Três Vidas: série da Netflix tem grande problema e é desconexa
Novo sucesso da Netflix, Três Vidas tem trama intrigante, mas fracassa ao se deparar com grande problema de desconexão.
Três Vidas é a mais recente série mexicana da Netflix que vem fazendo um gigantesco sucesso na plataforma. A atração chegou a figurar o Top 1 semanal e, no Brasil, encontra-se em segundo lugar até o momento.
O elenco da série inclui Maite Perroni no papel principal, junto com David Chocarro, Flavio Medina, Nuria Bages e outros grandes nomes. Todos eles protagonizam uma história que, supreendentemente, tem inspirações em um evento real.
Na série Três Vidas conhecemos mais da vida de uma investigadora forense, Rebecca. Ela acaba se deparando com uma reviravolta quando ela descobre uma mulher assassinada que é exatamente como ela.
Mais tarde, tentando descobrir a verdade sobre o motivo de sua aparência e o motivo da respectiva morte, ela descobre que existe outra mulher com a mesma aparência que a dela. Ou seja: trigêmeas.
Mas mesmo com toda a história envolvente, Três Vidas tem muitos problemas na Netflix. E o maior deles é a sua falta de conexão.
Construindo a história de Três Vidas
A série tem um início agitado, contendo uma ação com a mulher chamada Aleida Trujano, que aparece procurando por alguém e atirando em qualquer um que esteja em seu caminho. De alguma forma, ela encontra seu alvo – a Dra. Julia Batiz e a leva para o telhado, para basicamente matá-la. Mas a polícia acaba atirando nela e antes que pudéssemos saber qual era o problema dela, ela é dada como morta.
Estranhamente, quando a equipe forense chega ao local, uma das investigadoras – Rebecca, se parece com Aleida e se assusta com o que vê. Este é o momento trivial que põe em movimento tudo o que acontece mais adiante. Obviamente curioso sobre a mulher e por que ela parece idêntica a ter o mesmo aniversário, Rebeca não pode deixar de saber mais sobre isso.
No início, vimos Julia Batiz falando sobre ideias como algo que cresce de um único pensamento para algo muito maior que pode até dominar sua mente e sua vida. E algumas ideias são como vírus que podem transformar uma pessoa em um monstro. Em retrospectiva, essa é a filosofia básica da série, pois os personagens principais passarão por essa transformação exata, mas depende se eles encontrarão respostas ou se transformarão em monstros.
Descoberta das trigêmeas poderia ser boa… mas a falta de conexão chama atenção e deixa a série com grande problema
Conforme a história de Três Vidas avança, Rebecca descobre que não são apenas ela e Aleida, mas há outra pessoa idêntica, chamada Tamara. Todos as três não têm nada em comum, desde seus pais adotivos até status social ou empregos. Mas quando elas compartilham alguns detalhes intrincados sobre suas vidas, elas percebem que todos tiveram experiências semelhantes e há mais do que aparenta.
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Os criadores já apontam aos telespectadores que a série tem base na história real de irmãos trigêmeos que foram adotados por três famílias diferentes, como um experimento. As personagens também se referem à mesma notícia enquanto tentam encontrar respostas sobre si mesmas. No entanto, a série se diferencia por ir um passo além da ciência para territórios místicos desconhecidos.
Falando sobre a história, embora a trama diga que são irmãs idênticas, a forma como as coisas foram se desenrolando, com a personagem tendo visões de suas outras irmãs e sentindo a mesma coisa que ela, até se sentindo bêbada quando nem tinha bebido nada faz você questionar se elas são clones ou algo mágico que os conecta.
Infelizmente, acaba sendo um elemento de enredo absolutamente ridículo, e aqui temos uma grande falta de conexão. Afinal, Tamara está sempre fumando drogas, então por que Rebecca também não se sente chapada? Por que apenas uma vez Rebecca bebe e Tamara fica totalmente bêbada? Ao longo dos oito episódios, os criadores nos conduzem em círculos de informações falsas que, quando a verdade é finalmente revelada, é difícil distinguir.
Três Vidas tem potencial, mas fracassa
É um enredo interessante com muito potencial para fazer algo que pode assustar a todos sobre o mundo em que vivemos e a possibilidade de ser real. Mas os criadores adicionaram tantas coisas complicadas à equação que tiram o foco da história real. E a falta de conexão entre elas também surge aqui. Além disso, eles nem justificaram as coisas introduzidas na história e permanecem como brechas sem resposta.
Em termos de personagens, embora todos os três papéis tenham sido interpretados pela mesma atriz, a personagem de Rebecca parecia um pouco exagerada. Não dá para entender sua motivação por estar tão emocionada ao ver Aleida no primeiro encontro e se sentir tão apegada à sua ‘irmã’ depois de vê-la por apenas um minuto.
Três Vidas deveria ter sido um pouco sutil e, em vez de Rebecca ficar obsessiva, as coisas deveriam ter sido jogadas na frente dela – incitando-a a cavar fundo na histíoria. Aqui ela apenas decide que Aleida é sua irmã e a persegue, embora ela seja tecnicamente uma criminosa que atirou em um monte de gente no começo.
A série, portanto, apenas repassa o cenário inicial que eles definiram, como se nunca tivesse acontecido, ao passo que poderia ter sido o fator principal para que tudo se desenrolasse.
Diante de uma falta de conexão, como dito, Três Vidas tinha potencial, mas fracassa com esse grande problema.