Ringue Mix: Duelo entre a mesma família
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As comédias familiares são sempre pratos cheios para fazer um grande sucesso na TV, com histórias leves, personagens cativantes e muito mais. Visando isso, o gênero com certeza está longe de se tornar saturado, e inclusive vem ganhando alguns revivals.
Um exemplo claro disso é Full House, que estreou em 1987 e foi um tremendo sucesso em suas oito temporadas. Vinte anos depois de seu final, a Netflix abraçou a ideia em dar continuidade a saga da família Tanner, originando então o spin-off intitulado Fuller House, que estreou em 2016 e se tornou um verdadeiro fenômeno da plataforma.
Duas séries muito queridas pelo público, mas que aqui queremos mais é ver o sangue rolando entre elas. Está no ar o último Ringue Mix da temporada.
De um lado do ringue…
Full House
8 temporadas (1987-1995)
192 episódios
Criada por Jeff Franklin
A série mostra a história de Danny Tanner, um repórter que perde a esposa em um acidente, e após essa tragédia ele tem que cuidar agora de suas três filhas: Donna Jo (D.J.), Stephanie e Michelle. Para isso ele não estará sozinho, e contará com a ajuda do seu cunhado Jesse e do melhor amigo Joey na criação das garotas. Os rapazes com o tempo vão aprendendo muitas coisas com elas, e vice-versa. Além disso, personagens icônicos também vão surgindo no decorrer da história.
Do outro lado do ringue…
Fuller House
3 temporadas (2016-atual)
44 episódios
Criada por Jeff Franklin
Anos após o fim de Full House, em 2014 burburinhos sobre uma possível continuação da série começaram a circular na mídia. O ator John Stamos, intérprete do tio Jesse, chegou a mencionar que estava em negociações para algo realmente, mas sem dar detalhes. No ano seguinte foi anunciado então a produção de Fuller House pela Netflix, levando o público ao delírio. Quase trinta anos depois da série original, a comédia mostra agora a jornada de D.J., que se tornou veterinária e acaba de ficar viúva. Assim como aconteceu com seu pai no passado, a personagem precisa tocar sua vida após o ocorrido, e tendo então de cuidar de seus três filhos: Jackson, Max e Tommy. Para isso ela contará com a ajuda de sua irmã Stephanie e da melhor amiga Kimmy, que muda-se junto com sua filha Ramona, vivendo então na mesma casa que cresceu.
Duas atrações com a mesma premissa, e que são mãe e filha. Apesar disso, aos poucos, Fuller House vai se afastando das inúmeras referências de sua progenitora, e assim criando sua própria identidade. Apesar de amar as aventuras de D.J., Stephanie, Kimmy e cia, temos que aceitar o fato da série apontar excessivas semelhanças com a original.
Full House inovou em pleno anos 80, com a premissa de três homens, sendo eles um viúvo e dois solteiros, cuidando sozinhos de três crianças. Utilizando do tema com muito bom humor, com certeza isso foi um fator decisivo para o sucesso da atração. Sem contar que acompanhamos durante oito anos, o amadurecimento desses rapazes, além do crescimento das garotas, acompanhando fases cruciais de cada uma delas.
Em contrapartida, apesar da mesma premissa, Fuller House tem um pouco de diferença nesse quesito. Ok, estamos acompanhando o crescimento dos garotos Fuller, além da excêntrica Ramona, mas tem horas que a sensação é de que o trio de protagonistas pararam no tempo, e vez ou outra apresentam amadurecimento. Será que isso se deve ao fato de termos acompanhado a infância/adolescência delas? Talvez, é algo a se pensar.
Uma das marcas registradas em ambas as séries são os desenvolvimentos dos personagens secundários. Diferente de muitas atrações por aí, tanto uma quanto a outra sabe extrair o máximo possível deles, caindo assim de vez no gosto do público. Em Full House, por exemplo, o exemplo mais claro disso foi Becky. A moça foi escalada para participar de apenas alguns episódios, porém ela acabou conquistando o público, principalmente após se relacionar com Jesse, e eles se tornando então um dos casais mais queridos da TV. Outro caso clássico é o de Kimmy, que sempre foi a melhor amiga inconveniente e sem noção de D.J. Por conta desse seu jeito de ser, acabou conquistando o público, e nas temporadas seguintes da série acabou se tornando personagem regular.
O mesmo podemos dizer em Fuller House, sendo Matt, Fernando, Lola e Jimmy os exemplos claros disso. O veterinário chegou na série para agitar a vida amorosa de D.J., e a química dos dois foi tão instantânea, que na segunda temporada ele se tornou regular. Fernando foi marcando seu território aos poucos, e hoje o ex/atual/futuro/não sei marido de Kimmy é indispensável na comédia. A jovem Lola, melhor amiga de Ramona e namorada de Jackson também conquistou o público, enquanto o irmão de Kimmy fisgou a todos principalmente após se relacionar com Stephanie, fazendo com que seria apenas participação especial na temporada passada, o promovesse a personagem recorrente e, quem sabe, se tornar regular nas futuras.
As duas séries têm suas premissas, mas convenhamos que Full House é um pacote completo. Ao longo de seus oito anos, a atração conseguiu abordar também alguns temas complexos, sempre com muito bom humor. Sem contar o incrível desenvolvimento com todos os seus personagens, carismáticos, e que conquistaram o público com seus jeitos únicos de ser, além de bordões pra lá de inesquecíveis.
Em Fuller House, temos sim, personagens ótimos, mas que ainda estão se encontrando e ganhando sua própria identidade. D.J., Stephanie e Kimmy precisam ter um toque a mais, mostrar-se evoluídas, e menos nostálgicas. O ponto alto da série é, sem dúvida, o agitadíssimo triângulo amoroso formado pela veterinária, junto com Matt e Steve. É disso que estou falando quando falo que o show precisa andar com as próprias pernas, só que uma hora isso vai chegar ao escasso, mas já tem outras histórias bem interessantes a caminho, como a questão de Stephanie poder ser mãe, através de uma barriga de aluguel.
Sendo assim, acho que já tenho a minha série vencedora.
E a vencedora é…
Amo Fuller House de paixão, é uma das minhas séries favoritas da atualidade, mas por ora sua mãe, Full House, merece com louvor essa vitória. Quem sabe daqui um tempo possamos fazer uma revanche, e então o jogo virar?