Santo, da Netflix, é uma história real? A verdade por trás
Santo é uma produção entre Brasil e Espanha e acompanha a busca por um perigoso traficante. A série é baseada em uma história real?
Criada por Carlos López, Santo, da Netflix, gira em torno do traficante que dá título à série. Ele faz estragos no Brasil com suas operações de narcóticos e práticas ocultas. Quando Santo chega em Madri, o policial Millán inicia seus esforços para caçá-lo. E Ernesto Cardona, um oficial brasileiro, que investiga Santo no Brasil, viaja à Espanha com sucesso.
Assim, Millán e Cardona tentam desvendar o mistério por trás do enigmático Santo e capturá-lo. A história não só envolve como também nos faz pensar se a existência ambígua de Santo tem raízes na realidade.
Santo é baseada em uma história real?
Não, Santo não se baseou em uma história real. O criador Carlos López inicialmente concebeu Santo e sua misteriosa existência e ações a partir de uma ideia original. No entanto, López ficou impressionado com a realidade ao criar os personagens, suas bases emocionais e enredos, o que os torna seres quase reais.
“Fiquei fascinado pensando em um thriller policial que consiste em policiais perseguindo o mal e a noção de que o mal é algo que realmente não vemos, que é algo que acho que acontece na vida”, disse López à Variety. A exploração do mal, que é uma grande parte do passado histórico da existência humana, é a ponte entre a ficção e a atualidade.
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Para López, Santo explora o medo do “invisível”, assim como qualquer ser humano começa sua vida temendo o escuro. Para os protagonistas Millán e Cardona, o traficante Santo encarna a escuridão. Suas práticas ocultas e ações sobrenaturais fazem os dois investigadores mergulharem profundamente na escuridão e superarem o medo.
“O que o tornou Santo muito original foi esse novo elemento, o oculto, que Carlos trouxe para ele. Na verdade, é complicado porque é muito pessoal. A verdade é que o oculto está dentro de nós”, disse Vicente Amorim, diretor do projeto, à Variety na mesma entrevista. Como Amorim falou, o encontro parece estar mais próximo da realidade porque aborda o oculto que está dentro de qualquer ser humano.
Série brinca com o oculto, o real e o irreal
A exploração de práticas e costumes religiosos é uma estratégia diferente que o roteiro de López conecta com a atualidade. Em entrevista concedida em setembro de 2022, o criador revelou que “absorver” a intrincada realidade religiosa do Brasil havia desempenhado uma parte integral na criação da narrativa.
A experiência coletiva da religião no Brasil também pode ser vista em Santo. A presença e participação de um conselheiro religioso nos processos de escrita e pós-produção ajudaram o criador a situar a corrente ficcional dentro da atualidade baiana.
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Santo também tem suas raízes no passado histórico. Santo, o traficante, escreve “XWETANU” com sangue onde quer que faça sacrifícios humanos. A frase refere-se novamente aos costumes anuais do Reino do Daomé, posicionado no atual Benin, na África Ocidental. Acredita-se que os sacrifícios humanos costumavam acontecer dentro do reino. Segundo fontes, vítimas foram decapitadas no Daomé, assim como Santo faz.
Através dessas referências e conexões com o passado histórico, a série de López cresce além de suas origens fictícias para se tornar uma intrigante mistura de ficção, realidade e passado histórico.