Revenge: Aquele guilty pleasure que você mais respeita
Esta não é uma história sobre perdão…
Em 2011 (JÁ?) o canal ABC lançava em sua fall season uma atração que marcou história na emissora. Em 21 de setembro daquele ano éramos apresentados a Revenge, uma história que não se tratava de perdão, como já dizia a protagonista logo na primeira fala da série.
Amanda Clarke, quando criança, viu seu pai sendo preso e condenado por um crime o qual não cometeu, e após isso foi levada a um reformatório. Anos se passaram e agora adulta, a moça está de volta ao lugar em que viveu no passado, porém com a identidade de Emily Thorne. Começava então seu plano de vingança contra aqueles que fizeram mal a David Clarke no passado.
Emily já chegou a Hamptons com força total, e seu principal alvo era o casal Conrad e Victoria Grayson. À ela principalmente, já que a mesma foi a amante de seu pai e quando ele mais precisou não contou com o apoio da “amada”.
Para ficar próxima a eles, a loira usa o filho do casal, Daniel, como isca para se aproximar. Mesmo contra sua vontade, a personagem ainda conta com a ajuda de Nolan, um grande amigo de David, e que com o tempo eles acabam se aproximando e ficando amigos.
Uma das marcas registradas de seus planos de vingança com certeza era a saudosa caneta vermelha, usada toda vez que um inimigo era derrubado, e que sensação boa que nos transmitia. A cada episódio que passava, era a vez de um alvo diferente, e com isso os Grayson sempre ficando por último, como a cereja do bolo.
Apesar de toda essa vingança, Revenge proporcionava momentos que víamos o lado humano de Emily, no meio de tanta obsessão. Ao voltar para Hamptons, ela acabou reencontrando Jack, seu amor de infância, e quantas vezes ela não tentou contar a verdade ao rapaz? Ainda para ajudar tinha o cachorro Sammy, que era da personagem quando criança, mas que acabou ficando com ele após todo o ocorrido.
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Com o sucesso da série, mesmo com sua queda de audiência no decorrer da primeira temporada, é claro que a ABC anunciou sua renovação, porém alterando sua exibição, que a princípio era às quartas-feiras, para as noites de domingo. Quando o segundo ano estreou, pela forma que sua temporada de estreia terminou, é claro que a expectativa era das maiores, porém não foi como esperado.
O contexto da série ficou de escanteio, sendo ofuscado pelo plot desnecessária da Iniciativa, o que acabou distanciando muita gente, e seus índices então caindo de forma considerável.
Depois de todo esse desastre, Revenge acabou sendo renovada, porém com grandes mudanças, começando pelo showrunner. Mike Kelley, que ocupava cargo desde a estreia da série, foi substituído por Sunil Nayar. Com isso, a série voltou às origens, focando novamente nos planos de Emily em derrubar os Grayson, principalmente agora que ela estava noiva de Daniel.
Entretanto até o dia do tão badalado casamento, muitas reviravoltas aconteceram, e isso foi o que agitou o terceiro ano da série.
As coisas ficaram bastante intensas quando o flash forward da temporada mostrava Emily sendo baleada no dia do seu casamento, e muitas teorias foram adotadas. O episódio foi um dos mais aguardados de toda a série, e nele foi descoberto que o responsável pelo tiro foi ninguém menos que Daniel. Assim, tal ato trouxeram grandes consequências e novas reviravoltas, pois a protagonista se tornou mais focada ainda em derrubar a família do rapaz.
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Mesmo com a audiência continuando em queda, a ABC renovou Revenge para sua quarta temporada, porém os momentos decisivos do ano três foram de fortes emoções. Depois de tanto esforço, Emily finalmente conseguiu inocentar seu pai, e faltava apenas uma pessoa para dar o seu xeque mate: Victoria.
O até então último confronto entre as duas foi um verdadeiro duelo de titãs, com direito a vilã finalmente descobrindo que sua inimiga era a verdadeira Amanda Clarke, mas após essa descoberta pagou um alto preço sendo internada em um manicômio.
“Após inocentar o pai, e passar tudo o que passou, Amanda descobre que ele estava vivo…”.
A season finale daria um excelente series finale se não fosse por um pequeno detalhe: David Clarke estava vivo. Quando isso veio à tona, muitos questionaram como a série poderia sobreviver após esse plot twist gigantesco, e se tudo havia sido em vão. A quarta temporada teve uma espécie de mudança de papéis, agora com Emily sendo o alvo de Victória, após a megera conseguir fugir de onde estava internada, em grande estilo.
Com mais pessoas descobrindo a verdadeira identidade de Amanda e o reaparecimento de David Clarke, o clima de desfecho já começava a tomar conta da série. No decorrer da temporada a protagonista enfim contou toda a verdade em rede nacional, e então finalmente encontrava-se livre do fardo que carregou durante anos.
Entretanto, Victoria não tinha mais nada a perder, e aproveitou do momento para tentar derrubar a inimiga de vez, quase conseguindo. Faltando poucas semanas para encerrar a temporada, a ABC optou por cancelar Revenge após o final de seu quarto ano.
O episódio final contou com um grande duelo entre as duas rainhas, e sou bem sincero em dizer que não gostei de como tudo se encerrou. No fim Victoria acabou sendo morta, ironicamente por David, o homem que ela dizia que tanto amava. E Amanda? Conseguiu sobreviver, tendo um final feliz.
Se essa não era uma história de perdão, logo não merecia um “felizes para sempre”, pelo menos para ela. Na minha opinião, o desfecho perfeito seria as duas terem morrido juntas. Apesar disso, ficou “subtendido” que Victoria continuou viva dentro da sua inimiga, pois há teorias de que o coração que a protagonista recebeu transplantado poderia ter sido da vilã.
Revenge era um verdadeiro novelão que, apesar de ser uma montanha russa constante por seus incansáveis altos e baixos, soube conquistar seu público. Mesmo que a audiência tenha sofrido uma dura queda livre, os verdadeiros fãs não abandonaram a saga de vingança de Emily Thorne/Amanda Clarke, e essa é com certeza aquela série que acabou se tornando o guilty pleasure de muita gente.