Riverdale: Como concluir uma das séries mais insanas da TV?

Com apenas três episódios restantes Riverdale, a série da CW que conquistou uma legião de fãs ao redor do mundo, está chegando ao seu aguardado final.

Universos alternativos, superpoderes, criaturas míticas e todo tipo de reviravolta imaginável foram introduzidos na trama. E com isso, nessa última temporada, os personagens vivem agora em uma linha do tempo onde eles são adolescentes nos anos 50.

Mas, afinal, qual o destino que Riverdale almeja atingir?

Desde o começo da temporada a trama de Jughead gira em torno da liberdade de expressão através das histórias em quadrinhos. Nós vemos os ‘vilões’ censurando o tipo de histórias que Jug e Ethel escrevem e de fato isso foi algo que aconteceu de verdade em 1954 nos EUA.

Tanto que foi criado o Comics Code Authority, um conjunto de regras onde as editoras voluntariamente revisavam suas edições. Com isso, eles tiravam representações de sexo e violência, com um selo de “segurança” contra o que as pessoas diziam ser imoral e contra os bons costumes.

E o que isso tem haver com Riverdale?

Esse código na trama foi apresentado no episódio 7×16 e Bem, John Leonard Goldwater, nada mais do que o criador das histórias do Archie, foi presidente por uns 25 anos dessa regulamentação. O que estamos vendo é Jughead um personagem de John basicamente
vivendo o que seu criador viveu naquela época. Uma forma de homenagear os quadrinhos e ainda sim dar a Jughead o destaque criativo em suas histórias desde a primeira temporada.

Jughead mesmo com a censura irá viver atrás de obter justiça, regulamentar de uma forma justa e criar sua própria história em quadrinhos baseada em seus amigos. (No 7×16 vimos que o Jughead criou a Sabrina!).

Existe um paralelo com a primeira temporada?

A série de várias formas tem arrumado questões que foram feitas de formas inconsequente de seus personagens um grande exemplo é Veronica Lodge que prospera sem ter seus pais diretamente ligados aos problemas da cidade ou até mesmo com a culpa de Veronica na morte de seu pai.

É interessante ver uma aproximação de Veronica e Jughead em apoio e carinho do lar, eles sempre foram renegados por seus pais em algum momento, vê-los juntos lutando por seus negócios e até mesmo as referências a filmes é uma forma interessante de olhar como eles seriam se não tivesse tanto caos na segunda temporada.

Archie é o personagem mais fora de contexto, pois ele parece bobo e atrapalhado. Porém, já reparou que por mais que ele busque ajudar seus amigos, ele não está mais tentando ser o herói e colocando sua vida em risco? Ele apenas está arriscando coisas novas e tendo experiências escolares que não teve ao logo de todas essas temporadas. As indecisões continuam, Archie trocou a música e o futebol por poesia e basketball, porém ele não tem mais medo de ser ele próprio. Ele não se acha insuficiente e isso é uma coisa muito boa. Depois de todo esse tempo!

Já Betty é a personagem que mais os fãs de Riverdale têm criticado. Porém, sua trama é mais voltada para o despertar sexual dela, de sair dessa gaiola que desde a primeira temporada a sua mãe a aprisionava. No início sua mãe tinha medo dela ficar grávida como Polly e desgraçar o nome da família, era super protetora. Dessa vez Polly se tornou uma dançarina burlesca e Betty tem orgulho da independência e força da irmã.

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É muito interessante ver que nas primeiras temporadas que um dos maiores erros da série o erro foi da personagem ter uma versão sombria de si chamada Dark Betty para de alguma forma explorar essa sexualidade. Era problemático e nada inocente. E agora eles de alguma forma estão tendo que correr e mostrar o jeito certo de Betty querendo seguir os passos de Polly. É fofo, super engraçado e apenas diferente da garota problemática que tinha um pai serial killer e com obsessão por investigar coisas. Dessa forma, estragando também todas as suas preciosas experiências adolescentes.

A ruiva, Cheryl, por muito tempo teve sua família como algo que a separava de tudo e de todos. Então essa temporada é a mais leve e linda para os fãs da personagem. Ela está decidida a lutar pelo seu relacionamento com Toni Topaz e isso nos traz momentos fofos e principalmente cenas notórias de independência com sua família, nem parece que a personagem vivia chorando nas temporadas anteriores.

Kevin Keller, então? Renasceu como personagem! Assim como na primeira temporada ele teve que novamente passar pelo processo de entender sua sexualidade e se apaixonar perdidamente novamente. Clay é um personagem que trouxe vida a Kevin, que estava completamente perdido e sendo cada dia mais odiado pelos espectadores.

O que podemos concluir?

No fim, a trama trouxe novos e velhos personagens com a premissa de “trazer justiça” para eles, numa cidade que já sofreu muito ao longo do tempo. Os primeiros episódios dessa temporada de Riverdale focaram em pautas importantíssimas como racismo, homofobia e intolerância em suas diferentes formas e vem dando uma segunda chance para personagens secundários que acabaram morrendo em algum momento da história. É como uma reparação histórica da própria série, mas também uma forma de explicar que a última temporada não precisa ser o fim da história. O que os fãs estranham é a normalidade ao meio das últimas temporadas caóticas.

Sinopse do último episódio de Riverdale:

“De volta aos dias atuais e com saudades de sua antiga vida em Riverdale, Betty, de 86 anos, recorre a uma amiga especial para ajudá-la a reviver seu último dia do último ano com seus amigos como eles eram, suas memórias restauradas.”

O que esperamos do fim?

Se a trama de Riverdale gira em torno da morte da Betty, a amiga ou amigo especial poderia ser a Tabhita que é o anjo da cidade. Como vimos anteriormente o anjo assume a forma de uma pessoa familiar ou amada e provavelmente a forma que o anjo surgirá para Betty idosa será a de Jughead. No limbo veríamos Jug mostrando as várias realidades da cidade. E ele mostraria para ela que o Jughead de RiverVale agora passa a eternidade escrevendo milhares de universos de onde nele, seus amigos vivem infinitas aventuras e dessa forma eles nunca morrem.

Assim como a série começa com a narração de Jughead, terminaríamos vendo Jughead-anjo e Betty visitando várias versões do Riverdaleverso com diferentes finais. Mostrando que não importa o fim da série, sempre será o começo de uma nova história nos quadrinhos.

Na última cena teríamos Betty em um último dia de aula com seus amigos. Onde eles acabam indo para o Pop’s e caminham saindo da chocolateria em direção ao por do sol. Assim, o final é ‘um novo começo’. E as histórias da Turma do Archie, assim como os títulos da série sempre vão ter um novo capítulo.

Bem, o que temos até o momento são suposições e esperanças de um final satisfatório. É uma tarefa quase impossível, porém eles precisam de alguma forma concluir.

Riverdale está sendo exibida todas as quartas às 22:30 no canal Warner Channel e suas antigas temporadas estão disponíveis na Netflix!

Italo Marciel

Redação

Jornalista por formação e publicitário por aproximação. Desde a graduação, circulo entre as duas áreas e isso me preparou para atuar com mais segurança e amplitude na Assessoria de Comunicação Política, área na qual trabalho desde 2013. Ao todo, já são são oito anos gerenciando a comunicação de parlamentares do legislativo municipal. Entre as minhas principais atribuições estão: criação e gerenciamento de conteúdo textual e visual (artes, fotos e vídeos) para redes sociais; planejamento de pronunciamentos; preparação de pauta para reuniões e entrevistas; relacionamento com a imprensa. Além disso, tanto tempo no meio me trouxe conhecimentos intermediários de assessoria parlamentar, onde auxilio na construção e revisão de projetos e no relacionamento com pastas do poder público de direto interesse dos mandatos. No Mix de Séries atua como jornalista e redator de notícias gerais, desde 2017. Também produz críticas e conteúdos especiais voltado para a área de streaming.

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