produções que muitas vezes estão fora dos grandes holofotes. Além disso, trabalha há mais de dez anos no campo da comunicação e marketing educacional, sendo assessor de imprensa e publicidade em grandes escolas e instituições de ensino. Assim, se divide entre dois pilares que representam a sua carreira: de um lado, a educação; de outro, as séries de TV e o Cinema.

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