The Last of Us: série volta a emocionar em episódio 5
Quinto episódio de The Last of Us traz um dos melhores momentos de Bella Ramsey, além de uma grande sequência de ação. Novamente imperdível!
Por ser uma narrativa em constante movimento, The Last of Us jamais fica muito tempo no mesmo lugar. Tampouco investe muito tempo em determinados personagens.
Como Cormac McCarthy já havia explorado em A Estrada, e tantos outros também já haviam experimentado em suas tramas apocalípticas, The Last of Us vê muitos espaços e rostos. Mas algo une lugares e pessoas: a desolação de um mundo e futuro.
O quinto episódio, então, torna ainda mais difícil aquilo que havíamos pontuado há algumas semanas: o valor da persistência. Ainda que Joel e Ellie constantemente encontrem motivos para seguir e sobreviver, o universo não cansa de tentar dissuadi-los. Assim, aqui e ali, novas tragédias fazem com que a dupla repense suas missões e posições no mundo.
Suportar e sobreviver
É uma triste ironia, portanto, que este novo capítulo se chame “Endure and Survive”, algo como “suportar e sobreviver”. Em um apocalipse que insiste em esmagar, é preciso aguentar, segurar a barra, e perseverar.
No processo, contudo, partes da alma dos sobreviventes se esvaem. Desta forma, é curioso constatar como Joel parece reconquistar sua humanidade enquanto Ellie visivelmente a perde.
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Nesta perspectiva, o que vemos em “Endure and Survive” é a degradação lenta e irreversível de uma jovem que já viu o suficiente por mais de uma vida. Assim, quando vemos Joel consternado à beira de covas recém-cavadas, podemos supor que ele não está desolada apenas com as mortes há pouco presenciadas. Ele também lamenta a morte gradual de Ellie.
Bella Ramsey segue impecável como Ellie
E, por falar em Ellie, é preciso rasgar elogios à Bella Ramsey. A jovem atriz tem o seu melhor momento no episódio 5, e mostra todas as habilidades dramáticas em sequências realmente difíceis.
Pedro Pascal, por sua vez, se sai maravilhosamente bem ao retratar o caminho quase que oposto ao de Ellie. Aos poucos Joel ganha sorrisos, palavras, sentimentos. E sua preocupação com Ellie se torna cada vez mais palpável, tornando a relação da dupla cada vez mais complexa e interessante.
Além disso, como já virou costume na série, “Endure and Survive” é tecnicamente impecável. E o “estouro” de zumbis no clímax do episódio é de deixar The Walking Dead com vergonha.
Depois de esconder os infectados por um bom tempo, The Last of Us traz todo o perigo para o centro da ação. E o resultado é assustador, estabelecendo os infectados como uma ameaça cada vez mais perigosa. E o “baiacu” visto no terceiro ato faz jus à criatura original dos jogos.
Uma vida de tragédias – e perseverança
Jeremy Webb, diretor do episódio, dosa com precisão sensibilidade e tino para ação. É de aplaudir, por exemplo, a sequência em que Henry pinta o rosto de Sam, como uma máscara de super-herói. Em seguida, o irmão mais velho espia pela janela e, no reflexo do vidro, vemos uma faixa semelhante, vermelha, cobrindo seus olhos, tal qual a máscara recém-pintada no caçula.
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São pequenos momentos como este que tornam tudo mais trágico. E fazem valer a participação de personagens, mesmo que por apenas alguns minutos. Prova de um roteiro bem escrito e de episódios bem executados.
Se The Last of Us consegue encantar em apenas uma hora, com personagens e situações bem alicerçadas, o que pode acontecer com uma temporada inteira? Provavelmente algo inesquecível!
Nota: 4/5