Sagrada Família: 2ª temporada falha em cativar na Netflix
Sagrada Família entregou uma boa primeira temporada na Netflix, mas o segundo ano falhou em tentar acompanhar o ritmo.
A segunda temporada da série “Sagrada Família“, original da Netflix, cria mais expectativas do que entrega. Lançada em 17 de novembro de 2023 e criada por Manolo Caro, esta produção espanhola prometia evoluir a partir de uma primeira temporada mediana, mas infelizmente não cumpre o que promete.
A narrativa, que retoma exatamente onde a primeira temporada terminou, segue a turbulência na vida da família Santos. A temporada começa com o caos desencadeado por Natalia e Gloria em sua busca para manter Nico, mas rapidamente se perde em subtramas confusas e desconexas. Em meio a isso, a investigação da morte de Lorenzo, filho de Blanca, é tratada de forma superficial, o que diminui a credibilidade da trama.
O grande problema desta temporada é a falta de estrutura e coerência na condução das histórias. Os roteiristas parecem indecisos sobre a direção a seguir, resultando em arcos de personagens inconclusivos e confusos. Eduardo, por exemplo, é um personagem cheio de contradições e sem um desenvolvimento claro. A subtrama de Gloria e sua família é particularmente bizarra, ignorando lógicas básicas de interação social e familiar.
Alicia, uma personagem promissora na primeira temporada, é relegada a um papel secundário e inconsistente. Sua jornada na maternidade, que poderia ser um ponto forte, acaba sumindo. A amizade entre Blanca, Alicia e Gloria, uma das bases da primeira temporada, é completamente ignorada, comprometendo a continuidade da história.
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A série tenta compensar suas falhas com cenas íntimas gratuitas e uma profusão de personagens com apelidos confusos, mas isso só serve para complicar ainda mais a narrativa. O tema da saúde mental também aparece de forma insuficiente, focando apenas na personagem Blanca, enquanto ignora os traumas e complexidades de outros personagens importantes.
A direção e a edição desta temporada não conseguem salvar a série da narrativa confusa e do desenvolvimento de personagem fraco. O enredo, ambientado entre 1998 e 2000, não tem uma justificativa clara para essa escolha temporal, e as atuações não conseguem transmitir a profundidade emocional necessária.
Em resumo, a segunda temporada de “Sagrada Família” é uma extensão desapontadora da primeira. Com uma trama que gira em torno de si mesma sem chegar a lugar algum, personagens mal desenvolvidos e uma narrativa confusa, esta temporada falha em entregar o drama familiar e o suspense que prometia, tornando-se uma experiência cansativa e pouco gratificante para o espectador.