Crítica: Virgin River, série da Netflix, é apaixonante e merece ser assistida
Crítica da primeira temporada de Virgin River, série da Netflix inspirada em uma série de livros de Robyn Carr. Atração já foi renovada para 2ª temporada.
Nova série da Netflix é tudo o que você precisa
Virgin River, nova série da Netflix, chegou como quem não quer nada. Sem muita divulgação por parte da plataforma, ou alarde, a série estreou no catálogo na última semana. Mas, no final das contas, ela pode acabar sendo tudo o que você precisa.
A atração é desenvolvida por Sue Tenney, roteirista que trabalhou por anos na clássica 7th Heaven da extinta WB, e inspirada nos livros de Robyn Carr. Para quem não sabe, Virgin River é uma franquia de livros norte-americana que se tornou best-seller lá fora (até agora, 20 livros foram lançados). As histórias tornaram-se populares principalmente por inspirarem as pessoas, tratando de perdas, ganhos e recomeços. Assim, basicamente é esta a mensagem que a série tenta passar da melhor forma possível.
Nunca é tarde para recomeçar
Em Virgin River, a atriz Alexandra Breckenridge – de This Is Us – dá vida a Melinda ‘Mel’ Monroe. Ela é uma enfermeira e parteira de Los Angeles que resolve recomeçar sua vida longe da correria da cidade grande. Após ver um anúncio, ela acaba parando em Virgin Ringer, uma pequena cidade do interior que conta com apenas 600 habitantes. O local é minúsculo, mas com uma recepção do tamanho do mundo. Mesmo assim, a adaptação de início não é fácil: ela é recebida por um médico (Tim Matheson, de Hart of Dixie) que não resolve facilitar a sua vida, além dela se ver enganada pela prefeita Hope (Annette O’Toole, de Smallville) que a oferece uma cabana de luxo – que na verdade está caindo aos pedaços.
Porém, com o tempo, ela vai ganhando o coração de todos e vendo que nem tudo é tão ruim assim. Lá ela acaba conhecendo Jack (Martin Henderson, de Grey’s Anatomy), dono do bar local, que logo se encanta pela moça. Mas ao invés de investir em uma básica história de amor, a série dá protagonismo para o sofrimento de Mel, oculto para todos – incluindo para nós, telespectadores.
O roteiro, muito bem desenvolvido por sinal, opta por trabalhar com flashbacks dos tempos em que Mel morava em Los Angeles, e vamos aos poucos sendo apresentados a história de vida da enfermeira. E o que parecia ser perfeito vai revelando com tempo as tragédias inimagináveis que acabaram fazendo a moça sair da cidade grande.
Elenco de Virgin River surpreende
Breckenridge tem uma bagagem incrível como atriz e, certamente, soube trazer o ar necessário para a protagonista: ela não é melodramática, mas consegue expressar o sofrimento quando necessário. Ao mesmo tempo, ela se mostra firme quando necessária, principalmente nas cenas envolvendo o médico da cidade. O mesmo podemos dizer de Handerson, que parece confortável na pele do dono do bar que também tem um passado regado de tristezas – ele é um ex-fuzileiro naval, que traz uma carga dramática interessante para a história.
Até mesmo os secundários, como a Prefeita Hope e Doc, assim como os amigos de Jack e alguns outros moradores, encontram espaço para terem suas histórias contadas, todas de formas simples. A série passa uma mensagem de tranquilidade, de perseverança e de quietude. Em tempos em que as séries precisam fazer “barulhos” para serem notadas, Virgin River quer através da simplicidade conquistar o público. Bem como frisar que sempre há chances para recomeçar, por mais intenso e desgastante possa ser o seu problema.
O caso de Mel, por exemplo, é extremamente envolvente. Por volta do sétimo episódio (de dez) o público já sabe o que aconteceu no passado da protagonista e entende toda a carga dramática em volta do seu medo de recomeçar. É doloroso, mas ao mesmo tempo necessário para que a trama consiga passar o seu recado.
“Série conforto”
Tudo bem, Virgin River pode soar repetitiva com seu enredo principal (e bem semelhante a Hart of Dixie, inclusive). Mas de vez em quando, é necessário termos uma confort série, na qual pegamos um cobertor, tomamos uma xícara de chocolate quente, e apenas curtimos o momento. A Netflix carece deste tipo de conteúdo e Virgin River parece ser a porta de entrada para as produções deste tipo na plataforma. Além disso, ao contrário de Hart Of Dixie, é importante observar que, embora Virgin River esteja em uma categoria semelhante, ela é baseada em uma série de romances, e isso é fantástico por ter potencial para inúmeras temporadas.
Em apenas 45 minutos, e encerrando o primeiro episódio ao som de um cover de ‘Landslide’ do Flatwood Mac, Virgin River te convence que ela tem tudo para virar sua nova série favorita.
Ao longo da caminhada, temos uma linda evolução que culmina em várias histórias impactantes no último episódio da temporada – deixando aquele gostinho de quero mais. A boa notícia é que ela já estreou com uma segunda temporada encomendada, então teremos bastante o que aproveitar em 2020 com mais episódios de Virgin River.
Ainda não assistiu? Que tal começar sua nova série favorita hoje?