Round 6: segredos escondidos na 2ª temporada que você não viu

Round 6 (Squid Game) conquistou o público com sua trama envolvente, cenários marcantes e jogos memoráveis. A série, criada por Hwang Dong-hyuk, narra a história de Seong Gi-hun (Jogador 456), explorando temas como desigualdade social e a natureza humana. Este artigo analisa alguns diálogos-chave e elementos de foreshadowing presentes na série, utilizando o texto fornecido como base.

A Desumanização Através da Linguagem

Logo no início da segunda temporada, durante uma conversa telefônica entre Gi-hun e o Chefe (Front Man), notamos uma comparação constante entre personagens e animais. Gi-hun se recusa a ser um “cavalo de apostas” e chama o recrutador de “cachorro”, enquanto o Chefe é chamado de “rato”.

Essa linguagem desumaniza os personagens, intensificando o horror do espetáculo dos jogos. A referência a “rato” como alguém que trai seus aliados pode ser vista como um prenúncio da verdadeira identidade do Chefe, Hwang In-ho, infiltrado nos jogos.

O Peso da Culpa e a Busca por Respostas

Em um pesadelo, o Chefe aparece para Gi-hun com as cabeças decepadas de Sang-woo (Jogador 218) e Sae-byeok (Jogadora 067), questionando o que Gi-hun realmente está “procurando”. Essa cena revela o conflito interno de Gi-hun, dividido entre o desejo de acabar com os jogos e a culpa pelas mortes de seus amigos. Sua estadia no Pink Hotel, uma referência aos guardas rosa, também sugere que ele ainda não assimilou completamente seu papel no ciclo de violência.

A Dualidade da “Caridade” e a Lógica Distorcida do Recrutador

A parceria de Gi-hun com a Sunshine Capital, os agiotas que o assombravam, adiciona uma camada complexa à narrativa. A cena em que o recrutador oferece uma escolha entre um bilhete de loteria e um pão reflete a forma como algumas pessoas enxergam atos de “caridade” que, na verdade, exploram a vulnerabilidade alheia.

A frase do recrutador ao esmagar os pães – “Eu dei uma chance, e vocês fizeram suas escolhas. Eu não fui quem jogou isso fora!” – revela sua lógica distorcida, na qual ele se exime de qualquer responsabilidade pelas consequências de seus atos. Para ele, as vítimas são responsáveis por seus próprios destinos.

A Perda do Jogo e a Visão Compartilhada

A morte do recrutador, ao se recusar a violar suas próprias regras, reforça a ideia de que, para ele, a integridade de sua visão de mundo é mais importante que a própria vida.

Round 6, 3ª temporada: data de estreia teria vazado

A frieza de Gi-hun ao comentar com um policial que o recrutador “simplesmente perdeu o jogo” demonstra que ele, em certa medida, compartilha dessa visão. A frase também remete ao suicídio de Sang-woo na primeira temporada, sugerindo que Gi-hun pode estar usando essa mesma lógica para lidar com sua culpa.

A Impossibilidade de Parar o Jogo com uma Pistola e a Questão da Escolha

A frase do Chefe – “Você acha que pode parar o jogo com uma pistola?” – introduz um tema central da segunda temporada: a oposição entre violência e outras formas de ação, como a votação. A pergunta de In-ho – “Como você vai lutar contra eles? Afinal, eles têm armas.” – ecoa essa ideia, questionando a eficácia da violência contra um sistema tão poderoso.

Outros Diálogos Significativos e Foreshadowings de Round 6

A frase da xamã San-nyeo – “Você não está aqui por vontade própria.” – destaca a falta de escolha real dentro do sistema dos jogos.
A fala de Im Jeong-dae – “Eles não emprestam esse tipo de dinheiro para qualquer um.” – ironiza a crença na meritocracia e a busca por status através da dívida.
A frase de Lee Myung-gi – “‘Você é responsável pela decisão final do seu investimento’. Você não me ouviu dizer isso no final? Você disse que assistia todo dia.” – critica a postura de influenciadores digitais que se isentam da responsabilidade por golpes financeiros.
As falas sobre a proximidade entre os jogadores fora dos jogos sugerem que o recrutamento não é aleatório, mas direcionado a pessoas em situação de vulnerabilidade.
As interações entre personagens como No-eul, Geum-ja, Min-su e as falas de In-ho durante os jogos também contêm nuances importantes que contribuem para a construção da narrativa e o desenvolvimento dos personagens.

Sobre o autor

Matheus Pereira

Coordenação editorial

Matheus Pereira é Jornalista e mora em Pelotas, no Rio Grande do Sul. Depois de quase seguir carreira na Arquitetura, enveredou para o campo da Comunicação, pelo qual sempre nutriu grande paixão. Escritor assíduo na época dos blogs, Matheus desenvolveu seus textos e conhecimentos em Cinema e TV numa experiência que já soma quase 15 anos. Destes, quase dez são dedicados ao Mix de Séries. No Mix, onde é redator desde 2014, já escreveu inúmeras resenhas, notícias, criou e desenvolveu colunas e aperfeiçoou seus conhecimentos televisivos. Sempre versando pelo senso crítico e pela riqueza da informação, já cobriu eventos, acompanha premiações, as notícias mais quentes e joga luz em nomes e produções que muitas vezes estão fora dos grandes holofotes. Além disso, trabalha há mais de dez anos no campo da comunicação e marketing educacional, sendo assessor de imprensa e publicidade em grandes escolas e instituições de ensino. Assim, se divide entre dois pilares que representam a sua carreira: de um lado, a educação; de outro, as séries de TV e o Cinema.

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