Crítica: Em episódios 5×20 e 5×21, S.H.I.E.L.D. se prepara para um adeus

Review do vigésimo e vigésimo primeiro episódios de Marvel's Agents of S.H.I.E.L.D., intitulados "The One Who Will Save Us All" e "The Force of Gravity".

Imagem: Marvel Cinematic Universe Wiki/Reprodução
Imagem: Marvel Cinematic Universe Wiki/Divulgação

Confusão!

Se há uma boa maneira de definir a atitude de Marvel’s Agents of S.H.I.E.L.D. sobre sua narrativa ao longo dos anos, essa com toda certeza é uma delas. Afinal, embora seja válido o esforço para tentar esquecer, é o resumo da primeira metade da primeira temporada da série: algo puramente confuso.

E é no mínimo estranho que “The One Who Will Save Us All”, vigésimo episódio da quinta temporada da série traga isso de volta tão rapidamente. Quando terminamos o episódio anterior, Talbot, depois de absorver o gravitonium e se tornar um novo “Destruidor de Mundos”, decide ter uma conversar “direta” com os Remorath.

Coulson, inclusive, deixa evidente o quão confuso – narrativamente falando – tudo isso ficou quando ele lembra a Talbot que se levam anos para se dominar completamente poderes Inumanos ou de qualquer natureza e que o General teria “pulado o tutorial e ido direto para o nível difícil”.

Falta alguma coisa. Fica um gosto de incompleto quanto a isso. Vimos toda uma preparação de Ruby que consumiu quase que metade desse segundo arco e de repente o general faz isso em 15 segundos? Not okay guys.

Nem mesmo os comentários de Simmons – que, por sinal, junto com Deke, Fitz e Yoyo (e até Daisy em certa medida) tornaram-se alguns dos momentos mais tediosos da trama com sua babaquice de “somos imortais” – sobre a volatilidade do Gravitonium quando interage com alguém servem para preencher essa lacuna.

Felizmente, essas divagações são rapidamente esmagadas – got it? – por Talbot, que num exemplo claro do quanto a Marvel sabe recriar as coisas e a DC não, faz um fantástico reuso do “kneel before Zod!”, colocando os Remorath e todos nós de joelhos a mercê do agora evidentemente transtornado Destruidor de Mundos – com direito a roupinha e tudo!

Infelizmente, enquanto uma excelente oportunidade de desastre universe-wide­ estava sendo montada com Talbot planejando negociar com a Confederação, somos forçados a aturar mais e mais da babaquice quando Daisy e Yoyo decidem fazem um show-off de imbecilidade e desperdício de tempo de cena.

É claro, como era de se esperar – e como já é tradição da série – não passamos sem menções do que aconteceu no resto do MCU. Vimos aqui que o assalto de Thanos à Terra e aos Vingadores – spoilers free – já foi mencionado e inserido na timeline. Afinal, como espaço e tempo decididamente tornaram-se relativos na série, não sabemos quanto tempo passou em todo esse confinamento no Farol que levou a transformação de Talbot.

Ao mesmo tempo, essa menção talvez seja a única coisa que mantém o propósito original das coisas aqui. Afinal, ela se comporta exatamente como tal. É uma menção e só.

A narrativa de um “Destruidor de Mundos” continua porque é essa a trama final da temporada.

Depois de tudo o que fizemos e vimos, “The Force of Gravity”, décimo primeiro episódio da quinta temporada, finalmente liga a chave da excentricidade da série no máximo e vemos que Talbot possuído pelo Gravitonium e a família Kasius e até mesmo Daisy Johnson agora terão que colocar tudo na mesa para decidir o futuro do mundo.

Foi maravilhoso ver certas coisas e, ao mesmo tempo, foi aterrorizador perceber que até mesmo as partes da narrativa que foram refinadas serão desperdiçadas.

Explico. Ver Simmons fazer seu comentário sobre o ciclo estar completo ou ver Daisy finalmente entender algo que Talbot, as pessoas no futuro e todo o resto dos que vimos nessa temporada entenderam – que ser a Destruidora de Mundos não significa necessariamente que ela destruirá a Terra, só que ela tem poder para tal, literal e sim, essa é a parte legal, figuradamente – todas essas coisas mostram que, apesar dos tropeços, Marvel’s Agents of S.H.I.E.L.D. planejou um final digno para os fãs.

Mas com a já confirmada renovação da série para uma sexta temporada com treze episódios, isso meio que foi jogado fora. Toda a beleza disso, de ter uma finale que foi planejada, escrita e executada para ser uma Series Finale é como ter a perfeição e jogá-la fora pela mediocridade.

Tivemos tudo o que a série poderia nos entregar nessa preparação para um final definitivo, e tudo isso foi jogado fora.

Imagem: Marvel Cinematic Universe Wiki/Divulgação

Até mesmo o beijo de Coulson e May finalmente aconteceu! Como a série pretende fazer treze episódios que sejam mais apropriados do que o vimos eu não sei, mas acho muito difícil que algo que supere o que foi feito com Talbot.

Porque foram precisos muitos episódios para que eu finalmente entendesse o que é Talbot conceitualmente. Enquanto Daisy é, efetivamente, a Destruidora de Mundos, aquela que pode quebrar impérios, confederações, e planetas não só de maneira simplória e bruta – como Talbot –, mas ideologicamente. Já Talbot, ele é aquilo que Hive, isso mesmo, Hive deveria ter sido. Uma mente que a todos absorve, que a todos controla, que a todos destrói.

E, não me entendam mal, mas se isso não é um EXCELENTE fan servisse, um que de maneira brilhante fecha o ciclo de tudo aquilo que a série teve, eu não sei o que seria.

Tivemos até mesmo May lutando com um alien superpoderoso! Vimos a nossa Cavalaria dar a Qovas a lição que todos nós queríamos. Derrotamos esse membro da Confederação e talvez essa seja a nossa questão para essa nova temporada. Mas Talbot parece, plenamente, disposto a fazer tudo o que for preciso para conseguir se tornar o ser mais poderoso do universo.

E isso sim parece uma finale promissora. See ya!

Sobre o autor
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Richard Gonçalves

Professor de Língua e Literatura, apaixonado por quadrinhos, música e cinema. Viciado em café, bons livros, boas animações e ocasionais guilty pleasures (além de conversas sem começo, meio nem fim). De gosto extremamente duvidoso, um Reviewer ocasional aqui no Mix de Séries e Colunista no Mix de Filmes.

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