Slow Horses: 3ª temporada vira trunfo do Apple TV+ e detona tudo
Review da terceira temporada de Slow Horses, série do Apple TV+ que se tornou um grande trunfo nesta leva de episódios.
A terceira temporada de “Slow Horses“, série de espionagem da Apple TV+, prova ser um triunfo narrativo que redefine o gênero.
Com um início que remete aos clássicos filmes de 007 – uma perseguição de barco em Istambul que transita para um confronto automobilístico culminando em tragédia – a série se distancia do cenário usual de agentes desacreditados da MI5, mergulhando em um terreno mais glamouroso e cinematográfico.
Abertura da terceira temporada, aliás, exemplificou a genialidade da série: sua capacidade de equilibrar o drama de espionagem com uma comédia de local de trabalho, sem nunca perder o equilíbrio.
Durante a terceira temporada, entretanto, “Slow Horses” brinca com as expectativas do espectador, desafiando a noção convencional do que deve ser uma história de espião. Em um dos episódios mais recentes, “Cleaning Up”, vemos o personagem River Cartwright (interpretado por Jack Lowden) em uma situação extremamente tensa, mas ao mesmo tempo cômica, dentro de um depósito clandestino da MI5.
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A série, adaptada dos romances de Mick Herron, tem seu charme justamente na antítese dos clichês de espionagem. Os heróis aqui não são os típicos espiões elegantes e quase sociopatas que dominam as telas há décadas. Ao contrário, são personagens problemáticos, desorganizados e rejeitados, agrupados na Slough House porque ninguém mais os suporta. Esses são os verdadeiros heróis de “Slow Horses”.
O elenco, liderado por Gary Oldman, Kristin Scott Thomas e Jack Lowden, trouxe uma mistura de atuações sólidas com momentos de brilho individual nessa atual leva. Oldman, como o irascível Jackson Lamb, e Lowden, como River Cartwright – um quase Jason Bourne da série – são particularmente notáveis. A performance de Lowden equilibra o carisma e a capacidade com um toque de desajeito e vulnerabilidade, tornando seu personagem tanto admirável quanto crível.
A temporada, com seu ritmo acelerado e cliffhangers bem orquestrados, se revelou um excelente exemplo de “propulsão sobre plausibilidade”. Ela oferece escapismo puro, sem se levar muito a sério. Esse equilíbrio entre ação, suspense e humor, um traço característico das melhores séries de TV, é executado de forma magistral.
Por fim, a terceira temporada de “Slow Horses” se destaca como um entretenimento de alta qualidade, que consegue ser inteligente e ao mesmo tempo descompromissado. Para os fãs de séries de espionagem que procuram algo além do convencional, esta temporada representa o ápice de uma série que já se estabeleceu como uma das mais inovadoras e envolventes do gênero.
Nota: 4.5/5