Operação Lioness | 2×03 trouxe mais estratégia do que ação
Review: "Operação Lioness" Temporada 2, Episódio 3: Mais Estratégia do que Ação em "Along Came a Spider". Texto com spoilers.
O terceiro episódio da segunda temporada de Operação Lioness, intitulado “Along Came a Spider”, desacelera o ritmo frenético dos episódios anteriores para organizar as peças no tabuleiro narrativo. Embora isso seja necessário para a evolução da trama, o episódio peca por sua falta de dinamismo e por subtramas que parecem não agregar ao enredo principal.
Josie Carillo: O Centro das Atenções, Mas Sem Grandes Impactos
O episódio concentra-se principalmente na integração de Josie Carillo ao programa Lioness. A personagem enfrenta os desafios iniciais de treinamento e ambientação no novo ambiente. Embora essencial para estabelecer a trajetória de Josie, o roteiro não consegue tornar essas cenas memoráveis. A abordagem segue um caminho previsível, com interações desconfortáveis entre Josie e sua nova equipe, além de confrontos repetitivos entre ela e Joe, que agora já soam desgastados.
A revelação de que Josie ocultou informações sobre seu passado e habilidades, incluindo sua fluência em espanhol e seu conhecimento sobre as atividades criminosas de sua família, traz um pouco mais de interesse ao episódio. No entanto, mesmo esse momento não é suficiente para compensar o ritmo arrastado do restante da trama. Além disso, a repetição do confronto emocional entre Josie e Joe no final do episódio carece de impacto, soando como uma repetição de episódios anteriores.
Subtramas Desnecessárias e Personagens Mal Aproveitados em Operação Lioness
Enquanto Josie enfrenta suas dificuldades no campo, o episódio tenta equilibrar a narrativa ao incluir elementos da vida pessoal de Joe e Kaitlyn Meade. Kaitlyn, interpretada por Nicole Kidman, lida com o jogo político necessário para angariar apoio à operação, enquanto sua interação com Byron Westfield revela o pragmatismo e as manipulações típicas de séries de espionagem. Kidman entrega um desempenho sólido, mas a trama de Kaitlyn é ofuscada pela simplicidade de sua execução.
Por outro lado, o subplot envolvendo Joe e sua família parece deslocado. A cena em que sua filha Kate flagra os pais em um momento íntimo não tem relevância narrativa e apenas quebra o ritmo do episódio, deixando a sensação de que essas cenas existem apenas para preencher tempo.
Falta de Ação e Desenvolvimento de Personagens
Ao contrário dos episódios anteriores, “Along Came a Spider” carece de sequências de ação para balancear a narrativa lenta. Sheridan opta por diálogos e confrontos verbais que, embora sejam marcas de seu estilo, aqui não trazem a profundidade necessária para engajar o público.
O problema maior, no entanto, está na falta de desenvolvimento dos personagens. A desconfiança de Joe em relação a Josie é reiterada sem apresentar novas camadas, enquanto Josie ainda não foi trabalhada o suficiente para que o público torça por ela. A série parece estar apostando demais no fato de que o público automaticamente se alinha com os “mocinhos” sem oferecer uma conexão emocional mais forte.
Conclusão
“Along Came a Spider” cumpre sua função de alinhar as peças para os próximos episódios, mas faz isso de maneira pouco inspirada. Apesar de boas atuações, especialmente de Nicole Kidman, o episódio carece de momentos marcantes e sofre com subtramas que parecem deslocadas. O que deveria ser um aprofundamento dos personagens e suas motivações acaba soando como um prolongamento desnecessário.
Nota: 6/10. Um episódio funcional, mas que deixa a desejar no quesito entretenimento. Que os próximos capítulos tragam o coração e a adrenalina que faltaram aqui.