Voo Criminoso | O que aconteceu com o Rami Farhan da vida real?
Conheça Rami Farhan: O Real Inspirador da Série Voo Criminoso. Saiba detalhes da história real que inspirou a série.
A série da Netflix Voo Criminoso mergulha em um dos assaltos mais ousados da história moderna, inspirando-se em eventos reais. No centro da trama, o personagem Rami Farhan, vivido com intensidade na tela, é baseado em Shirwan Safa Kadhum, um ladrão sueco de origem iraquiana que, mesmo relutante, se envolveu em crimes que marcaram a história da Suécia. A narrativa da série explora as complexas motivações de Rami e a forma como sua trajetória reflete o dilema de muitos imigrantes enfrentando racismo e exclusão social.
A Vida Real de Shirwan Safa Kadhum
Shirwan Safa Kadhum nasceu no Iraque, em 1979, e mudou-se para a Suécia com sua família em busca de uma vida melhor. Apesar de uma infância sem grandes dificuldades, a marginalização que enfrentou moldou suas escolhas. Ele começou com pequenos furtos ainda jovem, mas sua “estreia” nos grandes crimes ocorreu em 2000, quando participou de um audacioso roubo ao Museu Nacional Sueco, que resultou no furto de três obras de arte no valor estimado de 30 milhões de dólares. O roubo terminou com sua prisão em 2004.
Após cumprir dois anos de pena, Kadhum tentou mudar sua vida, mas dificuldades financeiras e dívidas crescentes o levaram a um caminho ainda mais perigoso: o famoso assalto ao depósito de dinheiro da G4S, em Estocolmo, em 2009.
O Assalto do Helicóptero: Realidade x Ficção
No dia 23 de setembro de 2009, Kadhum participou de um assalto cinematográfico. Com o uso de um helicóptero, ele e outros assaltantes invadiram o telhado do depósito, explodiram portas reforçadas e fugiram com o equivalente a 39,1 milhões de coroas suecas. No entanto, a realidade do assalto estava longe da precisão meticulosa retratada na série: Kadhum teve que improvisar ao perceber que os planos apresentados pelos líderes do crime eram, na verdade, falhos.
Assim como em Voo Criminoso, Kadhum foi forçado a participar do crime devido a dívidas acumuladas. Ele carregava um rifle automático para intimidar os funcionários, mas, segundo sua versão, a arma estava descarregada. Durante o assalto, cerca de 20 pessoas estavam dentro do depósito, algo que ele não esperava.
A Fuga e a Captura
Após o assalto, Kadhum fugiu para Punta Cana, na República Dominicana, onde tentou se esconder. No entanto, o rastro de seu DNA, deixado em vários pontos do depósito, levou a polícia até ele. Em janeiro de 2010, Kadhum foi capturado em um resort no Caribe.
Sua confissão e as evidências de DNA resultaram em uma condenação de oito anos de prisão por roubo qualificado. Embora tenha admitido sua participação, ele nunca revelou os nomes dos principais mentores do assalto, alegando temer pela segurança de sua família.
O Legado de Kadhum além de O Voo Criminoso
Após cumprir sua pena, Shirwan Safa Kadhum foi libertado e, ao que tudo indica, mantém um perfil discreto, longe do mundo do crime. O dinheiro roubado nunca foi recuperado, alimentando especulações de que ele recebeu parte do montante para garantir sua reabilitação financeira.
Kadhum, ou o “Rami Farhan da vida real,” personifica a complexidade de escolhas feitas sob pressão e desespero, elementos que a série Voo Criminoso captura com maestria. A produção não apenas dramatiza um assalto icônico, mas também humaniza as circunstâncias que levaram seus protagonistas a caminhos sombrios.
Voo Criminoso está disponível na Netflix, oferecendo uma experiência eletrizante que é, ao mesmo tempo, um retrato de sobrevivência e das consequências de escolhas desesperadas.