One Piece: série da Netflix falhou em ponto que será difícil corrigir

One Piece é um sucesso e todo mundo sabe. Mas há um erro imperdoável na 1ª temporada que não deve ser consertado tão cedo.

One Piece

A adaptação live-action de “One Piece” pela Netflix foi bem-sucedida devido à representação do amado anime. Além do ritmo envolvente e às performances. Ainda assim, falhou em dois dos Piratas do Chapéu de Palha mais populares da série. Com a segunda temporada em desenvolvimento, a Netflix pode abordar a maior falha da primeira temporada no que diz respeito ao desenvolvimento dos personagens.

A adaptação live-action de “One Piece” lide excepcionalmente bem com Luffy, Zoro e Nami. A série, entretanto, deixa muito a desejar no que diz respeito ao franco-atirador e chef dos Piratas do Chapéu de Palha, Usopp e Sanji. O show captura o otimismo perpétuo de Luffy, o comprometimento de Zoro como espadachim e a complexidade da atitude distante de Nami. Mas não dá a Usopp ou Sanji um tratamento semelhante.

“One Piece” tem sucesso em retratar a covardia de Usopp e o carisma de Sanji. Mas arranha apenas a superfície dos desejos e necessidades desses personagens. Como resultado, Usopp é retratado como nada mais do que um covarde na maior parte do tempo, e Sanji mal interage com a tripulação.

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No material de origem, Usopp é o líder dos Piratas do Usopp. Nele, ele afirma para seus amigos/colegas de tripulação Ninjin, Piiman e Tamanegi que seu sonho é superar sua covardia e se tornar o pirata mais corajoso que já existiu. No caso de Sanji, ele é filho de uma família real, mas cruel, conhecida como família Vinsmoke. Ele se afasta deles por causa de seus modos cruéis. Nenhum desses aspectos de suas vidas é retratado, deixando Usopp e Sanji com pouco a fazer na primeira temporada. Embora esses elementos de seus passados possam ser abordados na segunda temporada, isso ainda complica as coisas para ambos os personagens.

Usopp e Sanji não passam por nenhum desenvolvimento significativo de personagem na Saga de Arabasta. Assim, é duvidoso que os equivalentes live-action de Usopp ou Sanji se saiam muito melhor na segunda temporada do que na primeira.

Como a Netflix pode arrumar isso?

No entanto, o programa pode tomar liberdades com o material de origem através de um salto no tempo anterior na segunda temporada. Assim, faria com que Usopp e Sanji atinjam mais de seu potencial muito mais cedo. No entanto, isso apresenta outro problema, uma vez que o salto no tempo também vê o aumento significativo na força dos Piratas do Chapéu de Palha, o que aceleraria as coisas demais.

A melhor aposta da Netflix para fortalecer as caracterizações de Usopp e Sanji é mostrar mais de suas lutas internas através de flashbacks. É melhor do que ver eles proclamarem em voz alta coisas sobre seu passado em cenas breves. Como a covardia de Usopp é frequentemente a fonte de muitas de suas lutas, a segunda temporada pode retratar isso mais através de flashbacks para os “Piratas do Usopp”. Dando ao público, então, uma compreensão maior do que ele precisa trabalhar. Sanji deve mencionar seu passado conturbado com a família com mais frequência. Assim como a recusa de Sanji em adotar suas crenças, tornando-o um personagem muito mais completo e envolvente.

Sobre o autor

Matheus Pereira

Coordenação editorial

Matheus Pereira é Jornalista e mora em Pelotas, no Rio Grande do Sul. Depois de quase seguir carreira na Arquitetura, enveredou para o campo da Comunicação, pelo qual sempre nutriu grande paixão. Escritor assíduo na época dos blogs, Matheus desenvolveu seus textos e conhecimentos em Cinema e TV numa experiência que já soma quase 15 anos. Destes, quase dez são dedicados ao Mix de Séries. No Mix, onde é redator desde 2014, já escreveu inúmeras resenhas, notícias, criou e desenvolveu colunas e aperfeiçoou seus conhecimentos televisivos. Sempre versando pelo senso crítico e pela riqueza da informação, já cobriu eventos, acompanha premiações, as notícias mais quentes e joga luz em nomes e produções que muitas vezes estão fora dos grandes holofotes. Além disso, trabalha há mais de dez anos no campo da comunicação e marketing educacional, sendo assessor de imprensa e publicidade em grandes escolas e instituições de ensino. Assim, se divide entre dois pilares que representam a sua carreira: de um lado, a educação; de outro, as séries de TV e o Cinema.