Vinagre de Maçã Crítica: Série da Netflix vicia com história insana

Vinagre de Maçã Crítica da série: vale a pena assistir a nova sensação da Netflix? História é realmente viciante.

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Imagem: Divulgação.

A nova minissérie da Netflix, Vinagre de Maçã, promete prender o espectador do início ao fim com uma história inacreditável – e totalmente baseada na realidade.

Inspirada no escândalo de Belle Gibson, influenciadora que enganou milhares de seguidores ao fingir ter curado um câncer terminal através de tratamentos naturais, a produção oferece uma análise ácida sobre o culto às redes sociais e a irresponsabilidade de quem vende falsas esperanças.

A falsidade de Belle ganha vida

Interpretada por Kaitlyn Dever, Belle Gibson é retratada como uma mulher completamente viciada em atenção. Suas reações aos elogios online são quase automáticas – um sorriso instantâneo ao ver curtidas, uma expressão calculada para cada momento.

Dever entrega uma performance brilhante, mostrando Belle como uma mestra da manipulação, mas também como uma pessoa profundamente vazia, sempre encenando emoções para câmeras e seguidores.

A série Vinagre de Maçã deixa claro desde o início que não tem intenção de glorificar sua protagonista – pelo contrário, o roteiro de Samantha Strauss e equipe ressalta o oportunismo cruel da influenciadora.

Milla e Chanelle: os danos colaterais da farsa

Belle não enganou apenas seus seguidores – ela arrastou outras pessoas para o seu teatro. Milla Blake (Alycia Debnam-Carey), uma influenciadora do mundo saudável inspirada em Jessica Ainscough, realmente acreditava na medicina alternativa e, tragicamente, pagou um preço alto por isso. Sua história é um retrato angustiante de como a desinformação pode ser letal.

Por outro lado, temos Chanelle (Aisha Dee), que começa como aliada de Belle e, aos poucos, se torna uma de suas maiores detratoras. Seu arco é um dos mais interessantes, representando o olhar cético que falta a muitos seguidores desse tipo de influenciador.

Realismo crédulo e a crítica às redes sociais

A direção de Jeffrey Walker mantém um ritmo intenso, intercalando cenas vibrantes e cheias de energia com momentos de puro desconforto.

A série brinca com a ideia de mostrar primeiro a “imagem perfeita” e, em seguida, revelar o caos por trás dela – uma metáfora certeira para o universo das redes sociais.

No entanto, com seis episódios longos, Vinagre de Maçã acaba sofrendo com certa fadiga narrativa. Em alguns momentos, as discussões online e disputas de influência parecem exageradas, quase caricatas.

O embate virtual no Episódio 6, por exemplo, poderia ter sido melhor desenvolvido.

No fim, vale a pena assistir a série Vinagre de Maçã?

Apesar de algumas inconsistências, Vinagre de Maçã é uma série poderosa que escancara os perigos do mundo digital e o impacto da desinformação.

É um alerta claro sobre até onde as pessoas estão dispostas a ir por atenção – e até onde estamos dispostos a acreditar em histórias que nos confortam.

Com atuações marcantes e uma crítica social afiada, a série se destaca entre os lançamentos da Netflix e vale a maratona

Sobre o autor

Matheus Pereira

Coordenação editorial

Matheus Pereira é Jornalista e mora em Pelotas, no Rio Grande do Sul. Depois de quase seguir carreira na Arquitetura, enveredou para o campo da Comunicação, pelo qual sempre nutriu grande paixão. Escritor assíduo na época dos blogs, Matheus desenvolveu seus textos e conhecimentos em Cinema e TV numa experiência que já soma quase 15 anos. Destes, quase dez são dedicados ao Mix de Séries. No Mix, onde é redator desde 2014, já escreveu inúmeras resenhas, notícias, criou e desenvolveu colunas e aperfeiçoou seus conhecimentos televisivos. Sempre versando pelo senso crítico e pela riqueza da informação, já cobriu eventos, acompanha premiações, as notícias mais quentes e joga luz em nomes e produções que muitas vezes estão fora dos grandes holofotes. Além disso, trabalha há mais de dez anos no campo da comunicação e marketing educacional, sendo assessor de imprensa e publicidade em grandes escolas e instituições de ensino. Assim, se divide entre dois pilares que representam a sua carreira: de um lado, a educação; de outro, as séries de TV e o Cinema.

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