The Rain: nova série da Netflix é mais do mesmo e serve apenas para passar o tempo

Crítica sem spoilers da primeira temporada de The Rain, disponível na Netflix com 8 episódios.

agosto na Netflix
Imagem: Netflix
Imagem: Netflix/Divulgação

Nada de zumbis, o fim do mundo chega pelo céus na nova série da Netflix!

Nos últimos anos, a TV e as plataformas de streaming têm apostado bastante em produções pós-apocalípticas. The Walking Dead, The 100 e 3% são provas vivas de que, apesar das críticas, o gênero possui um público fiel. É esse público que, em sua maioria, será fisgado pela trama de The Rain, o novo drama apocalíptico da Netflix. Porém, a série não traz absolutamente nada de novo, e a impressão que fica é a de que estamos assistindo a um repeteco.

Primeira produção dinamarquesa da plataforma, The Rain pode ser facilmente associada com Dark, série alemã que conquistou o público no ano passado, mas as semelhanças se limitam à proximidade geográfica e à bela e fria fotografia exibida nos oito episódios disponíveis.

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O roteiro, pouquíssimo original apresenta logo no primeiro episódio as informações básicas que precisamos para compreender.

Em um dia aparentemente normal, a vida da jovem Simone (Alba August) é virada de cabeça para baixo quando seu pai, Frederik (Lars Simonsen), a tira da escola alegando que eles precisavam fugir antes da chegada chuva. A próxima cena mostra a família inteira em fuga para escapar de uma chuva tóxica que está causando a morte de várias pessoas.

Apesar dos contratempos na estrada, a família consegue se abrigar em um bunker subterrâneo pertencente à empresa que o pai trabalha. Mas os quatros não ficam juntos por muito tempo. Os pais logo saem de cena e deixam Simone e seu irmão pequeno, Rasmus, sozinhos. A única instrução que Simone recebe do pai é “Proteja seu irmão. Ele é a chave de tudo”. É dentro desse abrigo de alta tecnologia que a dupla permanecerá durante seis anos. Isso mesmo. SEIS ANOS.

Depois de tanto tempo isolados e quase sem comida, os irmão se veem obrigados a deixar o bunker e encarar o agora “desconhecido” mundo da superfície. Simone e Rasmus – que agora já é um adolescente (interpretado por Lucas Lynggaard Tønnesen) são surpreendidos por um grupo armado de sobreviventes em busca de comida.

Imagem: Netflix/Divulgação

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A imaturidade e as emoções da juventude se destacam.

Movidos pela sede de respostas e pela vontade de sobreviver à hostil nova realidade, Simone e Rasmus acabam se unindo ao grupo formado por Martin (Mikkel Folsgaard), Patrick (Lukas Lokken), Beatrice (Angela Bundalovic), Lea (Jessica Dinnage) e Jean (Sonny Lindberg). Ao longo dos episódios, os personagens conseguem ser, ao mesmo tempo, os pontos fortes e fracos da série.

Se em outras produções do gênero, nós somos cansados pela trama que repetitiva e que anda em círculos, em The Rain, as coisas parecem acontecer rápidas demais. Em poucos episódios, o grupo consegue se meter em inúmeras situações um tanto quanto estúpidas e totalmente evitáveis que fazem qualquer seriador revirar os olhos.

Através da história particular de cada um desses sobreviventes, contadas através de flashbacks, há uma conexão com o público. As cenas do passado nos ajudam a entender os atuais sentimentos de cada indivíduo e geram empatia. A interação do grupo enquanto percorrem a cidade abandonada e fogem de humanos famintos também se destaca como um forte recurso da série. Romances, intrigas e descobertas. Todos os elementos de uma série juvenil também estão presentes aqui.

Com roteiro batido, The Rain acerta na boa execução.

O trunfo da série dinamarquesa talvez esteja na perfeita condução do clima de mistério. Sem exageros, a fotografia e a sonoplastia causam a sensação de perigo eminente, principalmente no “anúncio” do maior inimigo da história: a chuva. Nuvens carregadas e os sons da floresta estão sempre presentes nos planos, dividindo cena com os personagens. As perguntas, que não são poucas, tentam ser respondidas conforme o grupo, liderado por Martin e Simone, chega mais perto da verdade por trás da chuva mortal que os colocou naquela situação.

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A primeira temporada encerra em clima de tensão e no núcleo do grande problema, mas deixa novas perguntas no ar que só serão respondidas em uma possível segunda temporada.

Os furos são muitos e a sensação de “eu já vi isso em algum lugar” é constante. Se você conseguir ignorar esses pequenos obstáculos, com certeza vai encontrar em The Rain, uma boa série de “fim do mundo” para passar o tempo.

Nada de extraordinário, mas ok, também nada medíocre.

Sobre o autor
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Italo Marciel

Cearense, 28 anos. Jornalista especialista em Assessoria de Comunicação. Viciado em séries desde que se entende por gente e apaixonado por cinema. O cara que fica feliz em indicar uma boa série ou um bom filme para os amigos.

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