The Walking Dead muda de ritmo, mas continua alucinante

Crítica com spoilers dos episódios 10, 11, 12 e 13 da 11ª temporada de The Walking Dead, que mostrou mudança de ritmo.

The Walking Dead serie

Quatro episódios se passaram desde a última vez que nos encontramos aqui. E, durante esse tempo, a dinâmica de The Walking Dead mudou de forma significativa. Na minha opinião, até agora, mudou para melhor. Inclusive, me causou até um certo estranhamento que os tais “Walking Deads” do título tenham aparecido tão pouco. Nesse tempo, os zumbis deram espaço para uma trama política que abrem caminho para o final da série… Um final ainda obscuro!

Como já era esperado, nem tudo (ou basicamente nada) são flores na Commonwealth. É claro que um lugar tão perfeitinho não apareceria para os nossos guerreiros logo no final da série. De início, ficamos deslumbrados com o fato de haver um lugar tão parecido com o antigo mundo – do melhor ao pior aspecto, com tantas pessoas e que funciona tão bem.

Conforme as coisas iam avançando, fomos surpreendidos com o sistema de funcionamento deles. Das classes sociais mais altas e mais baixas, a salários e profissões marginalizadas. E é meio bizarro pensar que isso se construiu, ou melhor, se reconstruiu no meio de um apocalipse.

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Além disso, os questionamentos que essa trama cria são bem legais, como: se o mundo “funcionava” assim antes, por que não reconstruí-lo a imagem e semelhante daquilo que ele foi um dia? É possível criar um novo mundo, com perdas, ganhos, direitos e deveres iguais para todo mundo? Humanamente falando, é algo viável e sustentável a longo prazo?

E com isso temos os nossos personagens reagindo de diferentes maneiras… Existem aqueles totalmente céticos e que querem distância daquilo, aqueles que decidem de forma provisória acertar essa benção e aqueles que abraçam isso com todas as forças.

Maggie, Carol, Daryl e Negan

Nosso quarteto principal de The Walking Dead segue nessa premissa, desempenhando diferentes papeis na trama da Commonwealth. Maggie, como não poderia deixar de ser, apresenta a oposição de fato aqui.

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Apesar de ter recebido a própria governadora na sua porta, ela recusou uma oferta de ajuda mútua (seja lá o que isso signifique) entre Hilltop e a “terra prometida”. E, de quebra, ainda levou a Oceanside junto (que estavam esquecidos na série. Fiquei até surpreso quando eles apareceram!). Isso condiz muito com o perfil da personagem, que já vinha se fechando a novas alianças desde temporadas passadas. Acredito que se Michonne continuasse na série, teria o mesmo comportamento também.

The Walking Dead
Imagem: Divulgação.

Daryl e Carol já são diferentes, mas cada um com seus interesses. Nesses meses que passaram, eles já são residentes da Communwealth, com o choque para Daryl que tem uma postura bem diferente daquela que ele teve quando chegou em Alexandria. Mas o motivo aqui é bem bonito: Daryl assumiu a “guarda” dos filhos de Rick. E, aparentemente, ele está aceitando esse conto de fadas pelo bem das crianças.

Já Carol, como sempre, tem seus próprios interesses envolvidos. Ela é minha personagem favorita, mas eu não paro de me surpreender com ela. A sagacidade dela é muito bacana. Mas, nesse jogo, ela está ligada logo àquele que parece ser o grande vilão dessa segunda parte, e com certeza tudo terá um preço para ela.

Já Negan vem tendo um papel mais distante disso tudo em The Walking Dead. Ele é o único que não teve um contato direto com os recém-chegados ainda. Mas parece que, quando houver, será de forma antagônica como Maggie vem fazendo. Honestamente, ele me parece um personagem totalmente descolado da história, mas ele tem fãs e o ator tem carisma, por isso vai ficando e vai além … Tem até série própria confirmada, mas vamos falar disso depois.

Demais personagens

Com as atenções concentradas, os demais personagens pegam as tramas que der, mas nenhuma empolga. Apesar de não gostar dele, confesso que achei o plot do Eugene mais legalzinho. Muito por conta da performance do ator, que soube aproveitar a oportunidade e demonstrou notável capacidade dramática ao descobrir a farsa sobre a sua Stephanie, ou melhor, Shira.

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Outra que tem uma história mais ou menos interessante é Connie. Ela já conhece previamente a Governadora, dá mais profundidade à trama e deve render bons momentos na série. Já a sua irmã, infelizmente, só resta o papel de tradutora. Ademais, Rosita, Lidya, Gabriel, Aaron e outros só ficam como apoio mesmo.

The Walking Dead
Imagem: Divulgação.

Spin-offs

Sabemos que The Walking Dead não vai acabar por conta da audiência. A série continua sendo um dos produtos mais rentáveis da AMC. A questão é que os quadrinhos aonde a série se baseia termina, justamente, no arco da Commonwealth. Então, encerrar a série principal é uma forma de manter o legado dela “intacto”, já que, à medida do possível, eles irão seguir as HQs.

Além disso, os contratos internacionais da série atrapalham muito os streamings das suas produtoras, que não possuem exclusividade no produto, e esse problema pode ser resolvido encerrando TWD também.

Mas aí, o que resta? Criar spin-offs… E isso tem atrapalhado as expectativas em relação à série.

Sabemos que encerramentos muitas vezes são covardes, e dificilmente a série mataria o seu quarteto principal. Depois de anunciar uma série do Daryl e da Carol, agora eles anunciaram uma do Negan e da Maggie. E, com isso, o senso de urgência e perigo para com esses personagens deixam de existir. Afinal, que risco eles correm se precisam terminar a série vivos para estrelar os spin-offs? A não ser que sejam anúncios de novas séries falsas, coisa que eu duvido muito. Decepcionante!

Conclusão

The Walking Dead muda de ritmo, mas continua alucinante. Os mortos vivos dão lugar para intrigas políticas e territoriais. Agora, essa mudança de ares foi MUITO bem-vinda. Pouco a pouco a tensão vai sendo construída e em breve os nossos heróis e a Commonwealth estarão em guerra. Quem vai sair vivo disso? Vamos acompanhar!

Nota dos episódios: 4/5

Sobre o autor
Marcelo Henrique

Marcelo Henrique

Nerd, fã de Batman e DC. Adora séries como um todo, mas tem um tombo por produções de Ryan Murphy. No Mix escreve de tudo um pouco, mas atualmente falo de The Walking Dead semanalmente.