Os bastidores de 30 Rock: curiosidades por trás das câmeras
Nos Bastidores desta semana, vemos que 30 Rock foi responsável por não só lançar a carreira das suas estrelas mas também dar sobrevida para NBC no gênero.
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Tudo bem, você não precisa me lembrar que 30 Rock não era tão popular quando estava no ar. Na verdade, essa era mais uma das comédias cultuadas da NBC que quase ninguém assistia, mas era celebrada na temporada de prêmios e lembrada como exemplo de roteiro. Entretanto, sem ela, provavelmente não teríamos visto Community, The Good Place ou The Carmichael Show, seja pelos padrões derrubados por Tina Fey ou pela qualidade que o texto trazia em questões de personagens, diálogos e metalinguagem, recurso pouco utilizado até então.
Colocando toda essa qualidade e importância e perspectiva, não deve ser visto como surpresa que o Bastidores desta semana vem com a proposta de analisar o “por trás das câmeras” da série. Trazer curiosidades que o leitor provavelmente não sabia, assim como relembrar fatos curiosos fartamente divulgados à época, mas que caíram no esquecimento. Tenho certeza que vocês, assim como eu, ficarão surpresos em saber como que foi o processo de criação, desde o nome até a ambientação, sem contar com a paixão de Alec Baldwin pelo figurino do seu personagem.
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Mudança de perspectiva
A ideia original da série não foi nada parecido com aquilo que realmente foi produzido. A proposta inicial de Tina Fey à executiva da NBC era uma produção sobre um noticiário ao estilo do que Bill O’Reilly fazia na Fox News (ao lado). “A minha primeira ideia foi como The Newsroom na HBO,” disse à Rolling Stone anos depois.
O então vice-presidente do canal, Kevin Reilly (hoje responsável pela TNT e TBS), disse para Fey que gostaria que ela usasse seu tempo no Saturday Night Live como inspiração. Ela não gostou da ideia. “Pareceu tão preguiçoso a ideia de escrever sobre escrever,” relembrou. Tudo mudou quando ela pensou em escalar Tracy Morgan para ser um dos protagonistas.
Apesar das boas mudanças apresentadas por Tina, a série seria aprovada, enfim, quando Lorne Michaels, o lendário produtor de Saturday Night Live, desse sua bênção e entrasse no projeto como produtor executivo.
Por trás de um grande personagem, há sempre…..
Apesar de algumas similaridades, Tina Fey sempre negou que a relação entre Liz e Jack fosse baseada nas suas experiências reais com Lorne Michaels, seu chefe à época do Saturday Night Live. Baldwin, entretanto, nunca negou ter buscado inspiração no produtor para compor seu personagem.
“Profissionalmente, Jack é um protótipo de inúmeros executivos da GE (General Eletric), mas sua vida pessoal se aproxima mais de Lorne Michaels. Como eu sempre digo, ‘Lorne é alguém que tem um paletó no porta luvas do seu carro’. E Lorne é um amigo, e eu gosto muito dele. Mas a gente faz muita graça com ele,” completou a NPR.
Grandes Expectativas
Para escrever a Series Finale com precisão, qualidade e originalidade, os roteiristas foram incumbidos de uma missão curiosa: assistir finais inesquecíveis de outras grandes séries para encontrar inspiração. Foi exatamente o que eles fizeram. Num intervalo para o almoço, eles assistiram títulos como The Mary Tyler Moore Show, Frasier, Cheers e até mesmo iCarly.
“Eu cai em lágrimas no final de iCarly,” disse Fey em entrevista ao Entertainment Weekly. “Ninguém entendeu muita coisa na sala de roteiristas porque ninguém conhecia aqueles personagens tão bem quanto eu. Mas esse também foi um daqueles finais que deram a oportunidade para as pessoas darem adeus. Foi muito bem feito,” completou.
Choque de realidade
Em 2006, 30 Rock era comparada com Studio 60 on the Sunset Strip (abaixo). Ambos estrearam na NBC na mesma época e tinham premissas bem similares – eram ambientados nos bastidores de um programa de comédia. Muitos analistas acreditavam que apenas um poderia sobreviver. Inclusive Tina Fey que via sua própria criação como “ousada demais” para aqueles tempos.
Em entrevistas logo após a conclusão de 30 Rock, Jane Krakowski sabia que durante a preparação para o final da primeira temporada, algo não estava certo. “Hoje eu fico lembrando que Paul Reubens [o icônico Pee-wee] esteve na primeira temporada. O episódio teve o título real [Black Tie], mas eu lembro que Tina chamava de Goodbye America, porque ela pensava que nós não iríamos sobreviver ao primeiro ano. Foi aí que eu percebi que não éramos uma série normal,” disse.
Studio 60 on the Sunset Strip seria cancelada naquele ano, fazendo com que Aaron Sorkin jurasse nunca mais trabalhar na TV aberta. Desde então, foi exatamente isso que ele fez.
Realidade x impressão
De acordo com diversos membros do elenco de 30 Rock, Tracy Morgan era o ator que mais improvisava suas falas. Kevin Brown, um dos produtores, brincou posteriormente em entrevista que a razão pela qual Morgan adotava tão estratégia era porque ele “raramente lia o roteiro”.
Em sua defesa, Tracy afirma que ele fazia do seu jeito em virtude da sua experiência. “Eu venho de um passado em comédia de stand up. As primeiras palavras do meu show têm que ser as mais engraçadas. Então eu sempre me divertia com aquilo e dava a impressão que era fácil. A impressão era que eu realmente não lia o roteiro.”
https://www.youtube.com/watch?v=4rtNYJa3CXg
Rapidinhas
– Durante os sete anos que a série ficou no ar, ela recebeu um número gigantesco de participações especiais: Isabella Rossellini, Nathan Lane, Matt Damon, Steve Buscemi, Carrie Fisher; Edie Falco, Queen Latifah, Oprah Winfrey, Jennifer Aniston e uma série de outros nomes listados pelo Insider.
– Jon Hamm fez uma audição para interpretar Jack Donaghy. Ele perdeu o papel para Alec Baldwin, mas logo em seguida foi escalado para o papel da sua vida: Don Draper em Mad Men. Mais tarde Hamm apareceria na comédia como o Dr. Drew Baird.
– Embora responsável por todo processo criativo, Tina Fey não queria ser protagonista da série. Mas a recepção do piloto foi tão boa que a executiva da NBC insistiu para que ela mudasse de ideia. Sorte a nossa!
– Alec Baldwin gostava tanto dos figurinos do seu personagem que comprou todos ao final da série. De acordo com o figurinista, Tom Broecker, Baldwin “fez um cheque gordo para NBC” para que pudesse levar os ternos pra casa.
– O título original da produção era Rock Center antes de ser alterado para 30 Rock. Tina Fey, por sua vez, queria que o nome da comédia fosse The Peacock, ideia rejeitada pelos executivos da NBC porque não queriam que o logo do canal fosse usado para chacota.
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Novamente eu relembro o leitor que sabemos que 30 Rock não é a série mais popular de todas, na verdade muitos de vocês sequer assistiram ou sabem que essa comédia foi produzida e exibida. Mesmo assim escolhi trazer para vocês num momento em que a TV aberta encontra-se cada vez mais perdida em encontrar uma zona de conforto no gênero. Começamos a nos preparar para a chegada da Fall Season. Mas imagina-se que a primeira produção a pedir a tolha será uma comédia. 30 Rock não é apenas um marco na televisão, como também uma referência.
Até a próxima onde vamos descobrir um pouquinho mais sobre That 70s Show. Com o intuito de comemorar os 25 anos de lançamento da série. Te espero.
Bernardo Vieira é um jornalista que reside em São José, Santa Catarina. Bacharel em direito pela Universidade do Sul de Santa Catarina, jornalista e empreendedor digital, é redator no Mix de Séries desde janeiro de 2016. Responsável por cobrir matérias de audiência e spoilers, ele também cuida da editoria de premiações e participa da pauta de notícias diariamente, onde atualiza os leitores do portal com as mais recentes informações sobre o mundo das séries. Ao longo dos anos, se especializou em cobertura de televisão, cinema, celebridades e influenciadores digitais. Destaques para o trabalho na cobertura da temporada de prêmios, apresentação de Upfronts, notícias do momento, assim como na produção de análises sobre bilheteria e audiência, seja dos Estados Unidos ou no Brasil. No Mix de Séries, além disso, é crítico dos mais recentes lançamentos de diversos streamings. Além de redator no Mix de Séries, é fundador de agência de comunicação digital, a Vieira Comunicação, cuido da carreira de diversos criadores de conteúdo e influenciadores digitais. Trabalha com assessoria de imprensa, geração de lead, gerenciamento de crise, gestão de carreira e gestão de redes sociais.