Sem ritmo algum, Trust vale a pena por Donald Sutherland

Crítica do primeiro episódio da primeira temporada de Trust, do FX, intitulado de "The House of Getty".

The House of Getty Trust
Imagem: FX/Divulgação
The House of Getty Trust
Imagem: FX/Divulgação

Não espere por uma aula de história.

Se você sequer ouviu falar de Trust, fique tranquilo porque o FX fez uma divulgação horrorosa da sua nova minissérie. Mesmo assim, estamos aqui para discutir se vale ou não a pena o seu tempo e, claro, lhe contar um pouquinho sobre qual é a sua proposta. Primeiramente, o que importa saber no momento é que Jean Paul Getty, personagem interpretado por Donald Sutherland, foi um dos homens mais poderosos (e ricos) do século passado. Magnata do ramo do petróleo, a vida de Getty é lembrada não só pelo dinheiro, mas pela forma na qual ele negociou o resgate do seu neto em 1973.

The House of Getty Trust
Imagem: FX/Divulgação

Porém, quem assistir o episódio em questão não terá a oportunidade de ver ou conhecer nada do que foi descrito. Muito pelo contrário. A intenção de The House of Getty é justamente de apresentar a casa do Sr. Getty. O tamanho e a disfuncionalidade da família. As decepções que o patriarca teve com seus filhos. E caso o telespectador tenha prestado muita atenção, conheceu um pouco a sua forma de pensar. O que provavelmente será muito útil para os episódios futuros, presumo.

O problema é que mesmo acertando ao propor esses desenvolvimento lento e atento aos detalhes, o roteiro esquece do ritmo. As cenas são longas demais com diálogos pouco refinados, enquanto o diretor claramente se perde ao se ver diante de um elenco gigantesco. Os personagens que realmente valiam a pena, como o mordomo que tudo vê e surge das sombras para servir o patrão, ficaram renegados a meia dúzia de falas e conexões com os núcleos principais. Ainda estou muito empolgado para ver a entrada de Brendan Fraser e Hillary Swank, não pela importância dos nomes, mas sim para ver como que eles se adaptam à televisão.

Mas o copo meio cheio…

Ainda falando de atores acredito que o grande acerto, além de escalar Sutherland no papel principal, foi a oportunidade dada a Harris Dickinson. Um ator jovem e inexperiente, mas que aqui fica com a tarefa de não só contracenar a altura de Donald, mas ser revelado de forma completa. Provar à indústria que é capaz de encarar personagens complexos, mesmo começando agora. Do que tivemos a oportunidade de assistir nesse episódio, acredito que ele vai surpreender muito ainda. Tomara que esteja certo.

É muito cedo para afirmar ou imaginar o futuro de Trust. Como disse anteriormente, ainda há atores bem interessantes esperando para aparecer. Todavia, acredito que mesmo que o caminho daqui para frente seja o fundo do poço, valerá a penas assistir até o final em razão de uma única pessoa: Donald Sutherland. Não é sempre que podemos fazer tal afirmação. Porém, saibam que ele vê-lo trabalhar é mais do que prazeroso e sim, uma aula de atuação.

Lembrando que no Brasil, a minisérie estreia na segunda, 02 de abril às 21h no Fox Premium 1.

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Bernardo Vieira

Meu nome é Bernardo Vieira, sou catarinense e tenho 25 anos. Sou bacharel em direito, jornalista e empreendedor digital. Escrevo no Mix de Séries desde janeiro de 2016.Sou responsável pelas colunas de audiência e Spoiler Alert, além de cuidar da editoria de premiações e participar da pauta de notícias. Quer saber mais? Me pague um café e vamos conversar.

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