Um Dia Qualquer: série do Space destaca realidade violenta no Brasil
Estrelas e produtores de Um Dia Qualquer conversaram com a imprensa e destacaram série que mostra violência no Brasil de forma real.
Estrelas e produtores apresentaram a série
Produtores e elenco de Um Dia Qualquer, nova série do canal Space, se reuniram com a imprensa nesta quarta (12) para discutirem o lançamento da produção – que chega ao canal na próxima segunda, dia 17.
A série de drama-ficção conta com cinco episódios, de 25 minutos cada. Na história, mostra-se que um dia qualquer nos subúrbios cariocas pode ser qualquer coisa, exceto algo comum. Por trás de um cotidiano aparentemente simples e rotineiro, a violência diária e o clima de guerra civil obrigam os moradores a iniciar uma verdadeira jornada por sobrevivência. Neste delicado momento para os moradores, diversas histórias se misturam e mostram que viver mais um dia pode não ser tão fácil assim. E revela ainda as entranhas e, principalmente, a maneira como nasce e se consolida o poder paralelo em uma zona esquecida pelas instituições públicas.
A série tem uma pegada bastante realista, e mostra a violência e o descaso na camada mais pobre da população brasileira, a partir da ótica do subúrbio carioca. Confira uma prévia abaixo.
No elenco, estão Augusto Madeira (Quirino), Mariana Nunes (Penha), Jefferson Brasil (Seu Chapa), Vinicius de Oliveira (Maciel), Willean Reis (Beto), André Ramiro (Participação especial – Delegado), Juan Paiva (Juninho), Eli Ferreira (Jéssica), Samuel Melo (Robson), Tainá Medina (Bruna), Adriano Garib (Participação especial – Dr. Menezes), entre outros.
Equipe discutiu sobre a série
Já pelo trailer, podemos entender o nível de realidade que Um Dia Qualquer promete mostrar em seus episódios. O projeto que, inclusive, seria um filme, acabou sendo produzido em formato de série de TV, para que mais temas e histórias pudessem ser explorados.
O diretor Pedro von Krüger, destacou como foi instigante sair de um lugar comum, junto com a produção, a fim de trazer um conteúdo original – embora o tema Milícia/Violência já esteja batido. “Consegui pensar em coisas interessantes, que elevaram a qualidade da série, trabalhando junto deles. Eu não teria pensado em muitas delas sozinho. E o resultado me deixou feliz, eu tinha uma história para contar que não coube em um filme, mas coube na série.”
Entre os desafios sobre transformar a história em algo original, ele também completou.
“É uma tragédia, e a série pega elementos de tragédias de diversas histórias, mas é uma história original, e que não é distante da realidade. É o mergulho nessa realidade, que faz ela ser única. A humanidade e a relação que essas famílias tem com essa violência.”.
O diretor também destacou a necessidade do ativismo social abordado pela série. Para ele, existe a necessidade de jogar luz em termos que são duros. Temas que são velados, mas que precisam ser mostrados, para que nós podemos evoluir. Seja na violência e preconceito.
Ator destacou a realidade que viveu com a mostrada na série
Jefferson Brasil, que interpreta Seu Chapa, bateu na tecla sobre a realidade mostrada pela série, e aproveitou para relembrar a realidade que vive – por vir da favela do Vidigal. “Negro já nasce inferior. Não tem oportunidade. Então eu precisava que o personagem tivesse voz, e fosse passada da forma mais humana possível.”, explicou ele, ao compor seu personagem que ele garante ser 100% real.
Mas Jefferson destacou que mesmo vindo do Vidigal, ele quis deixar claro que o processo de construção para o personagem não é tão fácil.
“Não sou cria do Vidigal, venho da Zona Norte do Rio de Janeiro. Mas tive muito convívio com essas histórias de Marechal, e de bairros que acontecem esses tipos de histórias. Quando fui convidado para fazer, eu já vinha de personagens dessa linha. Mas eu nunca tinha despertado essa vontade de defender a vontade deles. Quando você faz um personagem desse, parece que fica nítido que fazer uma cara de mal seja fácil. Mas eu sou pai de família, tenho dois filhos. É preciso de uma preparação muito grande, são vidas totalmente diferente. [Eu] Jefferson, sou uma pessoa, Seu Chapa é outra. Então conversamos muito para não cairmos no esteriótipo. Requer muito estudo para humaniza-lo”.
“O povo preto vem sendo massacrado, e através do Seu Chapa, eu pude falar por todas as comunidades do Brasil que falta informação, educação e muitas coisas que não se é passado na TV do Brasil. Uma família na comunidade não tem uma educação, um estudo, mas tem um TV no qual ela se educa. E então ela não vê uma melhoria, e se torna refém disso tudo. Isso tem que mudar. Defendo esse personagem que vem de muita luta e muita história apagada.”
Estrelas de Um Dia Qualquer destacaram diferenças de trabalhos anteriores com o novo projeto
Mariana Nunes relembrou como “caiu” no projeto, e destacou que conheceu a história de Um Dia Qualquer através de Dira Paes, que lhe contou sobre o roteiro. “Ela disse que achava que tinha a ver comigo, e sobre o arco dramático que era interessante.”
Sobre sua personagem, Penha, ela também comentou sobre a evolução da personagem, as dificuldades que ela passa, e aproveitou para destacar as diferenças dela para outros personagens que interpretou.
“Pra mim (diante dos episódios), a Penha continua no mesmo lugar. Só a situação que muda. Mas a trajetória dela é interessante, principalmente para uma atriz da minha idade dela fazer”, disse ela. “Em Um Dia Qualquer, faço uma mãe diferente das que já fiz. Porque aqui tem um mote construído de dez anos antes. Essa personagem segue a linha de trabalhos que já fiz, mas há uma grande diferença de onde ela vem, das relações que ela tem antes da maternidade, e o que mudou na vida dela, bem como para onde ela foi.”, completou, ao justificar que – de alguma forma – a Penha foge do esteriótipo.
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Augusto Madeira também aproveitou para reforçar que este personagem que ele interpreta foge bastante do esteriótipo construído para sua imagem em alguns papéis de humor na TV. Ele também acha importante que o Quirino ajude o público a conhecer outros trabalhos que ele já realizou no campo dramático.
“É importante ressaltar que eu não sou comediante. Eu sou um ator que faço comédia. Mas eu passei a evitar trabalhos de comédia, porque eu queria explorar a dramaturgia. Então venho fazendo papeis dramáticos, de miliciano, de bandido, e tenho lutado para não ficar rotulado.”.
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Primeiro episódio já está disponível
O Space preparou uma “pré-estreia” online, e já disponibilizou o primeiro episódio para você assistir. Você confere abaixo.
A partir de 17 de agosto, a série irá ao ar de segunda a sexta, com exibição de um episódio por dia, no mesmo horário. No sábado, dia 22 agosto, o canal traz com exclusividade uma maratona completa, a partir das 18h.
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