The 8 Show é uma cópia de Round 6 na Netflix?

"The 8 Show" vs "Round 6" (Squid Game): Questionando a Originalidade nas K-Dramas de Sobrevivência da Netflix.

The 8 Show copia Round 6
Imagem: Divulgação.

O mais recente K-drama da Netflix, “The 8 Show”, que estreou em maio, tem provocado consideráveis discussões devido à sua notável semelhança com a sensação global de 2021, “Round 6” (Squid Game). Embora “The 8 Show” não seja uma cópia exata, as paralelas entre os dois são difíceis de ignorar, levantando questões sobre a linha entre inspiração e imitação no gênero de dramas de sobrevivência.

Temas Similares e Elementos de Sobrevivência

The 8 Show copia Round 6
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Ambos “The 8 Show” e “Round 6” giram em torno de jogos de sobrevivência onde os riscos são altos. Em “Round 6”, os concorrentes competem por um prêmio colossal, arriscando suas vidas em cada jogo, onde a eliminação significa a morte. Em contraste, “The 8 Show” introduz uma torção nova onde cada concorrente ganha dinheiro conforme avança. Mas em taxas variadas dependendo das regras e do andar que selecionam no início. Isso introduz uma dinâmica diferente, mas mantém o elemento central de sobrevivência.

Uniformes e Anonimato

The 8 Show copia Round 6
Imagem: Divulgação.

Uniformidade e desumanização são temas proeminentes em ambas as séries. “Round 6” atribui números aos concorrentes, vestindo-os em agasalhos verdes icônicos, que os despojam de suas identidades pessoais. Da mesma forma, “The 8 Show” usa números e uniformes, embora com variações sutis que refletem disparidades econômicas entre os jogadores, simbolizando a desigualdade dentro do próprio jogo.

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Infância Reimaginada

Ambos os programas também emprestam a estética de jogos infantis, transformando-os em um campo de batalha. “Round 6” é famoso por transformar jogos infantis nostálgicos em competições mortais. “The 8 Show” usa configurações lúdicas de forma similar para criar uma atmosfera enganosamente inocente, que contrasta fortemente com a realidade sombria da competição.

O Papel da Violência

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A violência é outra área onde os shows se sobrepõem. “Round 6” é aberto em sua brutalidade, com cada jogo podendo terminar em morte. “The 8 Show”, embora inicialmente menos violento diretamente, escala para confrontos agressivos à medida que a série progride, sublinhando o desespero e os instintos de sobrevivência primários dos concorrentes.

Capitalismo e Luta de Classes em The 8 Show e Round 6

Ambas as séries oferecem críticas contundentes ao capitalismo e à disparidade de classes. “Round 6” retrata uma alegoria brutal do desespero econômico onde a vida é mercantilizada. A nova série ecoa esse sentimento, ilustrando como o status socioeconômico influencia as chances de sobrevivência e sucesso dentro do jogo, reforçando a desigualdade sistêmica vista na vida real.

Apesar de suas semelhanças temáticas, “The 8 Show” é distinto em sua estrutura narrativa e background, sendo baseado nos populares webtoons da Naver “Money Game” e “Pie Game”. No entanto, a semelhança com “Round 6” é inegável, destacando uma tendência em K-dramas que mistura cenários extremos com comentário social, uma fórmula comprovadamente bem-sucedida pelo aclamado sucesso global de “Round 6”.

Como espectadores, a questão crítica permanece: essas semelhanças minam a originalidade da mais recente série, ou representam um gênero mais amplo bem como evolutivo que reflete questões sociais profundas através da lente do entretenimento dramático e de sobrevivência? Só o tempo dirá se “The 8 Show” conseguirá sair da sombra de seu predecessor ou permanecerá visto como um eco derivado, embora divertido.

Sobre o autor

Matheus Pereira

Coordenação editorial

Matheus Pereira é Jornalista e mora em Pelotas, no Rio Grande do Sul. Depois de quase seguir carreira na Arquitetura, enveredou para o campo da Comunicação, pelo qual sempre nutriu grande paixão. Escritor assíduo na época dos blogs, Matheus desenvolveu seus textos e conhecimentos em Cinema e TV numa experiência que já soma quase 15 anos. Destes, quase dez são dedicados ao Mix de Séries. No Mix, onde é redator desde 2014, já escreveu inúmeras resenhas, notícias, criou e desenvolveu colunas e aperfeiçoou seus conhecimentos televisivos. Sempre versando pelo senso crítico e pela riqueza da informação, já cobriu eventos, acompanha premiações, as notícias mais quentes e joga luz em nomes e produções que muitas vezes estão fora dos grandes holofotes. Além disso, trabalha há mais de dez anos no campo da comunicação e marketing educacional, sendo assessor de imprensa e publicidade em grandes escolas e instituições de ensino. Assim, se divide entre dois pilares que representam a sua carreira: de um lado, a educação; de outro, as séries de TV e o Cinema.