The White Lotus: 2ª temporada acerta ao dobrar aposta
Será que a segunda temporada de The White Lotus vale tanto a pena? Mesmo repetindo a fórmula? A gente tem essa resposta.
Em 2014, Amy Poehler e Tina Fey apresentaram o Globo de Ouro. Naquele monólogo de abertura várias piadas vieram com diferentes fundos de verdade. Uma delas, que carrego até hoje, é que Hollywood tem a tendência de produzir sequências até que material original esteja comprometido. Por isso, temi quando a HBO anunciou a produção de uma segunda temporada para The White Lotus.
Nesta segunda temporada, temos um novo grupo de turistas ricos que escolhe a Sicília para passar as férias e relaxar. É importante lembrar ainda que Tanya McQuoid (Jennifer Coolidge) está de volta. A questão, contudo, é que todos estão com os sentimentos à flor da pele. Ansiedade, tensão, inveja, rancor, insegurança vão submergir. Uma hora ou outra.
Elite desidratada
Sabendo que a premissa é bastante parecida com a primeira temporada, minha preocupação aumentou ainda mais. Qual razão para repetir a dose daquilo que já funcionou? Nenhuma. Ainda mais reciclando uma personagem de outrora. A novidade, contudo, é que a série acertou (e muito) ao dobrar a aposta naquilo que funcionou no primeiro ano.
Ridicularizar a elite continua sendo engraçado e eficiente. Rir da sua superficialidade, destacar suas opiniões fora da realidade e zombar de atitudes constrangedoras é o que torna The White Lotus tão interessante de acompanhar. A qualidade do roteiro e principalmente dos diálogos reforçam o acerto em produzir um segundo ano.
Elenco de apoio
O casal que rejeita o noticiário por ser “tóxico e ter distorções”. A mãe que prioriza o namorado em detrimento da filha. O homem que leva o sua prole e o pai adoentado para viagem mesmo sem aturá-los. Tais descrições podem parecer caricaturas, mas quando interpretadas por atores de primeira linha fazem sentido.
Theo James, Aubrey Plaza, assim como F. Murray Abraham e Jennifer Coolidge são os destaques do primeiro e segundo episódio. Sua força, sua dedicação e compreensão do roteiro fazem com que a crítica social seja entregue ao telespectador de forma mais polida e menos óbvia.
Sem vulgaridade
Por fim, ainda destaco o sex appeal visto nos dois primeiros episódios. Seja em relação a James no Season Premiere ou Will Sharpe no segundo episódio. É impressionante como tais cenas fazem sentido. Elas não estão lá para viralizar, mas são fundamentais na construção dos personagens e do que está por vir.
Assista The White Lotus o quanto antes. Me agradeça depois.