Série escondida na Netflix é melhor que Terra Indomável

O faroeste tem ganhado novos contornos na televisão contemporânea, trazendo histórias que vão além dos tiroteios e perseguições clássicas. Séries como Terra Indomável (American Primeval) e Godless, ambas disponíveis na Netflix, demonstram como o gênero se reinventou, misturando elementos tradicionais com reflexões modernas e contextos inesperados.

Terra Indomável: uma nova visão do faroeste

Lançada recentemente, Terra Indomável surge como uma obra influenciada pelos grandes diretores italianos, como Sergio Leone, mas com um toque moderno que dialoga com a era do neo-western. A série explora temas profundos, como honra, sobrevivência e a luta para manter-se fiel às próprias palavras em um mundo brutal e implacável.

Apesar de sua grandiosidade visual e narrativa sólida, a série não escapou de comparações com outra produção marcante do gênero: Godless. Para muitos fãs, a série lançada há oito anos ainda supera a mais recente aposta da Netflix, especialmente no quesito inovação.

Godless: um faroeste pós-apocalíptico em pleno século XIX

Godless é ambientada no final do século XIX, mas sua atmosfera nos remete a um cenário pós-apocalíptico. O enredo se desenrola na peculiar cidade de La Belle, um lugar habitado majoritariamente por mulheres após um acidente em uma mina que vitimou quase todos os homens. Entre os poucos sobreviventes estão um xerife cego, seu jovem assistente, o ferreiro e o dono do hotel.

A chegada de Roy Goode, um cowboy foragido e filho adotivo do temido fora-da-lei Frank Griffin, muda a rotina da cidade. Roy carrega o peso de um passado criminoso e um saque valioso, atraindo a ameaça da gangue liderada por Griffin.

Assim, as mulheres da cidade se veem obrigadas a enfrentar um destino perigoso, preparando-se para um confronto inevitável.

Os mestres por trás de Godless

Dirigida e escrita por Scott Frank, roteirista de Logan, e produzida por Steven Soderbergh, Godless é muito mais do que um faroeste convencional. A série se aproxima, em atmosfera e tom, de obras como Game of Thrones ou Mad Max, explorando temas como isolamento, desconfiança e sobrevivência.

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A narrativa apresenta um mundo fragmentado, com cenários que vão desde a cidade de mulheres até um rancho isolado, um orfanato e uma tribo de escravistas. Cada localidade é como uma ilha, reforçando a sensação de desconexão e abandono, típica de histórias pós-apocalípticas.

Com sua estética sombria e narrativa inovadora, Godless é frequentemente apontada como a criadora de um subgênero único: o faroeste pós-apocalíptico com toques de misticismo e horror. Essa abordagem permite que o público veja o Velho Oeste de uma maneira completamente nova, refletindo as complexidades e incertezas da sociedade moderna.

Terra Indomável vs. Godless: qual é a melhor?

Enquanto Terra Indomável impressiona por sua dramaticidade e fidelidade aos princípios do faroeste moderno, Godless vai além, ao desconstruir o gênero e criar algo verdadeiramente inovador. Não é à toa que, mesmo após quase uma década de seu lançamento, Godless mantém avaliações superiores no Rotten Tomatoes, com 83% de aprovação da crítica e 85% do público.

Ambas as séries mostram como o faroeste continua relevante, evoluindo para incorporar temas contemporâneos e oferecendo novas perspectivas a um gênero que parecia estar fadado ao passado.

Seja explorando a brutalidade da sobrevivência ou a resiliência de uma comunidade de mulheres, Terra Indomável e Godless provam que o faroeste ainda tem muitas histórias para contar.

Sobre o autor

Matheus Pereira

Coordenação editorial

Matheus Pereira é Jornalista e mora em Pelotas, no Rio Grande do Sul. Depois de quase seguir carreira na Arquitetura, enveredou para o campo da Comunicação, pelo qual sempre nutriu grande paixão. Escritor assíduo na época dos blogs, Matheus desenvolveu seus textos e conhecimentos em Cinema e TV numa experiência que já soma quase 15 anos. Destes, quase dez são dedicados ao Mix de Séries. No Mix, onde é redator desde 2014, já escreveu inúmeras resenhas, notícias, criou e desenvolveu colunas e aperfeiçoou seus conhecimentos televisivos. Sempre versando pelo senso crítico e pela riqueza da informação, já cobriu eventos, acompanha premiações, as notícias mais quentes e joga luz em nomes e produções que muitas vezes estão fora dos grandes holofotes. Além disso, trabalha há mais de dez anos no campo da comunicação e marketing educacional, sendo assessor de imprensa e publicidade em grandes escolas e instituições de ensino. Assim, se divide entre dois pilares que representam a sua carreira: de um lado, a educação; de outro, as séries de TV e o Cinema.

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